sábado, 28 de maio de 2011

PHISOLOFANDO


21. Segundo a explicação metafísica, todas as coisas que existem possuem uma natureza específica, pertencendo a uma determinada espécie de seres. As diferenças entre os seres são acidentais e não substanciais, uma vez que a substância é a estrutura necessária do ser. Com base nessa hipótese, pode-se afirmar que
(A) não é possível inferir das coisas qualquer perspectiva universalista.
(B) todas as coisas possuem somente uma existência particular.
(C) as diferenças entre os seres são unicamente acidentais.
(D) não existe uma estrutura necessária do ser.
(E) a explicação metafísica serviu de base para as correntes empiristas da filosofia.

Utilize o texto para responder às questões de números 22 e 23.
"Se fosse adequado incomodá-lo com a história deste Ensaio, deveria dizer-lhe que cinco ou seis amigos reunidos em meu quarto, e discorrendo acerca de assunto bem remoto do presente, ficaram perplexos, devido às dificuldades que surgiram de todos os lados. Após termos por certo tempo nos confundido, sem nos aproximarmos de nenhuma solução acerca das dúvidas que nos tinham deixado perplexos, surgiu em meus pensamentos que seguimos o caminho errado, e, antes de nós nos iniciarmos em pesquisas desta natureza, seria necessário examinar nossas próprias habilidades e averiguar quais objetos são e quais não são adequados para serem tratados por nossos entendimentos."
(John Locke. Ensaio acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999)

22. A qual corrente filosófica pertenceu John Locke?
(A) Empirismo.
(B) Metafísica.
(C) Estoicismo.
(D) Existencialismo.
(E) Teoria crítica.

23. Acerca do texto e das concepções sobre a natureza do conhecimento, segundo Locke, é correto afirmar que
(A) essa concepção sobre os limites do conhecimento alicerçou a metafísica moderna.
(B) embora de acordo com concepções muito diferentes sobre a natureza do conhecimento, há certa similaridade entre Locke e Kant, somente no que diz respeito à intenção de "averiguar quais objetos são e quais não são adequados para serem tratados por nossos entendimentos".
(C) os resultados da pesquisa empreendida por Locke o levaram a contestar as bases da corrente empirista da filosofia.
(D) a perplexidade relatada por Locke em nada se relaciona com as pesquisas filosóficas futuramente empreendidas por David Hume.
(E) as conclusões relatadas por Locke serviram como fundamento para a formulação da concepção de verdades absolutas na filosofia.

24. Para Marilena Chauí, em vez de perguntar "que horas são?", podemos indagar "o que é o tempo?". Em vez de dizermos "ficou maluca?" ou "está sonhando?", podemos nos perguntar "o que é o sonho", a loucura, a razão?" (Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994). Portanto,
(A) não é possível diferenciar entre senso comum e atitude filosófica.
(B) filosofar implica assumir, no plano do pensamento, os mesmos parâmetros habitualmente empregados na vida cotidiana.
(C) filosofar significa ater-se à aceitação imediata da realidade.
(D) a filosofia começa pela reafirmação necessária das crenças e preconceitos do senso comum.
(E) a atitude filosófica diferencia-se estruturalmente do senso comum.

Leia o texto para responder às questões de números 25 a 27.
"Na medida em que nesse processo a indústria cultural inegavelmente especula sobre o estado de consciência e inconsciência de milhões de pessoas às quais ela se dirige, as massas não são, então, o fator primeiro, mas um elemento secundário, um elemento de cálculo; acessório da maquinaria. O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto. O termo mass media, que se introduziu para designar a indústria cultural, desvia, desde logo, a ênfase para aquilo que é inofensivo. Não se trata nem das massas em primeiro lugar, nem das técnicas de comunicação como tais, mas do espírito que lhes é insuflado, a saber, a voz de seu senhor. A indústria cultural abusa da consideração com relação às massas para reiterar, firmar e reforçar a mentalidade destas, que ela toma como dada a priori e imutável. É excluído tudo pelo que essa atitude poderia ser transformada. As massas não são a medida mas a ideologia da indústria cultural, ainda que esta última não possa existir sem a elas se adaptar."
(Theodor W. Adorno. A indústria cultural. In: Cohn, Gabriel (org.).Theodor W. Adorno. São Paulo, Ática, 1996)

25. De acordo com o filósofo alemão Adorno, pode-se afirmar que
(A) há notável descontinuidade e heterogeneidade entre tempo de trabalho e tempo livre.
(B) não é verdade que os meios de massa sejam estilística e culturalmente conservadores.
(C) os meios de comunicação de massa apresentam indiscutível potencial revolucionário.
(D) ao adaptar-se aos desejos das massas, a indústria cultural apresenta inegável potencial democrático.
(E) a indústria cultural é moldada pela racionalidade instrumental.

