CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS
- Civilização Egípcia: Rio Nilo;
- Civilizações Mesopotâmicas: Rios Tigre e Eufrates;
- Civilização Chinesa: Rios Amarelo e Azul;
- Civilizações da Índia: Rios Indo e Ganges.
As primeiras civilizações são caracterizadas pelo modo de produção asiático. Caracteriza tal modo de produção o desenvolvimento da agricultura irrigada praticada nas terras cultiváveis, à margem dos grandes rios. Em torno do controle das águas surgem as civilizações. O Estado controlava a vida social e os esforços individuais, possuindo ainda as terras e dirigindo os habitantes. Os agricultores eram presos à terra num regime de servidão coletiva e pagavam ao Estado impostos sob a forma de produtos ou serviços gratuitos. Existia, ainda, uma ampla parcela da sociedade formada por escravos.
CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA
O Egito é uma dádiva do Nilo. Assim expressa-se a necessidade do Rio Nilo para a formação de uma das mais fenomenais civilizações da história da humanidade. A civilização egípcia formou-se entre dois desertos: o deserto Líbio e o Arábico. Assim, a civilização surgiu em torno da busca do aproveitamento da fertilidade da terra, graças aos húmus, restos de vegetação aquática putrefata e substâncias minerais, que formam-se quando retrocedem as águas do Nilo. Estabelecendo-se em volta do rio Nilo, os egípcios desenvolveram a agricultura, que foi a base de sua economia e que levou à própria unificação política. O Império era dividido em duas grandes regiões: o Alto Egito e o Baixo Egito.
Período Arcaico ou Pré-Dinástico(4000 – 3200 a.C.)
Foi no quarto milênio a.C. que teve início a história política do Egito, ainda não como unidade política, mas sim como um amontoado de pequenas províncias, chamadas nomos. Foi o período de povoamento e formação do Egito. A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens, diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do Baixo Egito (norte) em 3500 a.C.
Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados) independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie de aristocracia, proprietária das melhores terras.
Antigo Império (3200 – 2180 a.C.)
Estes dois reinos foram unidos em 3200 a.C. por Menés, governante do Alto Egito. Houve, então, a centralização política e a criação do Estado, com o surgimento da primeira dinastia egípcia.
• Capitais: Tinis, depois Mênfis.
• Monarquia Absoluta Teocrática, centrada na figura do faraó, dono de todas as terras do Egito. Todos os camponeses trabalhavam para o faraó.
• Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da fé dos egípcios.
• Os nomarcas, concentrando poderes, formaram uma poderosa nobreza fundiária e apoiaram o faraó até possuírem poder suficiente para derrubá-lo. Quando se sentiram suficientemente poderosos, passaram a disputar o poder, ocorrendo um período de anarquia que pôs fim ao Antigo Império.
Idade Feudal (2180 – 2040 a.C.)
Inexistência do poder central, com o Egito se fracionando novamente em vários nomos. Instabilidade social e política.
Médio Império (2040 – 1786 a.C.)
Período da expansão do Império. Os faraós, apoiados pelos sacerdotes, retomaram o poder central, vencendo os nomos.
• Capital do Império: Tebas.
• A partir do crescimento e riqueza do Império, outros povos passaram a desejar dominar o Egito. Foi o caso dos hicsos, que invadiram o Egito, dominando-o por mais de um século e meio.
Domínio Hicso (1786 – 1567 a.C.)
Os hicsos, nômades, venceram graças ao cavalo, até aí desconhecido dos egípcios. Os hicsos levaram novas técnicas e culturas ao Egito, que se beneficiou com aquele domínio estrangeiro.
Nesse período houve, também, a ocupação dos hebreus, que chegaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da administração hicsa.
Novo Império (1567 – 1085 a.C.)
Os egípcios, porém, desejavam expulsar os invasores, o que foi conseguido graças a Amósis. Os hebreus foram dominados e escravizados pelos egípcios. Conseguem, porém, sair do Egito, sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.
No Novo Império o Egito adotou uma política imperialista, tornando-se uma potência militar e contando com grandes faraós como Tutmés III e Ramsés II. Mas importante, no entanto, é o governo de Amenófis IV (1375 – 1358 a.C.), que lutando contra o grande poder dos sacerdotes, destruiu o culto tradicional e instituiu o monoteísmo do deus Aton. Ainda que esta religião desaparecesse com a morte de seu criador, é de grande importância, devido à influência que exerceu sobre os hebreus.
• Amenófis IV promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra.
• Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta.
• Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar.
Período de Decadência (1085 – 663 a.C.)
Neste tempo o Egito foi dominado por líbios, núbios e assírios (Assurbanipal).
Renascimento Saíta (663 – 525 a.C.)
