quarta-feira, 28 de março de 2012

UMA CRONOLOGIA DE BRASIL COLONIAL

 1500 - Chegada dos portugueses ao Brasil (dia 22 de abril), liderados por Pedro Álvares Cabral.

1530 - Expedição comandada por Martim Afonso de Souza, cujo objetivo era organizar a defesa e povoamento do litoral brasileiro.

1532 - Criação do sistema de Capitanias Hereditárias (rei D. João III).

1538 - Começam a chegar ao Brasil os primeiros escravos vindos da África.

1548 - A Coroa Portuguesa cria e institui o Governo-Geral no Brasil.

1555 - Fundação da França Antártica no Rio de Janeiro.

1567 - Os franceses são expulsos do Rio de Janeiro (fim da França Antártica)

1580 - Após a União Ibérica o Brasil passa a ser domínio espanhol.

1599 - Início dos ataques holandeses ao litoral brasileiro.

1640 - Com o fim da União Ibérica o Brasil volta a ser governado por Portugal.

1645 - Começa a Insurreição Pernambucana (Guerra da Luz Divina)

1654 - Os holandeses são expulsos do Nordeste do Brasil.

1680 - Decretação de lei proibindo a escravidão de índios no Brasil.

1684 a 1685 - Ocorre a revolta de Beckman no Maranhão.

1705 - Após a descoberta de minas de ouro tem inicio a "corrida do ouro" em direção à Capitania de Minas Gerais. Começa o Ciclo do Ouro.

1707 a 1709 - Guerra dos Emboabas.

1710 - Guerra dos Mascates

1719 - Coroa Portuguesa cria o "quinto" (imposto sobre o ouro encontrado no Brasil) e as Casas de Fundição.

1720 - Revolta de Filipe dos Santos em Vila Rica (contra a cobrança do "quinto").

1750 - Tratado de Madri entre Portugal e Espanha.

1753 a 1756 - Guerra Guaranítica entre jesuítas + índios X tropas luso-espanholas, no sul do Brasil após a assinatura do Tratado de Madri, em 1750. Os índios guaranis da região dos Sete Povos das Missões recusam-se a deixar suas terras no território do Rio Grande do Sul e a se transferir para o outro lado do rio Uruguai, conforme ficara acertado no acordo de limites entre Portugal e Espanha.

1765 - Coroa Portuguesa cria o sistema da "derrama", para cobrar os impostos atrasados na região aurífera brasileira.

1760 - Marquês de Pombal decreta a expulsão dos padres jesuítas do Brasil.

1785 - A produção industrial é proibida no Brasil com lei criada pela Coroa Portuguesa.

1789 - Inconfidência Mineira (tentativa brasileira de libertação da Coroa Portuguesa). Líder Tiradentes é preso, o movimento é sufocado e Tiradentes condenado a morte.

1798 - Guerra dos Alfaiates na província da Bahia (tentativa de formação de governo independente de Portugal).

1808 - Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Início do Período Joanino (1808 a 1821).

1810 - Tratado de Comércio e Navegação com a Grã-Bretanha.

1815 - Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves.

1817 - Revolução Pernambucana.

1821 - D. João VI é convocado pelas cortes portuguesas para voltar à Portugal. D. Pedro I torna-se príncipe regente do Brasil.

CIVILIZAÇÕES MESOPOTÂMICAS

As civilizações que se desenvolveram na Mesopotâmia (entre rios), assim como a civilização egípcia, buscaram os rios para fugir do deserto. No caso dessas civilizações, o Crescente Fértil (hoje Iraque), em torno dos rios Tigre e Eufrates, foi a salvação e o centro. Nessa região desenvolveram-se obras hidráulicas para evitar as enchentes e para tornar as terras férteis.



SUMÉRIOS

• Organizados em Cidades-estados como Ur, Uruk, Lagash, Nippur. Cada cidade era governada por um Patesi, sumo-sacerdote e chefe militar. As cidades viviam guerreando entre si.

• Inventores da escrita (escrita cuneiforme), da roda e da metalurgia.

• Foram dominados pelos acádios.



ACÁDIOS

• Organizados em Cidades-estados independentes, com destaque para Acad.

• Sargão I: dominou o centro e o sul da Mesopotâmia, formando o primeiro Império mesopotâmico.

• Dominados pelos amoritas, duraram apenas 300 anos.



AMORITAS (Babilônia Antiga)

• Construtores da cidade da Babilônia.

• Hamurabi: Código de Hamurabi foi o 1º código de leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”). Governou durante 43 anos, construindo um vasto império.

• Dominados pelos assírios.



ASSÍRIOS

• Violência e crueldade.

• Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado do mundo, com recrutamento obrigatório e que se tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III (tomou a cidade de Babilônia).

• Riqueza baseada no roubo. Utilizavam o cavalo, as armas de ferro e os carros de combate.

• Capitais: Assur, depois Nínive (Senaqueribe).

• Dominados pelos caldeus.



CALDEUS

• 2º Império Babilônico.

• Principal líder:Nabucodonosor. Conquistas militares, destruição de Jerusalém e escravização dos judeus ( “Cativeiro da Babilônia”). Reconstrói a Babilônia, realizando obras arquitetônicas notáveis, como os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel.

• Conquistados pelos persas, chefiados por Ciro, o grande.



Características dos Povos Mesopotâmicos

• Monarquias Absolutas Teocráticas.

• Rei era chefe militar, político e religioso.

• Politeísmo (deuses com formas humanas – antropomorfismo).

• Arte vinculada à religião e embelezamento dos palácios.

• Não acreditavam em vida pós-morte, não dando importância aos túmulos.

• Escrita cuneiforme.

• Divisão dos dias, meses e anos. Estudo do movimento dos planetas, estrelas e previsão de eclipses. Na matemática foram notáveis: divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica, divisão do circulo em 360 graus.

sexta-feira, 23 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 23/03/1879, a Batalha de Topáter foi foi a primeira contenda da Guerra do Pacífico. 554 soldados chilenos mais a cavalaria marcharam rumo a Calama, encontrando a resistência boliviana, composta de 135 soldados e civis residentes na área, liderados pelo Dr. Ladislao Cabrera, entrincheirados em pontes destruídas. Pedidos de rendição não surtiram efeito, e a batalha teve início. Parte dos bolivianos bateu em retirada, exceto por alguns civis, que liderados pelo Coronel Eduardo Avaroa, lutaram até o fim.

