sábado, 11 de fevereiro de 2012

PHISOLOFANDO

Filosofia inverte lógica no processo de criação de empresas

São Paulo - A filosofia do Lean Startup ou Pensamento Enxuto, criada pelo americano Eric Ries, tem ganhado cada vez mais adeptos nos círculos de empreendedores digitais de todo o mundo. A inversão de algumas etapas na construção de um negócio, característica dessa filosofia, pode deixar o empreendedor tradicional brasileiro um pouco confuso, mas, quando a questão é inovação e tecnologia, o Lean Startup faz sentido.
Um dos diferenciais do Pensamento Enxuto é que a primeira tarefa do empreendedor começa pela identificação de um possível problema do mercado. Um exemplo são as pessoas que jogam tênis e frequentemente não têm parceiros. Como achar esses parceiros? Nesse tipo de situação é possível detectar uma oportunidade ainda não explorada.
O passo seguinte é a validação dessa informação junto aos potenciais clientes. “Validar significa perguntar ao cliente se esse é realmente um problema e se ele estaria disposto a pagar para resolvê-lo”, diz o especialista em Lean Startup, Maurílio Alberone.
Nos negócios tradicionais, diferentemente do Pensamento Enxuto, o empresário identifica uma oportunidade, faz uma plano de negócios, cria a empresa e desenvolve o produto, para depois testá-lo junto ao cliente. “No processo do Lean Startup, o empreendedor nem tem uma empresa formal. Ele testa a ideia da forma mais simples possível, perguntando, conversando, fazendo relacionamentos com pessoas interessadas no tema”, diz o especialista. Ele apresentou na manhã desta sexta-feira (10) a palestra Como planejar empresas digitais de sucesso, no espaço Like a Boss, do Sebrae, na Campus Party 2012, em São Paulo.
Passadas as primeiras etapas, que consistem na identificação do problema e sua validação, a filosofia do Pensamento Enxuto passa para a fase de execução, com etapas de formatação real do produto que será comercializado, busca de investidores e estruturação de processos convencionais de uma empresa - formalização, contratação de funcionários, etc.
“No processo tradicional, o empreendedor começa com a criação de um produto que ainda não foi validado pelo mercado. O resultado final é o desespero. Eu já abri três negócios dessa forma e não consegui ir para frente. Não é o que acontece com o Pensamento Enxuto”, disse o consultor. O empresário Thiago Colares, de Salvador, participou da palestra e vive um problema semelhante. Largou o emprego junto com três amigos e abriu uma startup de forma tradicional.

Reformulação
O objetivo do empresário era produzir softwares que pudessem ser comercializados em larga escala, mas, para manter os custos da empresa, passou a prestar pequenos serviços na área de tecnologia da informação. “Começamos a contratar pessoas para uma empresa prestadora de serviço, mas o que queríamos era desenvolver os softwares”. No ano passado, Thiago e seus amigos participaram de um edital de inovação e receberam R$ 400 mil. “O problema é que não conseguimos até agora desenvolver o produto do edital“. Em uma decisão radical, mandaram embora os funcionários estão reformulado a empresa na filosofia do Pensamento Enxuto.

(http://www.tosabendo.com/conteudo/noticia-ver.asp?id=216276)