26. Adorno pertenceu ao seguinte movimento filosófico:
(A) existencialismo.
(B) teoria crítica.
(C) epicurismo.
(D) estruturalismo.
(E) empirismo.

27. De acordo com Adorno,
(A) o termo mass media é adequado para designar o fenômeno da indústria cultural.
(B) a indústria cultural apresenta indiscutível potencial emancipador.
(C) a indústria cultural não é ideológica.
(D) o consumidor cultural existe em estado de heteronomia.
(E) o consumidor cultural existe em estado de autonomia.

Leia os textos para responder às questões de números 28 a 30.
1. "Era urgente uma filosofia que justificasse a confiança comum na razão. Só era possível opor ao ceticismo desagregador uma razão metafisicamente fundada, capaz de se sustentar na busca da verdade, e um método universal e fecundo."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
2. "A razão (...) não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as ideias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva."
(Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994)
3. "As ideias, em suma, não são simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível; constituem o "verdadeiro ser", o "ser por excelência"."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
4. "Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas."

28. As 4 afirmações, comparadas entre si, podem ser, respectivamente, atribuídas, com maior propriedade, aos seguintes pensadores:
(A) Descartes, Kant, Hegel, Platão.
(B) Descartes, Hegel, Platão, Kant.
(C) Platão, Kant, Hegel, Descartes.
(D) Platão, Hegel, Kant, Descartes.
(E) Kant, Hegel, Platão, Descartes.

29. É correto afirmar que
(A) no texto 1, o "método universal e fecundo" apresenta-se em oposição à "razão metafisicamente fundada".
(B) no texto 2, tem-se a formulação de uma razão dialética.
(C) no texto 3, prevalece a formulação de um mundo sensível em detrimento de um mundo inteligível.
(D) às formulações do texto 3 corresponde a concepção básica da filosofia empirista.
(E) às formulações do texto 4 corresponde a concepção da mente humana como "tábula rasa" ou "folha em branco".

30. Pode-se dizer que
(A) o texto 1 expressa uma concepção filosófica que corrobora o ceticismo.
(B) no texto 2, a "harmonia entre "coisas e ideias" pressupõe a existência de uma coisa-em-si incognoscível".
(C) no texto 3, as ideias pertencem ao mundo sensível.
(D) no texto 4, "pensamentos sem conteúdo são vazios", significa que é possível a existência de uma intuição intelectual.
(E) no texto 1, o "método universal e fecundo" adaptou-se, em grande medida, à linguagem matemática.

31. E quanto mais as classes exploradas, o "povo", sucumbem aos poderes existentes, tanto mais a arte se distanciará do "povo", ao contrário do que pensam Brecht e Sartre. A arte não pode mudar o mundo, mas pode contribuir para a mudança da consciência e impulsos dos homens e mulheres que poderiam mudar o mundo" (...) A possibilidade de uma aliança entre "o povo" e a arte pressupõe que os homens e as mulheres administrados pelo capitalismo monopolista desaprendam a linguagem, os conceitos e as imagens desta administração, que experimentem a dimensão da mudança qualitativa, que reivindiquem a sua subjetividade, a sua interioridade (...). Se o potencial radical da arte residir precisamente nesta nãoidentidade com a práxis política, como pode este potencial encontrar representação válida numa obra de arte e como pode ela tornar-se um fator de transformação da realidade?
(H. Marcuse, Dimensão Estética. São Paulo: Martins Fontes, s/d.)
Das afirmações de Herbert Marcuse, pode-se depreender que
(A) Brecht e Sartre divergem radicalmente acerca da necessidade de unidade entre arte e práxis política.
(B) a arte apresenta potenciais revolucionários exatamente quando se adapta à linguagem popular.
(C) a realização do potencial radical da arte pressupõe o retorno ao monopólio dos objetos artísticos pelas elites aristocráticas.
(D) a possibilidade de uma aliança entre o povo e a arte pressupõe um processo educativo que torne esta um fator de transformação da realidade.
(E) a possibilidade de uma aliança entre o povo e a arte pressupõe a realização da revolução comunista.

Leia o texto para responder às questões de números 32 a 34.
A caverna (...) é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem mover-se com engenho no interior das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A paideia filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o inteligível.
Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver.
(M. Chauí, Introdução à história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 2002)

32. De acordo com o texto, pode-se afirmar que
(A) o conhecimento filosófico pressupõe o acesso ao mundo sensível.
(B) a dialética é um instrumento de alienação.
(C) o texto pode ser interpretado como uma crítica aos sofistas.
(D) a unidade da verdade coincide com a multiplicidade de opiniões.
(E) conhecer equivale a entregar-se às paixões.