A Guerra do Pacífico foi uma contenda militar travada entre o Peru, a Bolívia e o Chile, entre 1879 e 1884 motivada pela posse de um território inabitado no Norte do deserto do Atacama. Esta zona era bastante cobiçada por ser naturalmente rico em nitrato de potássio, para além de outros minerais como o cobre.
Foi reconhecido à Bolívia o direito de controlar esta região pelo Tratado de 1874, o que obrigava os Chilenos a ter de pagar novos impostos num período de vinte e cinco anos, facto que não agradava nada às companhias que comercializavam este produto. A fixação de um novo imposto, ordenada pelo presidente da Bolívia Hilarión Daza, levou o Chile a ocupar o porto de Antofagasta na costa do Pacífico, em fevereiro de 1879. A Bolívia decretou guerra ao Chile e obteve o apoio velado do Peru. O Chile contava com uma poderosa frota naval e pouco a pouco foi tomando as províncias produtoras de nitrato obrigando a Bolívia a retirar-se da guerra.
Em 1881, o exército do Chile chegou a Lima, que dois anos depois de se ver privado da sua capital aceitou negociar a paz no Tratado de Ancón, celebrado a 20 de outubro de 1883, prescindindo das províncias do Tarapacá, da Tacna e da Arica. No ano seguinte (1884), a Bolívia cedeu a região de Atacama e o porto de Antofagasta ao Chile.

CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

O Egito é uma dádiva do Nilo. Assim expressa-se a necessidade do Rio Nilo para a formação de uma das mais fenomenais civilizações da história da humanidade. A civilização egípcia formou-se entre dois desertos: o deserto Líbio e o Arábico. Assim, a civilização surgiu em torno da busca do aproveitamento da fertilidade da terra, graças aos húmus, restos de vegetação aquática putrefata e substâncias minerais, que formam-se quando retrocedem as águas do Nilo. Estabelecendo-se em volta do rio Nilo, os egípcios desenvolveram a agricultura, que foi a base de sua economia e que levou à própria unificação política. O Império era dividido em duas grandes regiões: o Alto Egito e o Baixo Egito.

Período Arcaico ou Pré-Dinástico(4000 – 3200 a.C.)
Foi no quarto milênio a.C. que teve início a história política do Egito, ainda não como unidade política, mas sim como um amontoado de pequenas províncias, chamadas nomos. Foi o período de povoamento e formação do Egito. A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens, diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do Baixo Egito (norte) em 3500 a.C.
Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados) independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie de aristocracia, proprietária das melhores terras.

Antigo Império (3200 – 2180 a.C.)
Estes dois reinos foram unidos em 3200 a.C. por Menés, governante do Alto Egito. Houve, então, a centralização política e a criação do Estado, com o surgimento da primeira dinastia egípcia.
• Capitais: Tinis, depois Mênfis.
• Monarquia Absoluta Teocrática, centrada na figura do faraó, dono de todas as terras do Egito. Todos os camponeses trabalhavam para o faraó.
• Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da fé dos egípcios.
• Os nomarcas, concentrando poderes, formaram uma poderosa nobreza fundiária e apoiaram o faraó até possuírem poder suficiente para derrubá-lo. Quando se sentiram suficientemente poderosos, passaram a disputar o poder, ocorrendo um período de anarquia que pôs fim ao Antigo Império.

Idade Feudal (2180 – 2040 a.C.)
Inexistência do poder central, com o Egito se fracionando novamente em vários nomos. Instabilidade social e política.

Médio Império (2040 – 1786 a.C.)
Período da expansão do Império. Os faraós, apoiados pelos sacerdotes, retomaram o poder central, vencendo os nomos.
• Capital do Império: Tebas.
• A partir do crescimento e riqueza do Império, outros povos passaram a desejar dominar o Egito. Foi o caso dos hicsos, que invadiram o Egito, dominando-o por mais de um século e meio.

Domínio Hicso (1786 – 1567 a.C.)
Os hicsos, nômades, venceram graças ao cavalo, até aí desconhecido dos egípcios. Os hicsos levaram novas técnicas e culturas ao Egito, que se beneficiou com aquele domínio estrangeiro.
Nesse período houve, também, a ocupação dos hebreus, que chegaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da administração hicsa.

Novo Império (1567 – 1085 a.C.)
Os egípcios, porém, desejavam expulsar os invasores, o que foi conseguido graças a Amósis. Os hebreus foram dominados e escravizados pelos egípcios. Conseguem, porém, sair do Egito, sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.
No Novo Império o Egito adotou uma política imperialista, tornando-se uma potência militar e contando com grandes faraós como Tutmés III e Ramsés II. Mas importante, no entanto, é o governo de Amenófis IV (1375 – 1358 a.C.), que lutando contra o grande poder dos sacerdotes, destruiu o culto tradicional e instituiu o monoteísmo do deus Aton. Ainda que esta religião desaparecesse com a morte de seu criador, é de grande importância, devido à influência que exerceu sobre os hebreus.
• Amenófis IV promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra.
• Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta.
• Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar.

Período de Decadência (1085 – 663 a.C.)
Neste tempo o Egito foi dominado por líbios, núbios e assírios (Assurbanipal).

Renascimento Saíta (663 – 525 a.C.)
Os dominadores estrangeiros foram expulsos, conhecendo então o Egito um período de progresso, especialmente no comércio. Os persas, porém, venceram os egípcios (Batalha de Pelusa) e dominaram a capital, Sais. Tal vitória deveu-se à exploração sofrida pela população egípcia, que pagava altíssimos impostos para custear os gastos com o Exército e com o Estado, além de financiar os sacerdotes e faraós.

Período de domínio estrangeiro (525 a.C. – 1922 d.C.)
Desde a derrota de Pelusa frente aos persas, até 1922, o Egito sempre esteve sob o domínio estrangeiro: persa, grego-macedônico, romano, bizantino, árabe, turco, franco-inglês, inglês.

Características do Egito
• Monarquia Absoluta Teocrática (faraó e sacerdotes).
• Estreita relação entre poder político e religião.
• Comércio à base de trocas, pois não havia dinheiro.
• Crença na vida pós-morte. Cada localidade possuía seu deus, que, no momento em que a cidade tornava-se a mais poderosa, tornava-se seu Deus o Deus do Egito.
• Politeísmo: Deuses com forma de animais (zoomorfismo) ou de um misto de homem e animal (antropozoomorfismo).
• Escrita hieroglífica.
• Imobilismo social. Classes privilegiadas: Sacerdotes, nobres, escribas e líderes militares. Classes populares: Artesãos, felás (camponeses) e escravos.
• Economia sob controle do Estado.
• O Estado apropriava-se do excedente da produção, recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava impostos.
• Arquitetura foi a principal arte egípcia. Escultura e pintura como artes dependentes da arquitetura.
• Cultura influenciada pela religião.
• Avanços na astronomia, na matemática, na medicina, na geometria e na astrologia.

quinta-feira, 22 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 22/03/1903, Os Estados Unidos instalam uma base militar em Guantánamo, Cuba. Essa base naval norte americana; apesar de ter sido alugada em 1903 aos Estados Unidos da América por intermédio de um acordo entre os dois países (assinado pelo então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt e o presidente de Cuba, Tomás Estrada Palma, pelo valor de 4.085 dólares), sua concessão foi estabelecida de Direito Internacional, durante a Guerra Hispano-Americana pela marinha estadunidense em 1898.