Os dominadores estrangeiros foram expulsos, conhecendo então o Egito um período de progresso, especialmente no comércio. Os persas, porém, venceram os egípcios (Batalha de Pelusa) e dominaram a capital, Sais. Tal vitória deveu-se à exploração sofrida pela população egípcia, que pagava altíssimos impostos para custear os gastos com o Exército e com o Estado, além de financiar os sacerdotes e faraós.
Período de domínio estrangeiro (525 a.C. – 1922 d.C.)
Desde a derrota de Pelusa frente aos persas, até 1922, o Egito sempre esteve sob o domínio estrangeiro: persa, grego-macedônico, romano, bizantino, árabe, turco, franco-inglês, inglês.
Características do Egito
• Monarquia Absoluta Teocrática (faraó e sacerdotes).
• Estreita relação entre poder político e religião.
• Comércio à base de trocas, pois não havia dinheiro.
• Crença na vida pós-morte. Cada localidade possuía seu deus, que, no momento em que a cidade tornava-se a mais poderosa, tornava-se seu Deus o Deus do Egito.
• Politeísmo: Deuses com forma de animais (zoomorfismo) ou de um misto de homem e animal (antropozoomorfismo).
• Escrita hieroglífica.
• Imobilismo social. Classes privilegiadas: Sacerdotes, nobres, escribas e líderes militares. Classes populares: Artesãos, felás (camponeses) e escravos.
• Economia sob controle do Estado.
• O Estado apropriava-se do excedente da produção, recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava impostos.
• Arquitetura foi a principal arte egípcia. Escultura e pintura como artes dependentes da arquitetura.
• Cultura influenciada pela religião.
• Avanços na astronomia, na matemática, na medicina, na geometria e na astrologia.
CIVILIZAÇÕES MESOPOTÂMICAS
As civilizações que se desenvolveram na Mesopotâmia (entre rios), assim como a civilização egípcia, buscaram os rios para fugir do deserto. No caso dessas civilizações, o Crescente Fértil (hoje Iraque), em torno dos rios Tigre e Eufrates, foi a salvação e o centro. Nessa região desenvolveram-se obras hidráulicas para evitar as enchentes e para tornar as terras férteis.
SUMÉRIOS
• Organizados em Cidades-estados como Ur, Uruk, Lagash, Nippur. Cada cidade era governada por um Patesi, sumo-sacerdote e chefe militar. As cidades viviam guerreando entre si.
• Inventores da escrita (escrita cuneiforme), da roda e da metalurgia.
• Foram dominados pelos acádios.
ACÁDIOS
• Organizados em Cidades-estados independentes, com destaque para Acad.
• Sargão I: dominou o centro e o sul da Mesopotâmia, formando o primeiro Império mesopotâmico.
• Dominados pelos amoritas, duraram apenas 300 anos.
AMORITAS (Babilônia Antiga)
• Construtores da cidade da Babilônia.
• Hamurabi: Código de Hamurabi foi o 1º código de leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”). Governou durante 43 anos, construindo um vasto império.
• Dominados pelos assírios.
ASSÍRIOS
• Violência e crueldade.
• Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado do mundo, com recrutamento obrigatório e que se tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III (tomou a cidade de Babilônia).
• Riqueza baseada no roubo. Utilizavam o cavalo, as armas de ferro e os carros de combate.
• Capitais: Assur, depois Nínive (Senaqueribe).
• Dominados pelos caldeus.
CALDEUS
• 2º Império Babilônico.
• Principal líder:Nabucodonosor. Conquistas militares, destruição de Jerusalém e escravização dos judeus ( “Cativeiro da Babilônia”). Reconstrói a Babilônia, realizando obras arquitetônicas notáveis, como os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel.
• Conquistados pelos persas, chefiados por Ciro, o grande.
Características dos Povos Mesopotâmicos
• Monarquias Absolutas Teocráticas.
• Rei era chefe militar, político e religioso.
• Politeísmo (deuses com formas humanas – antropomorfismo).
• Arte vinculada à religião e embelezamento dos palácios.
• Não acreditavam em vida pós-morte, não dando importância aos túmulos.
• Escrita cuneiforme.
• Divisão dos dias, meses e anos. Estudo do movimento dos planetas, estrelas e previsão de eclipses. Na matemática foram notáveis: divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica, divisão do circulo em 360 graus.
CIVILIZAÇÃO HEBRAICA
Povo semita iniciou seu deslocamento por volta do II milênio antes de Cristo. Estabeleceu em torno do Rio Jordão, na atual Palestina.
Período dos Patriarcas
• Divididos em tribos seminômades: descentralização política.
• Patriarcas: condutores das tribos hebraicas.
• Período de busca de uma base territorial.
• Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés e Josué.
• Secas levam os hebreus a migrarem para o Egito por volta de 1800 a.C.