33. De acordo com o texto, pode-se afirmar que
(A) o processo de esclarecimento por meio da filosofia pressupõe a iluminação das coisas sensíveis pelos fabricadores de ilusões.
(B) as coisas sensíveis possuem uma verdade encerrada nelas mesmas, sem a necessidade de acesso ao reino inteligível.
(C) a metáfora da caverna é anacrônica e inteiramente inapropriada para a compreensão crítica da sociedade contemporânea.
(D) o reino inteligível das ideias consiste na multiplicidade das opiniões.
(E) a paideia filosófica é um processo de dissolução de preconceitos e de ideias ligadas ao senso comum.

34. O filósofo, autor do texto que originalmente descreve a alegoria da caverna, é
(A) Kant.
(B) Descartes.
(C) Platão.
(D) Hegel.
(E) Locke.

35. "No meio-tempo, uma última palavra aos que temem a ditadura da razão: é tempo de arquivar de uma vez por todas a máxima obscurantista de que ?cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore esplêndida da vida?. Ela só pode ser sustentada, paradoxalmente, pelas naturezas não-passionais, insensíveis ao erotismo do pensar. Quem, lendo um poema de Drummond, um livro de Tolstoi ou um tratado de Hegel, acha que está se afastando da vida, não começou ainda a viver. Sem pensamento, a vida não é verde: é cinzenta. A vida do pensamento é uma parte integrante da verdadeira vida. Não é a razão que é castradora, e sim o poder repressivo, que deriva sua solidez da incapacidade de pensar que ele induz em suas vítimas. O fascismo se implantou através da difusão de uma ideologia vitalista reacionária, que proclamava o primado dos instintos vitais sobre a razão, e com isso inutilizou a razão, o único instrumento que permitiria desmascará-lo como a negação absoluta da vida."
(Sérgio Paulo Rouanet. Razão e Paixão. In: Os Sentidos da paixão.São Paulo, Cia. Das Letras, 1990).
Do texto, pode-se depreender que
(A) é analisada a existência de uma dialética da razão, que tanto pode ser "sábia", subordinada à emancipação, quanto pode ser "não-sábia", estando a serviço do poder.
(B) a verdadeira vida é identificada com a libertação dos desejos frente a todas as tendências repressivas que limitam seu ímpeto natural.
(C) o erotismo do pensamento, ao qual se refere o autor, está diretamente associado à ideologia vitalista reacionária do fascismo.
(D) toda forma de pensamento é válida como instrumento de libertação do ser humano.
(E) os três autores citados no texto caracterizaram-se pela insensibilidade ao erotismo do pensar.

36. "O modo de pensar substancialista, que identificava profundidades, é substituído pela matemática enquanto modelo da realidade física, coisa impensável para os escolásticos. Aquele mundo composto de qualidades, significados e fins, que a matemática não podia interpretar, é suplantado por um mundo quantitativo e, portanto, matematizável, no qual não há mais traços de qualidades, de valores, de fins e de profundidade. O mundo qualitativo, de origem aristotélica, cede e desaparece lentamente. (...) "A natureza é opaca, silenciosa, inodora e incolor: é apenas a impetuosa sucessão da matéria, sem fim e sem motivo". (...) O movimento e a quantidade substituem os genera e as species da cosmologia tradicional (...) Na natureza, deixa de haver a visão hierárquica e as finalidades das coisas."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990, p.137)
O processo descrito pelos autores é utilizado para exemplificar com maior grau de propriedade o sistema filosófico do seguinte pensador:
(A) Kant.
(B) Aristóteles.
(C) Berkeley.
(D) Hegel.
(E) Descartes.

37. "Imaterialismo. Termo criado pelo filósofo x para indicar a doutrina da negação de existência da realidade corpórea e da redução desta a ideias impressas nos espíritos finitos diretamente por Deus (...). Essa doutrina foi denominada e denomina-se mais comumente idealismo. O argumento fundamental adotado pelo filósofo x em favor do Imaterialismo é que as coisas e suas propriedades não são mais que ideias que, para existirem, precisam ser percebidas (esse est percipi), portanto, pensar coisas que não sejam percebidas equivale a defini-las como "não pensadas", mesmo enquanto são pensadas."
(Dicionário Abbagnano de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 2000).
O pensador x designado é
(A) Kant.
(B) Aristóteles.
(C) Berkeley.
(D) Hegel.
(E) Descartes.