PRÉ - HISTÓRIA

 Do surgimento do homem à invenção da escrita (4,4 milhões a 4 mil anos atrás)

TEORIAS SOBRE O SURGIMENTO DO HOMEM
Criacionista: Surgimento do homem ligado à origem bíblica. Adão e Eva originando a espécie humana.
Evolucionista: Charles Darwin. Homem como vitorioso num processo de seleção natural e evolução.
Divide-se em:
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (4,4 milhões de anos a 10.000 a.C.)
- Caça, pesca e coleta de alimentos.
- Regime de comunidade primitiva.
- Instrumentos rudimentares feitos de ossos, madeiras ou lascas de pedra.
- Propriedade coletiva das terras, águas e bosques.
- Magia.
- Subivide-se em Paleolítico Superior e Inferior:

Paleolítico Inferior
- Surgimento dos primeiros hominídeos: homo habilis, homem de java, homem de Neanderthal e homo sapiens.
- Sepultamento dos mortos com seus objetos pessoais.
- Nomadismo.
- Grandes avanços: controle do fogo (500.000 a.C.) e invenção do arco e flecha.
- Início da vida grupal.

Paleolítico Superior (30.000 a.C.)
- Surgimento do homem de Cro-Magnon.
- Termina com o fim da última glaciação.
- Cozimento dos alimentos.
- Semi-nomadismo, abrigavam-se nas cavernas durante as épocas mais frias.
- Pinturas rupestres.
- Uso de adornos e pinturas corporais.

Mesolítico (entre 100.000 e 8.000 a.C.)
- Início da formação das aldeias e da sedentarização, além do início da agricultura. Há uma fabricação de instrumentos mais avançados, incluindo a cerâmica. Surge a divisão do trabalho, baseada principalmente no sexo.

Neolítico ou Idade da Pedra Polida (10.000 a 5.000 a.C.)
- Revolução Neolítica (agricultura e pecuária).
- Melhor acabamento dos instrumentos (polimento de pedras e ossos).
- Cerâmica.
- Construção dos monumentos megalíticos (de pedra).
- Crescimento demográfico.
- A evolução do paleolítico para o neolítico não ocorreu em todas as tribos.
- Não conhecia o ferro, o vidro, a pólvora, e não empregava a roda.
- Sedentarização.

Idade dos Metais (5.000 a 4.000 a.C.)
- Fundição de metais. Cobre, estanho, bronze e ferro.
- Produção de excedentes e de novos tipos de armas.
- Surgimento das primeiras civilizações.
- Propriedade privada, Estado e desigualdades sociais.

OS ANCESTRAIS DO HOMEM
Austrolopithecus (África): Mais antigo dos hominídeos. 3,5 milhões a 2 milhões de anos atrás. Andavam eretos, eram bípedes e essencialmente vegetarianos. Um exemplo é Lucy (entre 1 e 1,5 metros).

Homo Habilis (mais ou menos 2,4 milhões de anos atrás até cerca de 1,5 milhão de anos atrás): Conseguia fazer uso de utensílios de pedra, inclusive armas, com as quais podia caçar animais, o que lhe permitiu ser carnívoro. Foi o primeiro hominídeo a usar o cérebro. Viviam no sul e no leste da África.

Homo Erectus (cerca de 1,8 milhão de anos atrás): É o primeiro a usar objetos de osso e pedra como ferramentas e como arma, a empregar o fogo e, provavelmente, a falar. Dispersou-se pela Ásia, pela África e pela Europa. Caçava animais grandes. Descobriu o fogo e vivia em grandes cavernas.

Homo Sapiens (cerca de 300 mil anos atrás): Antepassado humano mais próximo, dispersa-se pela Ásia, África, Oceania e Américas. Divide-se novamente, gerando o Homem de Neanderthal e o Homo Sapiens Sapiens (homem moderno). O homem de Neanderthal viveu principalmente na Europa. Essencialmente carnívoro, fabricava armas e possuía capacidade cerebral próxima à do homem moderno. Viveu entre 230.000 anos e 28.000 anos atrás. Já o Sapiens Sapiens evoluiu para a formação das civilizações iniciais. Esse Sapiens Sapiens foi quem deu origem aos ameríndios. Três teorias tentam explicar como o Sapiens Sapiens chegou à América: a primeira é a da passagem pelo Estreito de Bering, entre 30 mil e 10 mil anos atrás, aproveitando o rebaixamento da água dos oceanos durante a última glaciação. Outra teoria é a da travessia do Oceano Pacífico desde a Polinésia até a costa ocidental do Peru. Há, ainda, uma terceira teoria com a travessia do Oceano Pacífico desde a Austrália até a Terra do Fogo, no sul do Chile.

quarta-feira, 21 de março de 2012

SEJAM BEM - VINDOS!

Amanhã inicio meu ano de cursinho conhecendo as turmas EM2, IM3, ENG e ENC. Novos e "velhos" rostos que se somam aos alunos do TERCEIRÃO, MED ESPECIAL, MED + e JURIS. Depois virão as outras turmas dos cursos SUPER EXTENSIVO, EXTENSIVO, INTENSIVO I, SEMIEXTENSIVO; no segundo semestre, INTENSIVO II e REVISÃO . Desejo sucesso para meus colegas de trabalho. Para meus alunos, independente do curso ou da turma, lembro que o importante é que iniciamos nossa caminhada em busca da vaga na universidade. Vamos, mais uma vez, trilhar pelos caminhos da história: suas conquistas, suas discórdias, seus herois, seus infames, suas verdades, suas incertezas...
Relendo Galeano reflito: "A história é um profeta com o olhar voltado para trás. Pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será." No meio de 2012 e em 2013 ao olhar os nomes desses jovens no listão, terei a certeza de que fiz a escolha certa: Amar minha profissão. Nunca desistir. Saber reconhecer. Buscar sempre melhorar. Aceitar a crítica e administrar o elogio. Aprender com a experiência dos colegas antigos e valorizar a iniciativa dos novos. Dizer para aqueles que hoje dependem do meu trabalho: Muito obrigado por me ensinarem, enquanto buscavam aprender.

UNIVERSITÁRIO: AMANHÃ COMEÇA O SHOW!

VIAJANDO NO TEMPO

Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, cerca de 5.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.
Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do apartheid. No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de Março, a partir do ano seguinte.
( BBC: On This Day)

GIGANTE PARA SEMPRE

terça-feira, 20 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 20/03/2003, sem o apoio da OTAN ou da ONU para uma intervenção militar, George W. Bush organizou a Coalizão da Boa Vontade; forças armadas que invadiram preventivamente o Iraque, removendo o ditador Saddam Hussein do poder.

