A Assembléia Constituinte (1823): com representantes de todas as províncias, a primeira Constituinte da nossa história é convocada e apresentam um projeto bastante liberal, embora demonstrasse os interesses da classe dominante. Apresentava o voto censitário, eleições indiretas, a presença dos três poderes clássicos, eliminava todos os privilégios e monopólios, mas mantinha a escravidão. Diante do projeto D. Pedro I teria de se submeter ao Poder Legislativo, por isso, dissolve a Assembléia Constituinte, em 12.11.1823 (Noite da Agonia).
A Constituição Imperial (1824): idealizada por dez homens de confiança de D. Pedro, foi outorgada tendo como características: o voto censitário, senado vitalício e a presença de quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário (submissos) e Moderador (poder exclusivo do imperador), criando o Conselho de Estado, órgão consultivo do Poder Moderador.
A Confederação do Equador (1824): diante da dissolução da Constituinte e da outorga da Carta de 1824, em Pernambuco o jornalista Cipriano Barata e Frei Caneca denunciavam nos jornais o absolutismo de D. Pedro I. As Câmaras Municipais de Olinda e Recife se recusaram a prestar juramento à Constituição imposta. O imperador substituiu o presidente da província por um homem de sua confiança, tentando conter os ânimos, mas a situação piorou, em 02.07.1824 os revoltosos proclamam a Confederação do Equador, recebendo a adesão do CE, PB e RN e adotando a constituição da Colômbia, até que convocassem uma constituinte. Os confederados ao suspenderam o tráfico negreiro desagradaram os grandes proprietários rurais e perderam a unidade. Por outro lado, o Imperador contratou mercenários ingleses (Lorde Cochrane) que acabaram com a Confederação. Todos os líderes foram levados à forca, somente Frei Caneca foi fuzilado.
O Reconhecimento Internacional: era importante para evitar o perigo da recolonização e poder praticar o comércio com outras nações. Os Estados Unidos foi o primeiro a reconhecer o Brasil como nação independente, embasados na Doutrina Monroe. Os países absolutistas europeus (grupo da Santa Aliança) combatiam quaisquer movimentos de independência, entre eles Portugal. Com a recusa de Portugal, começou a perseguição aos portugueses residentes no Brasil. Pressionados pela Inglaterra, Portugal irá reconhecer nossa independência, mediante uma grandiosa indenização (início da nossa dívida externa). A Inglaterra, em 1826, ao reconhecer o Brasil como nação soberana exigiu a renovação dos Tratados de 1810 e 1816 e, o fim do tráfico de escravos, até 1830. Outros países como a França e a Áustria exigiram as mesmas condições alfandegárias da Inglaterra para o reconhecimento.
A Guerra da Cisplatina (1825): sob o comando do Gen. Lavalleja a Cisplatina iniciou sua emancipação do território brasileiro. Por primeiro se incorporaram ao território da República das Províncias Unidas do Prata (atual Argentina). D. Pedro I declarou guerra à Argentina, mas a Inglaterra pressionou o Brasil para que acabasse com a guerra, pois dia-a-dia perdia dinheiro com o conflito e, mais não interessa aos ingleses que a Argentina dominasse as duas margens do Rio da Prata. O poderio econômico inglês falou mais alto, em 1828, surge a República Oriental do Uruguai (antiga Cisplatina).
A Crise Econômica, Política e a Abdicação: o açúcar brasileiro sofria a concorrência do açúcar de beterraba europeu, a produção de tabaco caiu, o algodão e o arroz perdiam para os produzidos na região platina. As revoltas internas e externas, resultaram em grandes gastos, aliado ao empréstimo feito junto a Inglaterra para o pagamento da indenização a Portugal. Além disso tudo, o Banco do Brasil entra em falência devido a negociatas de membros do Partido Português. A maior causa da crise política está na questão sucessória portuguesa, com a morte de D. João VI, D. Pedro I se torna o herdeiro natural. Através dos “pasquins” eram feitas críticas ferrenhas a D. Pedro I, quanto ao trono português, alertando o perigo de recolonização caso ele ficasse com as duas coroas, o assassinato do jornalista Líbero Badaró desperta a indignação na sociedade brasileira. O episódio da Noite das Garrafadas (13.03.1831) e a substituição do gabinete ministerial por membros do Partido Português (Ministério dos Marqueses) faz com que o Partido Brasileiro e o Liberal Radical exijam a renúncia de D. Pedro I. Em 07.04.1831, D. Pedro I abdica do trono brasileiro em favor de seu filho Pedro de Alcântara de apenas 5 anos de idade.
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