1954 – Gamal Abdel Nasser torna-se primeiro-ministro do Egito.
Gamal Abdel Nasser(Alexandria, 15 de janeiro de 1918 — Cairo, 28 de setembro de 1970) foi um militar egípcio, presidente de seu país de 1954 até sua morte.
Depois de ter frequentado o ensino liceal entrou na Real Academia Militar, na qual se formou em 1938, onde terá reunido os membros do Movimento dos Oficiais Livres.
A sua sociedade revolucionária planejava mudar o rumo dos acontecimentos. Para tal pretendia afastar o rei Faruk I, aproveitando o insucesso da campanha egípcia contra Israel em 1948. O golpe foi concretizado em 1952 e conduziu a uma radical alteração das políticas governamentais. No ano seguinte 1953 a monarquia foi abolida e os partidos banidos.
Notabilizou-se, ao lado de Jawaharlal Nehru e outros, como um dos líderes carismáticos do movimento terceiro-mundista, o que lhe rendeu grande fama em todos os países do dito "Terceiro Mundo" (reza a lenda que o presidente brasileiro Jânio Quadros governava com uma foto do líder egípcio em seu gabinete). Nasser promoveu, durante seus quase vinte anos no poder, forte política nacionalista, fomentando o movimento pan-arabista, e acabou por levar o Egito a uma efêmera associação com a Síria (a República Árabe Unida).
Um marco importante de sua liderança foi a nacionalização do Canal de Suez, que resultou na Guerra de Suez (1956), em função da resposta militar de França e Inglaterra. As duas potências coloniais do século XIX, contudo, viriam a descobrir que o mundo do pós-Segunda Guerra Mundial já não mais lhes pertencia. Sem o apoio norte-americano ou soviético, os exércitos francês e britânico foram obrigados a retirar-se do Egito.
Sua maior derrota política e militar foi na guerra dos seis dias em 1967 onde perdeu boa parte do seu poderio militar (aeronáutico), atacado pelos israelenses, quando estava preparado para retomar as colinas de Golan na Síria, invadidas por Israel. Perdeu igualmente parte do Sinai também para Israel.
A Guerra do Suez, também conhecida como Segunda Guerra Israelo-Árabe ou Crise de Suez, teve início em outubro de 1956, quando Israel, com o apoio da França e Reino Unido, que utilizavam o canal para ter acesso ao comércio oriental, declarou guerra ao Egito. O Egito, numa atitude unilateral de combate ao colonialismo anglo-francês, tinha nacionalizado o canal de Suez e fechado o porto de Eilat, o que ameaçava os projetos de Israel de irrigação do deserto do Negev e cortava o seu único contato com o mar Vermelho no golfo de Aqaba. Em contrapartida, Israel conquistou a península do Sinai e controlou o Golfo de Aqaba, reabrindo o porto de Eilat.
No desenrolar do conflito, os egípcios foram derrotados, mas os Estados Unidos da América e a União Soviética interferiram, e em 1959 obrigaram os três países a retirarem-se dos territórios ocupados sob a supervisão das tropas das Nações Unidas.
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. Antecipando um ataque iminente do Egito e da Jordânia, a Força Aérea Israelense surpreendeu as nações aliadas, lançando um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia.
O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 7h e 10min da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelenses atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza, no sul da Síria, nas Colinas de Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito pós atacada.
No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria.
Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.
(Jankowski, James P. (2001), Nasser's Egypt, Arab Nationalism, and the United Arab Republic, Lynne Rienner Publishers, ISBN 1588260348)
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