Na sequência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 aos EUA, o regime iraquiano foi considerado hostil para os EUA e seus aliados, tornando-se alvo de inspeções da ONU no sentido de se encontrarem armas de destruição maciça no país. Apesar dos resultados inconclusivos das inspeções - e da ausência de mandato expresso para o uso da força por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas -, em 20 de março de 2003, uma coligação de forças norte-americanas e britânicas atacou o Iraque e derrubou o regime presidido por Saddam Hussein, seguindo-se um período de grande instabilidade.
A 30 de janeiro de 2005, pela primeira vez após a queda do regime, realizaram-se eleições livres no país. Apesar dos atentados registados nesse dia, mais de 50% da população participou neste acontecimento político, principalmente população xiita e curda. A rutura entre xiitas e sunitas fez-se sentir na ocorrência às urnas, já que a adesão foi bastante menor ou nula nas regiões de população sunita. Os xiitas obtiveram maioria absoluta.

Bibliografia básica recomendada
Johnson, Paul M. A History of the American People. Harper Perennial, 1999.
Karnal, Leandro. História dos Estados Unidos: das origens ao século XX. Contexto, 2007.
Purvis, Thomas L. A Dictionary of American History. Blackwell Publishers, 1997.

OFICINA DE HISTÓRIA

 12 de abril inicia a OFICINA DE HISTÓRIA do MARCELÃO no Curso Universitário

Em 2011 algumas de nossas palestras foram:
- Cidadania e democracia na história
- O negro na formação histórica brasileira
- O trabalho na história
- Revoluções na história
- EUA X América Latina

segunda-feira, 19 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 19/03/1964, liderada por um capelão americano, padre Patrick Peyton, enviado ao Brasil para criar mobilização popular contra o governo, começa a Marcha da Família com Deus pela Liberdade para dar legitimidade ao golpe. A mobilização foi respaldada por Adhemar de Barros e Carlos Lacerda.
Foi uma manifestação pública organizada por setores conservadores da sociedade brasileira em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro em 13 de março de 1964, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base. Supostamente, congregou meio milhão de pessoas em repúdio ao Presidente João Goulart e ao regime comunista vigente em outros países.
Os militares juntamente com os políticos organizavam a derrubada de Goulart com o apoio da classe média. A marcha da família teve o apoio dos grandes empresários, que fecharam suas empresas em horário comercial e transportaram as pessoas para a manifestação.
Como os arquivos do governo de Lindon Johnson comprovariam, vinte anos mais tarde, foi feita uma operação militar chamada Brother Sam para atuar no Brasil. Teria sido um plano de guerra dos EUA contra as forças janguistas no Brasil. Poderia ter havido um sério conflito bélico entre os dois países, e, embora os EUA pareçam ter vantagem, já estavam investindo em recursos financeiros, armamentistas e humanos noutra guerra, contra o Vietnã, onde o país norte-americano saiu derrotado, anos depois.

Bibliografia básica recomendada
Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (título: Revolução de 1964)
Anos de Chumbo, Celso de Castro (Relume-Dumará)
As Forças Armadas: Política e Ideologia no Brasil, Eliézer de Oliveira (Editora Vozes, 1976)
O Papel dos Estados Unidos da América no Golpe de Estado de 31 de Março, Phyllis Parker (Editora Civilização Brasileira, 1977).
1964, Visto e Comentado pela Casa Branca, Marcos Sá Corrêa (L&PM)

sexta-feira, 16 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 16 de março de 1935 Adolf Hitler ordena o rearmamento da Alemanha violando o Tratado de Versalhes. A obrigação do serviço militar foi reintroduzida para a formação da Wehrmacht; o nome do conjunto das forças armadas da Alemanha durante o Terceiro Reich entre 1935 e 1945 e englobava o Exército (Heer), Marinha de Guerra (Kriegsmarine) , Força Aérea (Luftwaffe) e tropas das Waffen-SS.
A lei de alistamento traria o novo nome Wehrmacht, cujo símbolo seria uma versão estilizada da Cruz de Ferro. A existência da Wehrmacht foi oficialmente anunciada em 15 de outubro de 1935. Acredita-se que o número de soldados que nela serviram durante sua existência de 1935 a 1945 seja de aproximadamente 18,2 milhões.
(SHIRER, Willian l. Ascensão e Queda do Terceiro Reich (4 vols). Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1964.)

quinta-feira, 15 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

Em 15 de março de 1916 o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson enviou 12 mil soldados para o outro lado da fronteira mexicana em busca do rebelde e líder guerrilheiro Pancho Villa.
Em retaliação ao ataque que o revolucionário mexicano Pancho Villa fizera em março de 1916 à pequena cidade de Columbus, situada nos limites dos Estados Unidos com o México, o presidente Woodrow Wilson ordenou que o general John Pershing comandante da fronteira, fizesse uma expedição punitiva para responder à audácia do aventureiro mexicano.
Desta forma, Pancho Villa tornou-se o primeiro inimigo dos Estados Unidos a ser caçado implacavelmente no exterior. Tratou-se da maior operação militar que os norte-americanos fizeram desde o fim da guerra contra Espanha em 1898.
O encarregado da missão de capturar Villa foi o general John Pershing, militar experiente, veterano da guerra de 1898 e da recente repressão aos filipinos, que aproveitou-se da ocasião para fazer uma série de experiências com novas táticas militares.
Levou consigo, atrás da trilha de Villa, aviões, caminhões e veículos de combate, além de uma força expedicionária de 4.800 homens, penetrando quase 480 km no interior do território de Chihuahua.Dentre seus homens esteve o futuro general Patton, que se sobressairia em uma luta contra os mexicanos, no qual matou 2 deles, inclusive o "General" Julio Cardenas, guarda-costas de Villa.
Tudo inútil. O caudilho, experiente como um puma, ocultara-se nos altos da Sierra Madre e nem os vôos de reconhecimento revelaram quaisquer pistas dele. Inevitavelmente, os atritos entre norte-americanos e mexicanos não cessaram de trazer desconforto ao governo Carranza, que se mostrara muito cuidadoso em dar liberdade total às manobras de Pershing.
Em 21 de junho de 1916, deu-se o chamado Affair Carrizal, quando um destacamento norte-americano desentendeu-se com a população do lugarejo que resistiu à passagem de soldados estrangeiros por dentro da sua cidade, havendo troca de tiros com algumas baixas de parte a parte. Embaraço que quase levou o presidente Wilson, mobilizando 75 mil integrantes da Guarda Nacional, a declarar a guerra contra o México.
Por fim, reconhecendo a inutilidade da expedição punitiva e o desgaste que a presença das tropas norte-americanas trazia para ambas as administrações, a de Wilson e a de Carranza, e com a aproximação crescente das nuvens da guerra européia, iniciada em 1914, os norte-americanos decidiram-se por retirar seus soldados do solo mexicano.
(The Course of Mexican History, Michael C. Meyer, William L. Sherman, Susan M. Deeds, Oxford University Press, 2002.)