Leia o texto para às questões de números 38 e 39.
"Ideias metafísicas do Livro do Desassossego [?]
A única realidade para mim são as minhas sensações. Eu sou uma sensação minha. Portanto nem da minha própria existência estou certo. Posso está-lo apenas daquelas sensações a que eu chamo minhas. A verdade? É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho a certeza".
(Fernando Pessoa. Livro do Desassossego)

38. De acordo com as concepções expressadas no texto, Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa, pode ser definido, com maior propriedade, como um pensador
(A) empirista.
(B) metafísico.
(C) idealista.
(D) estóico.
(E) platônico.

39. Assinale a alternativa que apresenta filósofos que correspondem, com maior propriedade, às concepções expressadas no texto.
(A) Berkeley e Hume.
(B) Sócrates e Platão.
(C) Kant e Hegel.
(D) Descartes e Kant.
(E) Hume e Hegel.15 SEED0902/09-PEBII-Filosofia-20-tarde

40. "Em um primeiro momento, sinto-me assustado e confuso com a solidão desesperadora em que me encontro dentro de minha filosofia; imagino-me como um monstro estranho e rude que, por incapaz de se misturar e se unir à sociedade, foi expulso de todo relacionamento com os outros homens e largado em total abandono e desconsolo. (...) Expus-me à inimizade de todos os metafísicos, lógicos, matemáticos e mesmo teólogos; como me espantar, então, com os insultos que devo sofrer? Declarei que desaprovo seus sistemas; como me surpreender se expressarem seu ódio a meu próprio sistema e a minha pessoa?"
(D. Hume. Tratado da Natureza Humana. São Paulo, EDUNESP, 2001)
Sobre o texto, é correto afirmar que
(A) o tom melancólico e pessimista do texto decorre do fato de que, em sua filosofia, Hume deparou-se com a evidência incontestável de verdades absolutas na filosofia.
(B) Hume fundamentou de maneira inovadora os conceitos fundamentais da metafísica moderna.
(C) ao imaginar-se como "monstro estranho e rude", Hume expressa o estado de desalento de um pensamento que contestou de maneira contundente os critérios da filosofia empirista de sua época.
(D) o ceticismo de Hume condensa sua crítica radical ao conceito metafísico de substância.
(E) os pressupostos empiristas da filosofia de Hume contestaram amplamente a noção de hábito derivada de Berkeley.

Considere o texto para responder às questões de números 41 a 45.
"Essa imagem, caro Glauco, deves aplicar a tudo o que foi dito anteriormente, assemelhando o lugar que vemos com nossos olhos à morada na prisão, e a luz da fogueira que arde lá ao poder do sol. E, se tomares a subida até o alto e a visão das coisas que lá estão como ascensão da alma até o mundo inteligível, não me frustrarás em minha expectativa, já que queres ouvir-me falar dela. Deus sabe se ela é verdadeira... Em todo o caso, eis o que penso. No mundo cognoscível, vem por último a ideia do bem que se deixa ver com dificuldade, mas, se é vista, impõe-se a conclusão de que para todos é a causa de tudo quanto é reto e belo e que, no mundo visível, é ela quem gera a luz e o senhor da luz e, no mundo inteligível, é ela mesma que, como senhora, propicia verdade e inteligência, devendo tê-la diante dos olhos quem quiser agir com sabedoria na vida privada e pública."
(República, Martins Fontes, 2006)

41. O texto pode ser caracterizado como o caminho do
(A) cidadão para a liberdade.
(B) homem para a morte.
(C) cego para a luz.
(D) filósofo para a verdade.
(E) sofista para a sombra.

42. A separação do mundo em visível e inteligível equivale, respectivamente, à vida
(A) pública e à vida privada.
(B) do bem e à vida do mal.
(C) do corpo e à vida da alma.
(D) física e à vida biológica.
(E) fácil e à vida difícil.

43. A ideia do bem é o que orienta a ascensão da alma. Este movimento caracteriza a
(A) retórica socrática.
(B) dialética platônica.
(C) dúvida cartesiana.
(D) lógica aristotélica.
(E) hedonismo epicúreo.

44. A ideia do bem gera a luz e propicia a verdade. Desse modo,
(A) só os bons conhecem a luz e a verdade.
(B) só quem compreende o bem conhece a luz e a verdade.
(C) só sei que nada sei é um bem.
(D) a luz e a verdade são bens privados.
(E) a luz e a verdade são bens públicos.

45. Assinale a alternativa correta.
(A) O visível e o inteligível são modos de agir.
(B) O visível e o inteligível são maneiras de sentir.
(C) O visível e o inteligível são métodos de memorização.
(D) O visível e o inteligível são caminhos para a riqueza.
(E) O visível e o inteligível são formas de saber.