• No Egito, chegaram a participar da administração hicsa. Após a expulsão dos hicsos, os hebreus são escravizados no Egito.
• Conduzidos por Moisés, os hebreus deixam o Egito (Êxodo) por volta de 1250 a.C. Em meio à viagem, Deus entrega a Moisés, no monte Sinai, duas tábuas contendo os Dez Mandamentos.
Período dos Juízes
• Período de transição entre a descentralização do período dos patriarcas e a centralização do período dos reis.
• Lutas de conquista de uma base territorial contra os cananeus e os filisteus. Josué, sucessor de Moisés, consegue agrupar as doze tribos. Para o comando militar, surge a figura do juiz. Destacaram-se Josué, Sansão, Gedeão e Samuel.
• Em 1030 a.C., os hebreus adotam a monarquia. Saul é o primeiro rei.
Período dos Reis
• Criação do Estado Hebreu, a partir de Davi, estabelecendo Jerusalém como capital (Golias: Filisteus).
• Salomão, filho e sucessor de Davi, marca o apogeu da monarquia hebraica, beneficiada pela debilidade da Mesopotâmia e do Egito.
Cisma
• Divisão da monarquia hebraica após a morte de Salomão: descontentamento popular, grandes desigualdades sociais e rivalidades entre as tribos do Norte e do Sul.
• Divisão do Império nos reinos de Israel e Judá. O reino de Israel foi invadido e destruído pelos assírios. O reino de Judá sobreviveu mais dois séculos, sendo invadido pelos babilônios (cativeiro da babilônia).
Cativeiro da Babilônia
• Escravidão dos hebreus na cidade da Babilônia.
• Foram libertados por Ciro, rei persa, e retornaram a Palestina.
• Reconstruíram o Estado hebraico na região de Judá: subordinado ao Império Persa.
Diáspora
• A Palestina é conquistado pelos macedônios e, mais tarde, pelos romanos.
• Domínio romano: pesados impostos e opressão.
• Revoltas judaicas e migrações.
• Em 70 d.C., durante o governo do Imperador Tito, a cidade de Jerusalém foi destruída e os hebreus completaram sua dispersão, abandonando a Palestina: essa dispersão do povo hebreu pelas terras do Império Romano é denominada de Diáspora.
Em 1948, a ONU criou o Estado de Israel.
Características do Povo Hebreu
- Único povo da antigüidade com religião monoteísta (Judaísmo).
- Livros sagrados: Antigo Testamento e a Torá.
- Concepção de “povo eleito”.
- Estão ainda à espera da vinda do messias.
CIVILIZAÇÃO FENÍCIA
- Povo semita que, por volta de 3000 a.C., estabeleceu-se no atual território do Líbano.
- Como a terra não era fértil para a agricultura, os fenícios voltaram-se para o mar, sendo um povo marcado pelo comércio e pela pesca.
- Civilização formada por uma série de cidades-estados independentes, como Ugarit, Biblos, Sídon e Tiro, governadas por um rei indicado pelas famílias mais poderosas.
- Fundaram inúmeras colônias nas costas do Mar Mediterrâneo e nas costas africanas. Destaque: Cartago, no norte da África.
- Criaram um alfabeto, que serviu de base para o alfabeto grego.
- Politeístas, com cultos e sacrifícios humanos.
- Dominavam a metalurgia.
- Serão conquistados sucessivamente, a partir do século VIII a.C. por babilônios, persas e mesopotâmicos. Cartago resistirá, só sendo destruída pelos romanos, nas Guerras Púnicas.
CIVILIZAÇÃO PERSA
- Localizou-se a leste da Mesopotâmia, onde atualmente fica o Irã.
- Possuía poucas áreas férteis e por isso dedicaram-se ao comércio. Implantam economia monetária e adotam um sistema de pesos e medidas.
- A civilização originou-se de dois reinos: os medas, ao norte, e os persas, ao sul.
- Em 550 a.C., Ciro unificou as duas tribos, formando o Império. Os persas dominam os medos, anexam a Líbia, submetem as cidades gregas, conquistam a Babilônia e chegam aos territórios indianos. Ciro funda a cidade de Pasárgada. Estrategista, trata bem os vencidos, respeitando seus costumes e religião, o que garante estabilidade ao Império. Liberta os judeus ao conquistar a Babilônia.
Sob o reinado de Dario I, conquistam o Egito, a região do Indo, e a Macedônia (512 a.C.), mas fracassam na tentativa de submeter os gregos. Implanta a economia monetária, tendo o dárico como unidade e divide o Império em satrapias para facilitar a administração. Liga todo o reino através de estradas.
- Serão derrotados por Alexandre, o Grande, em 331 a.C.
- O povo persa era politeísta no início da sua formação. No século VI a.C. será inventado o Zoroastro, que concebia a existência do bem e do mal. Acreditavam no dia do juízo final.
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