segunda-feira, 12 de março de 2012

DJ CELÃO PENSANDO NUMA BOA SEMANA

VIAJANDO NO TEMPO

No dia 12 de março de 1930, Mahatma Gandhi e vários discípulos iniciaram uma marcha em protesto ao domínio britânico na Índia. Foi um ato de protesto contra a proibição, imposta pelos britânicos, da extração de sal na Índia colonial. Mahatma Gandhi caminhou de Sabarmati Ashram a Dandi, para pegar um pouco de sal para si. A caminhada, de quase 400 quilômetros, durou 25 dias em direção ao litoral. Gandhi e seus seguidores paravam de cidade em cidade para descansar, conseguindo assim mais simpatizantes. O protesto foi incitado pelo fato de que, naquela época, os indianos eram obrigados a comprar produtos industrializados do Reino Unido, sendo proibidos inclusive de extrair sal em seu próprio país.
No dia 6 de abril, depois do banho, ritual sagrado para os hindus, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar, e seu gesto foi repetido simbolicamente pelos milhares de indianos ali presentes. Em resposta e esses atos, os britânicos prenderam mais de 50 mil indianos, entre eles o próprio Gandhi.
Mesmo com a prisão de Gandhi, a marcha continuou, em direção às salinas ao norte de Bombaim. Aproximaram-se em silêncio dos depósitos de sal, guardados por 400 policiais, que investiram contra eles com cassetetes. Os protestantes foram tombando, sem esboçar gestos de defesa. Cada coluna que avançava era igualmente abatida.
(GANDHI, Mohandas Karamchand. Autobiografia: minha vida e minhas experiências com a verdade. São Paulo: Palas Athena, 1999.)

sexta-feira, 9 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

No dia 09/03/1954 a CBS transmite pela televisão o episódio See It Now, "Uma Denúncia sobre o Senador Joseph McCarthy", produzido por Edward R. Murrow.
Um pioneiro das transmissões de notícias pela televisão, Murrow produziu uma série de reportagens televisivas que conduziram à censura do Senador Joseph McCarthy, e sua consequente decadência, bem como a reversão de parte das perseguições políticas que provocou.
O filme Boa Noite e Boa Sorte retrata tanto Murrow como este período infame da história dos Estados Unidos da América, além da atitude corajosa e distinta de Murrow perante o terror provocado pelos macartistas.
O Macartismo realizou o que alguns denominaram "caça às bruxas" na área cultural, atingindo atores, diretores e roteiristas que, durante a guerra, manifestam-se a favor da aliança com a União Soviética e, depois, a favor de medidas para garantir a paz e evitar nova guerra. O caso mais famoso nesta área foi Charlie Chaplin.

quinta-feira, 8 de março de 2012

SOCIOLOF-A-N-D-O

Basta amedrontá-los?
O jovem pode no conjunto das suas relações não ter muitos adultos significativos, mas se existir pelo menos um com quem possa ser estabelecida uma relação de vinculação segura, a probabilidade deste enveredar por um caminho desviante será efetivamente menor.

"Em 1977 foi feita uma tentativa dramática para tratar a delinquência. Alguns adolescentes (rapazes e raparigas) fizeram parte de um estudo especial. Tendo sido classificados como delinquentes, foram aleatoriamente destinados a um grupo de tratamento (experimental) e a um grupo de controlo. Os delinquentes do grupo de tratamento foram levados a uma prisão para adultos em Rahway, Nova Jérsia; ali, indivíduos adultos do núcleo duro, condenados perpetuamente a trabalhos forçados, confrontaram-nos verbalmente com o erro que cometeram nas suas vidas. Os adultos criminosos vociferaram, inquietaram e assustaram os delinquentes. Relataram a verdade nua e crua da vida na prisão, tal como a brutalidade, as violações homossexuais, a degradação e a falta de liberdade pessoal."
Finkenauer, J. O., e Kuhmerker, L., Scared straight. Moral Educational Forum, 1979, 4 (3), 1-7).

Quais lhe parece terem sido os resultados deste estudo? Se está a imaginar que os adolescentes do grupo experimental enveredaram por caminhos com menos encruzilhadas, posso desde já dizer-lhe que se enganou. Na verdade, a ida à prisão e o "tratamento de choque" verbal que se seguiu foi comprovadamente pior do que se não tivesse havido qualquer tratamento. Os elementos do grupo de controlo foram detidos em número muito mais reduzido do que os elementos do grupo experimental.
Num outro estudo realizado em 1984, com 260 delinquentes jovens, em vez de se procurar amedrontar os adolescentes foi usada como estratégia a supervisão, tendo esta produzido efeitos bastante diferentes da estratégia anterior. Ou seja "os jovens eram menos propensos a cometer novos atos antissociais se fossem colocados sob a supervisão de um adulto sensível e interessado, tal como um técnico que trabalhe com esta faixa etária ou um conselheiro que disponha de tempo para ouvir e responder aos adolescentes e que se interesse verdadeiramente pelo que lhe acontece". Os resultados deste último estudo vêm reforçar uma ideia que já muitas vezes tem sido referida em artigos anteriores: a importância da existência de uma relação afetiva securizante no bom desenvolvimento humano. O jovem pode no conjunto das suas relações não ter muitos adultos significativos, mas se existir pelo menos um com quem possa ser estabelecida uma relação de vinculação segura, a probabilidade deste enveredar por um caminho desviante será efetivamente menor.
Os resultados destes estudos trouxeram-me à memória o caso de uma adolescente que acompanhei há já alguns anos. A adolescente vivia com a avó e o pai, uma vez que a mãe tinha problemas de alcoolismo. O pai era verdadeiramente excecional. Ainda hoje, embora não me lembre do seu rosto, recordo a sua sensatez e coerência. A adolescente namorava com um rapaz toxicodependente. Apesar desta relação não ser vista com bons olhos pelo pai, este nunca proibiu o namoro, embora tentasse demovê-la desta relação, usando uma estratégia bastante curiosa: levava-a ao local onde o namorado consumia drogas para que pudesse ver com os seus próprios olhos que ele era consumidor, já que ele lhe garantia que não o era. Como "água mole em pedra dura, tanto dá até que fura", este pai, com a sua estratégia, acabou por conseguir mostrar à filha que aquela relação iria trazer-lhe muitos problemas. Apesar de ter sofrido bastante, a adolescente acabou por terminar a relação.
Este caso, bem como os estudos anteriores, mostra claramente que as mudanças só se podem operar, verdadeiramente, no contexto de relações marcadas pela afetividade, não sendo o amedrontar ou o proibir a chave da mudança.

Bibliografia: Psicologia do adolescente. Uma abordagem desenvolvimentista. Norman A. Sprinthall e W. Andrew Collins. Fundação Calouste Gulbenkian.
(http://www.infopedia.pt/$basta-amedronta-los)

VIAJANDO NO TEMPO

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

quarta-feira, 7 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

 A 7 de março de 321, pela primeira vez na história, o domingo foi declarado como dia de descanso civil obrigatório. Foi Constantino I, o Grande que decretou a referida lei, entre muitas outras, refletindo melhorias numa época tão violenta. Assim, os mercados e oficinas permaneciam fechados ao domingo.