Considere o texto para responder às questões de números 46 a 50.
"Por que os nossos sentidos nos enganam às vezes, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar. E, porque há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo no tocante às mais simples matérias de geometria, e cometem aí paralogismos, rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a falhar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então por demonstrações. E enfim, considerando todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capaz de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que procurava."
(Discurso do Método, abril, 1979)

46. O texto caracteriza o pensamento do seguinte filósofo:
(A) Aristóteles.
(B) Descartes.
(C) Epicuro.
(D) Platão.
(E) Rousseau.

47. A afirmação "Penso, logo existo" inaugura uma nova abordagem filosófica do
(A) ceticismo renascentista.
(B) hedonismo contemporâneo.
(C) estoicismo moderno.
(D) subjetivismo moderno.
(E) objetividade cultural.

48. Assinale a alternativa correta.
(A) Se sonho que estou acordado, meus pensamentos são mais verdadeiros.
(B) Se durmo quando estou acordado, meus pensamentos são menos verdadeiros.
(C) Se acordo depois de sonhar, meus pensamentos são mais verdadeiros.
(D) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são falsos.
(E) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são verdadeiros.

49. Assinale a alternativa correta.
(A) O primeiro princípio da filosofia é a falsidade de meu pensamento.
(B) O primeiro princípio da filosofia é o ceticismo metódico.
(C) O primeiro princípio da filosofia é fazer de conta que meus pensamentos são falsos.
(D) O primeiro princípio da filosofia é que eu sou alguma coisa diferente das outras coisas.
(E) O primeiro princípio da filosofia é a veracidade de minha existência.

50. "Penso, logo existo" significa que
(A) minha alma pensa.
(B) meu corpo pensa.
(C) minha alma sente.
(D) meu corpo sente.
(E) meu corpo existe.

Considere o texto para responder às questões de números 51 a 55.
"Cada indivíduo, com efeito, pode, como homem, ter uma vontade particular, contrária ou diversa da vontade geral que tem como cidadão. Seu interesse particular pode ser muito diferente do interesse comum. Sua existência, absoluta e naturalmente independente, pode levá-lo a considerar o que deve à causa comum como uma contribuição gratuita, cuja perda prejudicará menos aos outros, do que será oneroso o cumprimento a si próprio."
(...) Ele desfrutará dos direitos do cidadão sem desempenhar os deveres de súdito - injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político."
(Contrato social)

51. A passagem trata de
(A) gratuidade da cidadania.
(B) existência do homem.
(C) corrupção.
(D) independência do cidadão.
(E) patriotismo.

52. O indivíduo é ao mesmo tempo homem e cidadão. Então,
(A) a existência do homem é absoluta e a do cidadão é relativa.
(B) a existência do indivíduo é natural e a dos outros é relativa.
(C) a existência particular é comum e a existência geral é absoluta.
(D) a existência do indivíduo é independente e a causa comum é gratuita.
(E) a existência do homem é particular e a do cidadão é geral.

53. O homem tem vontade particular e o cidadão tem vontade geral, logo,
(A) o homem e o cidadão não se corrompem.
(B) o homem não se corrompe.
(C) o cidadão corrompe o homem.
(D) o homem corrompe o cidadão.
(E) o cidadão arruína o Estado.

54. Quando o interesse particular é diferente do interesse comum, a contribuição para a causa comum é
(A) um prazer.
(B) um ônus.
(C) um erro.
(D) uma injustiça.
(E) uma opção.

55. O que arruína o corpo político é
(A) ter uma existência absoluta e naturalmente independente.
(B) não desfrutar os direitos do cidadão.
(C) não contribuir para a causa comum.
(D) ter uma vontade particular diversa da vontade geral.
(E) ter um interesse particular diferente do interesse comum.

Considere o texto para responder às questões de números 56 a 60.
"Olho esta folha branca sobre minha mesa; percebo sua forma, sua cor, sua posição. Essas diferentes qualidades têm características comuns: em primeiro lugar, elas se dão a meu olhar como existências que apenas posso constatar e cujo ser não depende de forma alguma do meu capricho. Elas são para mim, não são eu. Mas também não são outrem, isto é, não dependem de nenhuma espontaneidade, nem da minha, nem da de outra consciência. São, ao mesmo tempo, presentes e inertes. Essa inércia do conteúdo sensível, frequentemente descrita, é a existência em si. De nada serve discutir se esta folha se reduz a um conjunto de representações ou se é ou deve ser mais do que isso. O certo é que o branco que constato não pode ser produzido por minha espontaneidade. Esta forma inerte, que está aquém de todas as espontaneidades conscientes, que devemos observar, conhecer pouco a pouco, é o que chamamos uma coisa. Em hipótese alguma minha consciência seria capaz de ser uma coisa, porque seu modo de ser em si é precisamente um ser para si. Existir, para ela, é ter consciência de sua existência."
(A imaginação, Abril, 1984)

