sexta-feira, 23 de março de 2012

CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

O Egito é uma dádiva do Nilo. Assim expressa-se a necessidade do Rio Nilo para a formação de uma das mais fenomenais civilizações da história da humanidade. A civilização egípcia formou-se entre dois desertos: o deserto Líbio e o Arábico. Assim, a civilização surgiu em torno da busca do aproveitamento da fertilidade da terra, graças aos húmus, restos de vegetação aquática putrefata e substâncias minerais, que formam-se quando retrocedem as águas do Nilo. Estabelecendo-se em volta do rio Nilo, os egípcios desenvolveram a agricultura, que foi a base de sua economia e que levou à própria unificação política. O Império era dividido em duas grandes regiões: o Alto Egito e o Baixo Egito.

Período Arcaico ou Pré-Dinástico(4000 – 3200 a.C.)
Foi no quarto milênio a.C. que teve início a história política do Egito, ainda não como unidade política, mas sim como um amontoado de pequenas províncias, chamadas nomos. Foi o período de povoamento e formação do Egito. A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens, diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do Baixo Egito (norte) em 3500 a.C.
Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados) independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie de aristocracia, proprietária das melhores terras.

Antigo Império (3200 – 2180 a.C.)
Estes dois reinos foram unidos em 3200 a.C. por Menés, governante do Alto Egito. Houve, então, a centralização política e a criação do Estado, com o surgimento da primeira dinastia egípcia.
• Capitais: Tinis, depois Mênfis.
• Monarquia Absoluta Teocrática, centrada na figura do faraó, dono de todas as terras do Egito. Todos os camponeses trabalhavam para o faraó.
• Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da fé dos egípcios.
• Os nomarcas, concentrando poderes, formaram uma poderosa nobreza fundiária e apoiaram o faraó até possuírem poder suficiente para derrubá-lo. Quando se sentiram suficientemente poderosos, passaram a disputar o poder, ocorrendo um período de anarquia que pôs fim ao Antigo Império.

Idade Feudal (2180 – 2040 a.C.)
Inexistência do poder central, com o Egito se fracionando novamente em vários nomos. Instabilidade social e política.

Médio Império (2040 – 1786 a.C.)
Período da expansão do Império. Os faraós, apoiados pelos sacerdotes, retomaram o poder central, vencendo os nomos.
• Capital do Império: Tebas.
• A partir do crescimento e riqueza do Império, outros povos passaram a desejar dominar o Egito. Foi o caso dos hicsos, que invadiram o Egito, dominando-o por mais de um século e meio.

Domínio Hicso (1786 – 1567 a.C.)
Os hicsos, nômades, venceram graças ao cavalo, até aí desconhecido dos egípcios. Os hicsos levaram novas técnicas e culturas ao Egito, que se beneficiou com aquele domínio estrangeiro.
Nesse período houve, também, a ocupação dos hebreus, que chegaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da administração hicsa.

Novo Império (1567 – 1085 a.C.)
Os egípcios, porém, desejavam expulsar os invasores, o que foi conseguido graças a Amósis. Os hebreus foram dominados e escravizados pelos egípcios. Conseguem, porém, sair do Egito, sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.
No Novo Império o Egito adotou uma política imperialista, tornando-se uma potência militar e contando com grandes faraós como Tutmés III e Ramsés II. Mas importante, no entanto, é o governo de Amenófis IV (1375 – 1358 a.C.), que lutando contra o grande poder dos sacerdotes, destruiu o culto tradicional e instituiu o monoteísmo do deus Aton. Ainda que esta religião desaparecesse com a morte de seu criador, é de grande importância, devido à influência que exerceu sobre os hebreus.
• Amenófis IV promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra.
• Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta.
• Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar.

Período de Decadência (1085 – 663 a.C.)
Neste tempo o Egito foi dominado por líbios, núbios e assírios (Assurbanipal).

Renascimento Saíta (663 – 525 a.C.)
Os dominadores estrangeiros foram expulsos, conhecendo então o Egito um período de progresso, especialmente no comércio. Os persas, porém, venceram os egípcios (Batalha de Pelusa) e dominaram a capital, Sais. Tal vitória deveu-se à exploração sofrida pela população egípcia, que pagava altíssimos impostos para custear os gastos com o Exército e com o Estado, além de financiar os sacerdotes e faraós.

Período de domínio estrangeiro (525 a.C. – 1922 d.C.)
Desde a derrota de Pelusa frente aos persas, até 1922, o Egito sempre esteve sob o domínio estrangeiro: persa, grego-macedônico, romano, bizantino, árabe, turco, franco-inglês, inglês.

Características do Egito
• Monarquia Absoluta Teocrática (faraó e sacerdotes).
• Estreita relação entre poder político e religião.
• Comércio à base de trocas, pois não havia dinheiro.
• Crença na vida pós-morte. Cada localidade possuía seu deus, que, no momento em que a cidade tornava-se a mais poderosa, tornava-se seu Deus o Deus do Egito.
• Politeísmo: Deuses com forma de animais (zoomorfismo) ou de um misto de homem e animal (antropozoomorfismo).
• Escrita hieroglífica.
• Imobilismo social. Classes privilegiadas: Sacerdotes, nobres, escribas e líderes militares. Classes populares: Artesãos, felás (camponeses) e escravos.
• Economia sob controle do Estado.
• O Estado apropriava-se do excedente da produção, recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava impostos.
• Arquitetura foi a principal arte egípcia. Escultura e pintura como artes dependentes da arquitetura.
• Cultura influenciada pela religião.
• Avanços na astronomia, na matemática, na medicina, na geometria e na astrologia.

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