"No venerável dia do sol, todos os magistrados e residentes das cidades devem descansar e todas as oficinas estarão fechados. No entanto, no campo, as pessoas que se dedicarem à agricultura continuarão os seus afazeres porque pode não haver outro dia adequado à plantação de vinhas ou de sementes. []Não seja por descuidar o momento propício para tais operações que se perca a liberalidade do céu", afirmou o Imperador Constantino I.

Antes de a Revolução francesa, os países onde reinava a tradição cristã estavam proibidos de executar trabalhos manuais, transações comerciais e bailes ao domingo. Depois de a Revolução, o descanso dominical foi aparecendo passo a passo no direito laboral e, hoje em dia, está contemplado em quase todas as legislações. A maioria das confissões cristãs considera-o atualmente um dia sagrado, durante o qual se honra a presença na missa ou num serviço dominical correspondente.
(http://www.canaldehistoria.pt/hoyenhistoria)

terça-feira, 6 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

 A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, eclodiu em 6 de março de 1817 na então Província de Pernambuco, no Brasil.

Dentre as suas causas destacam-se a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e a influência das idéias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas.
A permanência da família real no Brasil, de interesse dos proprietários de escravos e de terras, comerciantes e burocratas da região centro - sul, não satisfez aos habitantes das demais regiões do país, fossem eles proprietários rurais, governadores ou funcionários. O primeiro grupo tinha consciência de que os favores e privilégios concedidos pelo monarca português eram os responsáveis pelo seu enriquecimento; o segundo vivia, desde a instalação da Corte no Rio de Janeiro, uma situação paradoxal: afastado do poder, tinha, ao mesmo tempo, o ônus de sustentá-lo.
Outro grupo extremamente descontente com a política de favorecimento de D. João era composto pelos militares de origem brasileira. Para guarnecer as cidades e, também, ajudá-lo em suas ações contra Caiena e a região do Prata, D. João trouxe tropas de Portugal e com elas organizou as forças militares, reservando os melhores postos para a nobreza portuguesa. Com isso, o peso dos impostos aumentou ainda mais, pois agora a Colônia tinha que manter as despesas da Corte e os gastos das campanhas militares.
Como analisa a historiadora Maria Odila Silva Dias "a fim de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte, que a Corte não hesitava em sobrecarregar com a violência dos recrutamentos e com as contribuições para cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata. Para governadores e funcionários das várias capitanias parecia a mesma coisa dirigirem-se para Lisboa ou para o Rio."
Esse sentimento de insatisfação era particularmente forte na região nordestina, a mais antiga área de colonização do Brasil, afetada pela crise da produção açucareira e algodoeira e pela seca de 1816. Aí, o desejo de independência definitiva de Portugal era profundo. Em Recife, capital da província de Pernambuco e um dos principais portos da região, o descontentamento era enorme. O sentimento generalizado era de que os "portugueses da nova Lisboa" exploravam e oprimiam os "patriotas pernambucanos". Esses homens, descendentes da "nobreza da terra" do período colonial, formada pela elite canavieira de Olinda, que tinha participado da Guerra dos Mascates, consideravam justificado o crescente anti-lusitanismo na Província.
Francisco Muniz Tavares, uma destacada figura da sociedade pernambucana, assim se referia a D. João: "(...) Porquanto, que culpa tiveram estes (habitantes de Pernambuco) de que o Príncipe de Portugal sacudido de sua capital pelos ventos impetuosos de uma invasão inimiga, saindo faminto de entre os seus lusitanos, viesse achar abrigo no franco e generoso continente do Brasil, e matar a fome e a sede na altura de Pernambuco?"
As idéias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e, também, por meio de livros e de outras publicações que chegavam, incentivavam o sentimento de revolta entre os pernambucanos. Também já haviam chegado, desde o fim do século XVIII, as sociedades secretas, como as lojas maçônicas. Em Pernambuco existiam muitas delas, como Patriotismo, Restauração, e Pernambuco do Oriente, que serviam como locais de discussão e difusão das "infames idéias francesas."
À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente no lugar do vinho e a hóstia feita de trigo, como forma de marcar sua identidade. Pelas ruas de Recife se ouvia, aqui e ali, o seguinte verso:

"Quando a voz da pátria chama
tudo deve obedecer;
Por ela a morte é suave
Por ela cumpre morrer "

O Movimento
O governador da Província, temendo o agravamento da situação, mandou prender pessoas suspeitas de envolvimento com as lojas maçônicas, tentando, assim, controlar a situação. Entretanto, não foi bem sucedido, pois ocasionou a deflagração do movimento, no início de março de 1817. Os líderes da revolta prenderam o governador e instauraram um Governo Provisório, baseado em uma Lei Orgânica que proclamou a República, estabeleceu a igualdade de direitos, a tolerância religiosa, a liberdade de imprensa e de consciência, sem, no entanto, abordar a questão da escravidão.
A Lei Orgânica determinava, ainda: que se os estrangeiros estabelecidos na região dessem provas de adesão seriam considerados "patriotas"; a abolição dos tributos que oneravam os gêneros de primeira necessidade; e que o Governo Provisório duraria até a elaboração da Constituição do Estado por uma Assembléia Constituinte, a ser convocada dentro de um ano.
O movimento, denominado Revolução Pernambucana, abrangeu amplas camadas da população, como: militares, proprietários rurais, juizes, artesãos, comerciantes e um grande número de sacerdotes, a ponto de ficar também conhecido como a "revolução dos padres." A participação dos padres deve-se, especialmente, ao fato de serem, também, grandes proprietários rurais e, portanto, quererem proteger seus interesses. As camadas mais humildes também aderiram, por sentirem-se atingidas pelas medidas do Governo português, que ocasionaram o encarecimento dos gêneros alimentícios.
Os comerciantes portugueses de Recife, por sua vez, tentaram impedir o movimento, interessados na preservação do sistema colonial e de seus privilégios, oferecendo 500 mil francos aos membros do novo Governo para que desistissem da revolução.
O Governo Provisório, formado pela elite colonial, era composto pelo comerciante Domingos José Martins, o advogado José Luís de Mendonça, o capitão Domingos Teotônio Jorge, o padre João Ribeiro e o fazendeiro Manuel Correia de Araújo e pretendia ser o representante de todos os grupos. Mas essa abrangência não incluía os escravos, apesar de os líderes da revolução falarem o tempo todo sobre Liberdade. Para eles, Liberdade significava o fim do domínio português e a independência, senão da Colônia, pelo menos do Nordeste, isso porque o movimento se estendeu a outras províncias da região, atingindo Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Não pretendiam acabar com a escravidão, mas como essa idéia passou a ser ventilada e os proprietários rurais ameaçaram tirar seu apoio ao movimento, o Governo Provisório lançou um manifesto negando tal intenção, onde se lia:
"Patriotas Pernambucanos! A suspeita tem se insinuado nos proprietários rurais: eles crêem que a benéfica tendência da presente liberal revolução tem por fim a emancipação indistinta dos homens de cor e escravos. (...) Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o Governo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela força. Crede na palavra do Governo, ela é inviolável, ela é santa."
Buscando romper com o passado de exploração e opressão, os patriotas pernambucanos quiseram, também, fazer uma revolução nos modos e maneiras de se relacionarem com as pessoas, pretendendo nelas incutir o sentimento de igualdade, ainda que restrito aos homens brancos. O comerciante francês Tollenare, que entre 1816 e 1818 esteve em Pernambuco, fez as seguintes observações a respeito dessa questão em seu livro " Notas Dominicais":
"(...) Em lugar de "Vossa mercê", diz-se "Vós", simplesmente; em lugar de Senhor é-se interpelado pela palavra Patriota, o que equivale a cidadão e ao tratamento de tu (...) As cruzes de Cristo e outras condecorações reais abandonam as botoeiras; fez-se desaparecer as armas e os retratos do rei."
Esses novos modos vão ser absorvidos, também, pelas camadas mais humildes da população, o que vai causar indignação entre os mais ricos, como mostra o historiador Ilmar Rohloff de Mattos: "Um português que vivia na cidade, Cardoso Machado, comentava indignado: "(...) até os barbeiros não me quiseram mais fazer a barba, respondiam que estavam ocupados no serviço da pátria, via-me obrigado a fazer a mim mesmo a barba (...)". Havia, também, entre essa elite, o medo de uma possível repetição da revolução de escravos ocorrida no Haiti, por conta da repercussão entre a população mais pobre das idéias liberais da revolução, como se pode perceber em outra fala atribuída a Cardoso Machado: " (...) Cabras, mulatos e crioulos andavam tão atrevidos que diziam éramos iguais e que haviam de casar, senão com brancas das melhores. Domingos José Martins andava de braço dado com eles, armados de bacamartes, pistolas e espada nua (...)"