56. Este texto de Sartre é
(A) estruturalista.
(B) marxista.
(C) pós-moderno.
(D) fenomenológico.
(E) iluminista.

57. A existência em si é
(A) uma espontaneidade inconsciente do outro.
(B) uma inércia sem conteúdo que se apresenta por si.
(C) uma coisa aquém da consciência.
(D) um conjunto de representações além da consciência.
(E) uma coisa para si e outra para mim.

58. Minha consciência é
(A) um ser em si reificado (coisificado).
(B) um ser para si nadificado.
(C) um ser para outro representado.
(D) um ser espontâneo caprichado.
(E) um ser para isso modificado.

59. Num primeiro momento, olhar para a folha branca é
(A) uma constatação.
(B) um conhecimento.
(C) uma produção.
(D) um capricho.
(E) uma representação.

60. Uma coisa é
(A) um ser para si.
(B) um ser para mim.
(C) um ser de outrem.
(D) um ser sensível.
(E) um ser mais do que isso.

61. De acordo com a Proposta Curricular, a preocupação com o homem racional e livre, com as mudanças na política e com a esperança nas ciências empíricas constitui a principal característica da
(A) Filosofia Moderna.
(B) Filosofia Antiga.
(C) Filosofia Contemporânea.
(D) Filosofia Medieval.
(E) Filosofia Pós-moderna.

62. Leia as afirmações sobre a Filosofia contidas em uma situação de aprendizagem da Proposta Curricular.
I. A Filosofia é um conhecimento que ajuda a gente a ser feliz.
II. O objetivo de se estudar Filosofia é o conhecimento de seu instrumento, ou seja, a reflexão crítica.
III. A Filosofia constitui um conhecimento profundo demais, e que não somos capazes de entender.
IV. A Filosofia é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação.
Uma visão sobre a Filosofia fundada no senso comum está presente apenas nas afirmações
(A) II e III.
(B) I e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, II e IV.
(E) I e III.

63. O modelo da cidade ideal, segundo Platão, está fundamentado na concepção de uma divisão em três partes ou classes sociais: artesãos, agricultores e comerciantes; guerreiros; magistrados e governantes. Este modelo funda-se na teoria de que cada indivíduo possui três almas ou três princípios que o compõem: a alma concupiscente; a alma irascível; e a alma racional. Cada classe social possuiria uma função bem definida, na qual cada membro seria escolhido pelas suas capacidades, surgidas em um processo de educação. Desse modo, os magistrados e os governantes seriam escolhidos para esses cargos segundo seus conhecimentos e sabedoria, pois seriam eles os mais preparados para fazer uso da alma racional. A concepção de regime político que fundamenta o modelo de governo platônico é a
(A) Democracia.
(B) Aristocracia.
(C) Monarquia.
(D) Tirania.
(E) Oligarquia.

64. Observe os quadros I e II.
Quadro I: Filósofo
1 John Locke
2 Miguel Bakunin
3 Karl Marx
Quadro II: Teoria
1 Socialista
2 Liberal
3 Anarquista
Leia os excertos a seguir.
I. "Cada um é dirigente e cada um é dirigido por sua vez. Assim, não há nenhuma autoridade fixa e constante, mas uma troca contínua de autoridade e de subordinação mútuas, passageiras e, sobretudo, voluntárias."
II. "O principal objetivo, portanto, da união dos homens em sociedade, é a preservação da propriedade."
III. "Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento independente da imensa maioria em proveito da imensa maioria."
Assinale a alternativa que apresenta a relação correta entre o filósofo, sua teoria e o excerto reproduzido acima:
(A) Filósofo 1, Teoria 3, Excerto III.
(B) Filósofo 3, Teoria 3, Excerto II.
(C) Filósofo 2, Teoria 3, Excerto I.
(D) Filósofo 2, Teoria 3, Excerto II.
(E) Filósofo 3, Teoria 3, Excerto I.

66. As diversas culturas existentes mantêm contato entre si, mas nem sempre esse contato é algo que representa ganho para todos, porque muitas culturas se sentem superiores a outras, o que implica diversas maneiras de ver o mundo. A visão de superioridade cultural é denominada pela antropologia de
(A) interpretativa.
(B) relativista.
(C) alteridade.
(D) etnocêntrica.
(E) estruturalista.

