quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SIMULINHO II

 
 1. O texto a seguir é um trecho do famoso discurso atribuído a Péricles, governante e legislador de Atenas, no século V a.C.
"Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar outros. Seu nome, como tudo depende não de poucos mas da maioria, é democracia.
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação."
(TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Livro II. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1986 Trad. do original grego por Mário da Gama Kury.)
Considerando as informações do texto e os conhecimentos sobre a prática da vida política ateniense naquele período, assinale a alternativa correta.
(A) Durante o século V a.C., em Atenas, a aplicação dos princípios democráticos resultou na substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre.
(B) Embora o regime ateniense tenha garantido ampla participação popular, não era verdadeiramente democrático, pois negava a igualdade dos cidadãos perante a lei.
(C) Na democracia ateniense, os cidadãos participavam diretamente do processo de tomada de decisões, expressando sua vontade por voto direto em cada assunto particular.
(D) Atenas foi a única pólis a desenvolver plenamente a democracia na Antiguidade, pois concedia a todos os cidadãos o direito de escolher livremente os seus representantes.
(E) Na democracia ateniense, todos os habitantes da cidade tinham direito de participar das assembleias, mas apenas os mais ricos podiam votar e assumir cargos importantes.


2. Na Europa feudal, o trabalho estava fundado na servidão, relação que mantinha os trabalhadores subordinados à camada senhorial por uma série de obrigações. Sobre as relações servis nesse período, é correto afirmar que
(A) o servo feudal era considerado apenas um “instrumento falante”, sem alma, sem individualidade ou direitos perante a lei, assim como ocorria na Antiguidade.
(B) a condição servil era estabelecida através da cerimônia de vassalagem, quando o camponês jurava fidelidade pessoal a seu senhor, colocando-se a seu serviço.
(C) o trabalho compulsório e gratuito, na Reserva, era uma das obrigações devidas pelo servo em troca do direito de explorar uma parcela das terras detidas pelo senhor.
(D) a condição servil era apenas o resultado de uma relação de produção, não acarretando perda de status social ou limitação das liberdades individuais do camponês.
(E) a servidão feudal baseava-se na reciprocidade de direitos e de obrigações: o servo devia serviço militar a seu suserano, mas tinha o direito de receber um feudo em retribuição.


3. Leia o trecho da carta recebida por um empresário têxtil inglês, em 1812.
"Recebemos a informação de que é dono dessas detestáveis tosquiadoras mecânicas. Fica avisado de que se elas não forem retiradas até o fim da próxima semana, eu mandarei imediatamente um de meus representantes destruí-las..."
(COGGIOLA, Osvaldo. Os inícios das organizações dos trabalhadores. In: Aurora, ano IV, número 6 – agosto de 2010, p 6.)
Identifique o movimento ao qual o texto pode ser corretamente relacionado.
(A) Ludismo.
(B) Cartismo.
(C) Fordismo.
(D) Taylorismo.
(E) Fisiocratismo.


4. Segundo o historiador Fernando Novais, o pacto colonial “define o sistema colonial porque é através dele que as colônias preenchem sua função histórica, isto é, respondem aos estímulos que lhes deram origem, que formam a sua razão de ser, enfim, que lhes dão sentido”.
(NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1973, p. 47-63.)
Considerando as ideias expostas, é correto afirmar que a exploração açucareira, no nordeste do Brasil Colonial,
(A) pode ser considerada uma exceção, visto que a montagem do sistema açucareiro atendeu muito mais às condições existentes na colônia do que aos interesses comerciais da metrópole.
(B) contrariava os objetivos gerais do colonialismo mercantilista, uma vez que grande parte dos lucros obtidos com a comercialização do açúcar era apropriada pelos senhores de engenho, em detrimento da burguesia mercantil metropolitana.
(C) seguiu a lógica particular do colonialismo português de obter lucros elevados mediante a redução nos custos da produção, razão pela qual o açúcar foi o produto escolhido, visto que essa atividade exigia investimentos iniciais bastante modestos.
(D) atendeu plenamente à lógica mercantilista dos empreendimentos coloniais, promovendo uma atividade apoiada no tripé − latifúndio, monocultura e escravidão africana − altamente lucrativa e que contribuía para a acumulação de capitais na metrópole.
(E) foi coerente com os quadros gerais do sistema colonial no que diz respeito ao produto, muito valorizado nos mercados internacionais, mas não no tocante ao uso de mão de obra africana, visto que a mão de obra indígena era mais abundante e barata.


5. Em 1907 foi realizado o primeiro levantamento geral da indústria no Brasil, indicando a existência de 3 258 empresas. Treze anos mais tarde, o Censo Industrial apontava a existência de 13 336 empresas.
Acerca do expressivo crescimento da indústria brasileira, nesse período, é correto afirmar que
(A) foi promovido graças aos incentivos fiscais e à abertura do mercado a capitais estrangeiros, com a finalidade de acelerar o crescimento econômico do país, mediante a implantação de indústrias de bens de consumo duráveis.
(B) foi resultado da política de “saneamento” econômico promovida por Campos Sales, marcada pelo combate à inflação, pela renegociação da dívida externa, pela redução dos gastos, pelo aumento de impostos e pela valorização da moeda.
(C) resultou de uma política industrializante, marcada pelos investimentos públicos dirigidos para o desenvolvimento da indústria de base e pela ação reguladora do Estado, que procurou regulamentar o mercado de trabalho urbano e limitar determinadas importações.
(D) significou o sucesso da reforma financeira promovida por Washington Luís, pois a desvalorização da moeda e a política sistemática de baixo câmbio causaram o encarecimento dos produtos importados, abrindo espaço para o desenvolvimento da indústria nacional.
(E) foi um surto industrial caracterizado pela substituição de importações de bens de consumo não duráveis, propiciado pela disponibilização de capitais da economia agroexportadora e favorecido por alterações no mercado internacional, durante a 1ª Guerra Mundial.

GABARITO
1C; 2C; 3A; 4D e 5E

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