A Luta e o Fim do Movimento
Procurando apoio ao seu movimento, os líderes revolucionários contataram, sem sucesso, os Estados Unidos, a Argentina e a Inglaterra. Junto a esta última tentaram obter, em vão, a adesão do jornalista Hipólito José da Costa, lá radicado. Quando a notícia sobre a revolução chegou ao Rio de Janeiro, D. João promoveu uma violenta repressão, buscando evitar, de qualquer modo, a ameaça à união do Império. Os revoltosos entraram pelo sertão nordestino, mas, logo em seguida, as tropas enviadas por D. João, acrescidas das forças organizadas pelos comerciantes portugueses e proprietários rurais, ocuparam Recife em maio de 1817. Os Governos da Bahia e do Ceará também reagiram à revolução, prendendo os revoltosos que para lá se dirigiram, buscando adesão ao movimento.
A luta durou mais de dois meses, até as forças governistas conseguirem derrotar os revoltosos. A repressão foi extremamente violenta. Muitos dos líderes receberam a pena de morte, como Domingos José Martins, José Luis de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge e os padres Miguelinho e Pedro de Sousa Tenório. Para o Governo português a punição deveria ser exemplar, para desestimular movimentos similares. Depois de mortos, os réus tiveram suas mãos cortadas e as cabeças decepadas. Os restos dos cadáveres foram arrastados por cavalos até o cemitério.
Em 1818, por ocasião da aclamação do rei D. João VI, foram ordenados o encerramento da devassa, a suspensão de novas prisões e a libertação dos prisioneiros sem culpa formada. Continuaram, entretanto, presos na Bahia os implicados que já se encontravam sob processo, e assim permaneceram até 1821, quando foram postos em liberdade. Entre eles estavam o ex-ouvidor de Olinda, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, os padres Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo o Frei Caneca e Francisco Muniz Tavares.
(http://multirio.rio.rj.gov.br/historia/modulo02/revolucao_pernambuca.html)


segunda-feira, 5 de março de 2012

VIAJANDO NO TEMPO

05/03/1933 - Grande Depressão: o presidente Franklin Delano Roosevelt declara feriado bancário nos Estados Unidos, dando início à implementação do New Deal.