67. Sabe-se que a ciência é uma atividade racional e, por isso, se vale das regras da lógica para fundamentar seus conhecimentos, no entanto a indução não parte das regras lógicas para se legitimar. Ela parte da experiência.
Com base no trecho, analise as seguintes afirmações.
I. Com base na observação de um grande número de experiências, por meio dos cinco sentidos, cria-se uma lei ou teoria científica.
II. Uma boa teoria deve permitir a falsificabilidade; quanto mais, melhor.
III. Com a indução, parte-se do particular para o universal; esse conceito utiliza a generalização para criar leis e teorias científicas.
IV. A ousadia, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade deve ser uma das características de uma boa teoria.
Segundo a Proposta Curricular, das afirmações, estão relacionadas a uma visão crítica da ciência apenas
(A) II e IV.
(B) I, III e IV.
(C) I, II e IV.
(D) III e IV.
(E) I, II e III.

68. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Para Thomas Kuhn, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, após uma __________ da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na __________ , isto é, quando a __________ não consegue responder a alguns problemas.
(A) revolução científica ... crise ... pré-ciência
(B) crise ... ciência normal ... anomalia
(C) anomalia ... crise ... pré-ciência
(D) revolução científica ... pré-ciência ... anomalia
(E) crise ... anomalia ... ciência normal

69. Leia o excerto.
"Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra coisa, é considerada como esse sumo bem. Ela é buscada sempre por si e nunca no interesse de uma outra coisa."
A Ética é uma investigação sobre os princípios que motivam, justificam ou orientam as ações humanas, refletindo sobre os fundamentos dos valores sociais e historicamente construídos.
O excerto apresenta o princípio fundamental da ética de
(A) Sócrates.
(B) Plotino.
(C) Aristóteles.
(D) Kant.
(E) Tomás de Aquino.

70. Uma situação de aprendizagem do ensino médio pretende desenvolver no aluno as competências e habilidades do exercício da reflexão crítica voltada à análise da construção social das subjetividades.
Assinale a alternativa que corresponde ao pensador cuja abordagem é adequada ao desenvolvimento dessas competências e habilidades, em conformidade com a Proposta Curricular.
(A) Sócrates.
(B) Paul Ricoeur.
(C) John Locke.
(D) Theodor Adorno.
(E) Max Stirner.

71. Sartre afirmou que não se pode viver com morais alienantes, fora da história. A ética deve ser entendida como ação no mundo, sob o contingenciamento da história - história e ética se confundem.
Segundo o texto, é correto afirmar que
(A) a alienação moral procura fazer com que a ação do passado seja repetida no presente.
(B) a história mostra que é impossível agir de modo ético devido à alienação moral.
(C) no processo de alienação moral, a história é contingente, mas a ética é necessária.
(D) o contingenciamento da história é levado em conta no processo de alienação moral.
(E) a alienação moral faz com que a ação no mundo esteja sob as contingências históricas.

72. "Da improvisação padronizada do jazz até os tipos originais do cinema, que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, o que domina é a pseudoindividualidade."
(T. Adorno; M.Horkheimer, Dialética do esclarecimento. 1985)
O fragmento pode proporcionar uma situação de aprendizagem sobre
(A) a teoria do indivíduo.
(B) condutas massificadas.
(C) alienação moral.
(D) ética.
(E) a sujeição.

73. Para Nietzsche, os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele chamou de apolíneo e a outra de dionisíaco. São características do dionisíaco:
(A) sonho, dança, mutação, luz.
(B) embriaguez, aparência, luz, força.
(C) beleza, força, luz, ordem.
(D) sonho, aparência, luz, ordem.
(E) embriaguez, dança, mutação, violência.

74. Para Marx, a consciência do sofrimento dos trabalhadores faria com que eles se associassem para derrubar o capitalismo, resultando assim no comunismo. É característica do comunismo a ideia de
(A) propriedade e trabalho.
(B) fim da propriedade privada.
(C) Estado liberal.
(D) liberdade e desobediência.
(E) todo o poder ao Estado e à nação.

75. Leia as afirmações.
I. Ser livre é, pois, o mesmo que agir voluntariamente.
II. Tudo é movido por uma causa que se encontra fora de nós, não podemos evitar agir como agimos.
III. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem.
Assinale a alternativa correta.
(A) A afirmação I representa a concepção dialética da liberdade.
(B) A afirmação III representa a concepção determinista da liberdade.
(C) A afirmação III representa a concepção dialética da liberdade.
(D) A afirmação II representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
(E) A afirmação III representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.

