Em 15 de março de 1916 o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson enviou 12 mil soldados para o outro lado da fronteira mexicana em busca do rebelde e líder guerrilheiro Pancho Villa.
Em retaliação ao ataque que o revolucionário mexicano Pancho Villa fizera em março de 1916 à pequena cidade de Columbus, situada nos limites dos Estados Unidos com o México, o presidente Woodrow Wilson ordenou que o general John Pershing comandante da fronteira, fizesse uma expedição punitiva para responder à audácia do aventureiro mexicano.
Desta forma, Pancho Villa tornou-se o primeiro inimigo dos Estados Unidos a ser caçado implacavelmente no exterior. Tratou-se da maior operação militar que os norte-americanos fizeram desde o fim da guerra contra Espanha em 1898.
O encarregado da missão de capturar Villa foi o general John Pershing, militar experiente, veterano da guerra de 1898 e da recente repressão aos filipinos, que aproveitou-se da ocasião para fazer uma série de experiências com novas táticas militares.
Levou consigo, atrás da trilha de Villa, aviões, caminhões e veículos de combate, além de uma força expedicionária de 4.800 homens, penetrando quase 480 km no interior do território de Chihuahua.Dentre seus homens esteve o futuro general Patton, que se sobressairia em uma luta contra os mexicanos, no qual matou 2 deles, inclusive o "General" Julio Cardenas, guarda-costas de Villa.
Tudo inútil. O caudilho, experiente como um puma, ocultara-se nos altos da Sierra Madre e nem os vôos de reconhecimento revelaram quaisquer pistas dele. Inevitavelmente, os atritos entre norte-americanos e mexicanos não cessaram de trazer desconforto ao governo Carranza, que se mostrara muito cuidadoso em dar liberdade total às manobras de Pershing.
Em 21 de junho de 1916, deu-se o chamado Affair Carrizal, quando um destacamento norte-americano desentendeu-se com a população do lugarejo que resistiu à passagem de soldados estrangeiros por dentro da sua cidade, havendo troca de tiros com algumas baixas de parte a parte. Embaraço que quase levou o presidente Wilson, mobilizando 75 mil integrantes da Guarda Nacional, a declarar a guerra contra o México.
Por fim, reconhecendo a inutilidade da expedição punitiva e o desgaste que a presença das tropas norte-americanas trazia para ambas as administrações, a de Wilson e a de Carranza, e com a aproximação crescente das nuvens da guerra européia, iniciada em 1914, os norte-americanos decidiram-se por retirar seus soldados do solo mexicano.
(The Course of Mexican History, Michael C. Meyer, William L. Sherman, Susan M. Deeds, Oxford University Press, 2002.)
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