quinta-feira, 20 de outubro de 2011

UM TOQUE DE MITOLOGIA: PAIS X FILHOS.

A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c. 1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio).

Urano era um deus grego que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua irmã. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica, e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.
Urano teve vários filhos (e irmãs), entre os quais os Titãs, os Cíclopes e os Hecatônquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Odiava seus filhos e por isso mantinha todos presos no interior de Gaia, a Terra. Esta então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai e jogou seus testículos ao mar. Formou-se uma espuma, da qual brotou Afrodite, a deusa do amor. Do sangue de Urano que caiu sobre a terra, nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades.
A maioria dos gregos considerava Urano como um deus primordial (protogenos) e não lhe atribuía filiação. Cícero afirma, em De Natura Deorum ("Da Natureza dos Deuses"), que ele descendia dos antigos deuses Éter e Hemera, o Ar e o Dia. Segundo os hinos órficos, Urano era filho da noite, Nix.
Seu equivalente na mitologia romana é Caelus ou Coelus - do qual provém caelum (coelum), a palavra latina para "céu".

Cronos, era a Divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. Outra suposição é que poderia estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Réia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.

Bibliografia
CARPENTER, T. H. Art and Myth in Ancient Greece. London: Thames and Hudson, 1991.
ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
HUMBERT, J. Mitologia griega y romana. Trad. B. O. O. Barcelona: Gustavo Gili, 1997.
RADICE, B. Who's who in the Ancient World. London: Penguin, 1973.
SPALDING, Tassilo. O Dicionário de Mitologia Greco-Latina. Belo. Horizonte: Itatiaia, 1965.

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