76. Em meio à Revolução Francesa, foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Durante os debates sobre essa declaração, Olympe de Gouges elaborou aquela que incluía "Os Direitos da Mulher e da Cidadã". A atitude de Gouges revela que
(A) era preciso declarar que as mulheres eram cidadãs e deveriam exercer os seus direitos.
(B) a condição da mulher é uma escolha dos homens apoiada pela submissão das mulheres.
(C) a única libertação possível das mulheres virá da política.
(D) para a libertação das mulheres, elas devem assumir a responsabilidade de mudar a situação.
(E) a sociedade define as identidades do homem e da mulher.

77. Assinale a alternativa que indique o(a) filósofo(a) mais adequado(a), segundo a Proposta Curricular, para contribuir em uma situação de aprendizagem que pretenda desenvolver no aluno as competências e habilidades de analisar a importância dos valores éticos na reflexão sobre a humilhação social e a velhice.
(A) Theodor Adorno.
(B) Immanuel Kant.
(C) Simone de Beauvoir.
(D) Hannah Arendt.
(E) John Rawls.

78. "O preço da dominação não é meramente a alienação dos homens com relação aos objetos dominados; com a coisificação do espírito, as próprias relações dos homens foram enfeitiçadas, inclusive as relações de cada indivíduo consigo mesmo."
O tema em questão no texto corresponde a uma preocupação da Filosofia
(A) contemporânea.
(B) moderna.
(C) renascentista.
(D) antiga.
(E) medieval.

79. Leia o texto.
"Estabelecer o que o aluno deve conhecer e que competências desenvolver no curso de Filosofia no Ensino Médio configura uma tarefa a ser enfrentada de maneira diversa daquela que se espera em qualquer outra disciplina, por causa das características que são próprias ao filosofar. O professor de Física, por exemplo, é capaz de definir o campo da ciência com a qual trabalha, conhece sua metodologia e, a partir dessa base aceita pelos cientistas dos quais é contemporâneo, consegue estabelecer um conteúdo programático mínimo e, além disso, escalonar as dificuldades para escolher o que será estudado de início, como pré-requisito para a compreensão de conceitos mais complexos."
(Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio - Ciências Humanas e suas tecnologias)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que
(A) o professor de Física, por conhecer sua metodologia, e ter bem definido o campo da ciência com a qual trabalha, está mais capacitado do que o professor de Filosofia para desenvolver os conhecimentos relacionados à sua disciplina.
(B) a maior dificuldade para se estabelecer o que o aluno deve conhecer e quais competências desenvolver no curso de Filosofia do Ensino Médio é a de que não existe uma Filosofia, como a Física, pois o que existem são Filosofias.
(C) a maior dificuldade para se estabelecer o que o aluno deve conhecer no curso de Filosofia do Ensino Médio surge do fato de que os professores de Filosofia desconhecem as competências que devem desenvolver em sua disciplina.
(D) o professor de Filosofia não é capaz de estabelecer um conteúdo programático mínino para conseguir desenvolver as competências com seus alunos e determinar o que o mesmo deve conhecer.
(E) o professor de Física é o único que consegue fazer com que sua disciplina desenvolva as competências com seus alunos, pois a Física é a única ciência que trabalha com bases aceitas pelos cientistas contemporâneos.

80. Quando falamos a palavra "cultura", ela pode ser entendida como acúmulo de conhecimentos, assim como ação dos homens sobre a natureza por meio do trabalho. Considerando o segundo sentido da palavra cultura, é correto afirmar que
(A) o homem percebe seu lugar de origem e sua identidade por meio da natureza.
(B) a natureza é o reino da liberdade, ao passo que a cultura é reino do determinismo.
(C) ao planejar, escrever, trabalhar, governar, rezar, o homem realiza um processo estabelecido pela natureza.
(D) a produção da cultura é determinada pela natureza.
(E) a cultura pode significar o uso da liberdade, enquanto a natureza pode significar o determinismo biológico.

GABARITO:
21-C 22-A 23-B 24-E 25-E 26-B 27-D 28-B 29-B 30-E
31-D 32-C 33-E 34-C 35-A 36-E 37-C 38-A 39-A 40-D
41-D 42-C 43-B 44-B 45-E 46-B 47-D 48-D 49-E 50-A
51-C 52-E 53-D 54-B 55-C 56-D 57-C 58-B 59-A 60-B
61-A 62-E 63-B 64-C 66-D 67-A 68-E 69-C 70-B
71-A 72-B 73-E 74-B 75-C 76-A 77-C 78-A 79-B 80-E

(HABILIDADES ESPECÍFICAS - VUNESP - 2009)

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