O New Deal, um plano de recuperação da economia dos EUA, foi levado a cabo com sucesso pelo presidente Franklin D. Roosevelt após o desastre bolsista da Quinta-feira negra de 1929.
A Primeira Guerra Mundial gerou, nos EUA, um aumento espetacular da produção agrícola e industrial, acionando paralelamente, de forma rápida e sem precedentes, uma explosão no seu mercado financeiro, reforçando o valor do dólar à escala mundial. Novos métodos de produção (estandardização e produção em série, por exemplo) e concentração empresarial tornam o panorama produtivo americano ainda mais concorrencial e rentável. A Europa sentiu todo esse desenvolvimento americano, principalmente através dos investimentos - em forma de empréstimos - na banca e na indústria, abalada e, em alguns países, destruída pelo primeiro grande conflito do século. Assiste-se, nos EUA, a um surto crescente de prosperidade, que se refletiu em termos de nível de vida e realizações culturais, caindo-se no exagero e no supérfluo em termos de consumo - os loucos anos 20, the roaring twenties. A crença cega dos americanos no seu poder económico e no seu estatuto de primeira potência mundial confirmava o sonho americano, definindo um estilo de vida que marcou toda uma época.
Era, no entanto, uma prosperidade aparente, um desenvolvimento não sustentando, apresentando bases frágeis. Os níveis de superprodução industrial e agrícola e a especulação financeira atingem dimensões irreais. Regista-se, então, uma acumulação de produtos sem escoamento comercial possível, o que baixa em flecha os preços, afetando as empresas e os agricultores. De repente, no evoluir desta situação financeira, acaba, de forma brutal, a especulação a que se assistia. A 24 de outubro de 1929 dá-se o crash na Bolsa de Valores de Wall Sreet, em Nova Iorque: a venda maciça de valores das empresas em crise não encontra compradores, originando uma incrível descida nas cotações. Tal situação lança o pânico nos acionistas, que logo vendem as suas ações e retiram os seus capitais dos bancos. O valor das ações continua a baixar significativamente. Os bancos encontram-se descapitalizados em virtude do elevado número de empréstimos, o que os leva a retirar os capitais investidos na Europa. Falências de bancos e empresas, desemprego, criminalidade, miséria, crise, eis a Grande Depressão.
Mergulhados numa crise sem saída visível, os EUA, arrastando consigo o resto do mundo, vivem anos de desespero. Tomam-se imperativas reformas económicas e políticas. Em 1933, perante a incapacidade de resposta à crise e dificuldades governativas do presidente Herbert Hoover, é eleito seu sucessor o democrata Franklin D. Roosevelt, que imediatamente elabora um programa nacional de medidas reformistas para solucionar a crise e relançar a economia. Lança aquilo que se costuma designar por New Deal, termo inspirado no jogo de cartas tão em voga nos tempos do sucesso fácil. É como que uma nova distribuição das cartas, um novo jogo, isto é, uma nova etapa da vida americana, a redistribuição (do inglês to deal) de rendimentos de forma a restabelecer ritmos e níveis sustentáveis de produção e desenvolvimento, sem as fragilidades dos anos 20. Mas como, com um cenário tão cinzento e o espetro constante da miséria.
Baseando-se nas teorias do economista inglês John Keynes, Roosevelt propõe-se resolver o flagelo do desemprego incrementando o poder de compra no sentido de recuperar níveis equilibrados de consumo, de forma a relançar o tecido produtivo americano em quantidade e evitando tendências de superprodução. O New Deal pressupunha, ao mesmo tempo, uma forte intervenção estatal na economia e na sociedade.
Essa intervenção e vigilância do Estado sentia-se ao nível da planificação e elaboração de regulamentos de aplicação prática rigorosa, visíveis na limitação e controlo dos preços agrícolas com base na restrição das zonas de cultivo de forma rentável. O combate ao desemprego assumiu contornos nítidos - um ponto de honra para a Administração Roosevelt - com a política de execução de grandes obras públicas indispensáveis à nação e às suas estruturas de desenvolvimento, desde barragens, estradas, pontes, escolas, até sistemas de irrigação, vias férreas, canais... Neste plano laboral foi imposta uma regulamentação rigorosa, com especial destaque para a semana de trabalho de 40 horas, rentabilizando o mercado de trabalho e abrindo hipóteses de emprego a outros trabalhadores aptos. Ainda no plano do trabalho, permitiu-se, pela primeira vez, a livre associação de trabalhadores - os sindicatos.
É de realçar, contudo, a dimensão social do New Deal: neste plano de recuperação nacional, preconizou-se uma nova forma de intervenção do Estado na sociedade americana em termos de condições e nível de vida mínimos, principalmente para os desempregados, idosos, deficientes, órfãos... Surge o Welfare State, versão americana (anterior) do Estado-Providência europeu. Salário mínimo e subsídio de desemprego são algumas das criações do Welfare State.
No fundo, incrementou-se todo um conjunto de medidas para que os americanos pudessem ter rendimentos e condições de vida mínimas, de forma a haver poder de compra, o que significa incentivar a produção, equilibrar a oferta e a procura e assegurar a manutenção dos postos de trabalho. Podemos resumir assim os vetores fundamentais do New Deal: investimento estatal, medidas de carácter social, grandes trabalhos, produção equilibrada, emprego, salários, melhores rendimentos das famílias, consumo, desenvolvimento sustentado e controlado, recuperação dos indicadores de nível de vida americanos anteriores ao crash de 1929. O país torna-se mais dinâmico, produtivo e apto a evitar ou a responder positivamente a crises económicas.
Como grande projeto de legislação e política financeira, o New Deal exigiu do povo americano sacrifícios e capacidade de resposta como nunca se imaginara, obrigando o Estado, a partir de então, a exercer um forte controlo da produção agrícola e industrial, do comércio, da banca e da bolsa, enfim, da estrutura económica americana. O esforço foi plenamente recompensado pelo desenvolvimento económico registado na década de 30. Os EUA relançam-se definitivamente como primeira potência económica, política e militar do mundo.

Pacote de medidas
Embora o mentor deste projeto, Roosevelt, fosse bastante competente, era totalmente impossível pôr a funcionar, de uma forma coerente e organizada, este vasto e complexo conjunto de programas sem ter a seu lado uma equipa numerosa e competente que projetasse muitos dos planos promovidos pela Casa Branca. Essa equipa foi formada e chamava-se Brain Trust. O Brain Trust era um grupo informal, supragovernamental, que integrava professores, advogados e outros indivíduos que aconselhavam o Presidente, sobretudo em matérias relacionadas com assuntos económicos.
A esmagadora vitória de Roosevelt nas eleições de 1932, juntamente com a pior crise económica de sempre nos Estados Unidos, permitiu a adoção de uma nova legislação em 1933.
O Emergency Banking Act possibilitou a inspeção federal dos bancos, restabelecendo, simultaneamente, a confiança nestas instituições após uma terrível vaga de falências. Uma segunda lei relativa aos bancos determinou algumas regras para as instituições bancárias, e assegurou alguma confiança por parte dos depositantes através da formação do Federal Deposit Insurance Corporation.
As leis de 1933 e 1934 detalharam os regulamentos do mercado bolsista determinados por uma comissão: a Securities and Exchange Commission (SEC).
A questão das hipotecas de quintas e de casas particulares foi tratada com cuidado: foram aliviadas e, em troca, surgiram novas garantias para a compra de casas através do recém-criado Federal Housing Administration (FHA). A Federal Emergency Relief Administration alargou as ajudas aos necessitados dos estados, sendo esta ajuda reforçada pela criação de um corpo civil - a Civilian Conservation Corps (CCC). Este organismo era responsável pela atribuição de uma espécie de subsídio aos jovens do sexo masculino integrados, temporariamente, numa força paramilitar. O Congresso estabeleceu também o Tennessee Valley Authority (TVA) para desenvolver o rio Tennessee, torná-lo navegável, e utilizá-lo na produção de energia elétrica.
A principal legislação de 1933 estava diretamente relacionada com os setores económicos básicos. O setor agrícola foi igualmente agraciado com medidas especiais. Assim, o Congresso lançou o Agricultural Adjustment Act, com o objetivo de ajudar a restabelecer os preços agrícolas e reduzir a sobreprodução das colheitas mediante benefícios governamentais. Deste pacote de medidas, a mais importante terá sido a National Industrial Recovery Act (NIRA), composta por dois programas de recuperação económica. Ao abrigo deste plano foi gerado o Public Works Administration e um programa para regular os negócios e assegurar uma saudável concorrência.
A esperança de recuperar a economia era uma ilusão em 1933, numa altura em que muitos dos projetos de lei foram considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal. Este panorama foi agravado pela crescente oposição à política de Roosevelt; contudo, em 1935, foi preparado um segundo conjunto de leis.
Neste Segundo New Deal, como é designado por alguns observadores, o Presidente Roosevelt explorou o desenvolvimento de divisões de classes, entabulou alianças com os sindicatos laborais, puniu os grandes grupos empresariais que se opunham ao New Deal, sobrecarregou os mais abastados com impostos mais elevados e providenciou subsídios para a eletrificação das zonas rurais. Nesse ano a administração Roosevelt lançou o National Labor Relations Act, uma legislação voltada para os direitos laborais. Este programa seria continuado em 1938 pelo Federal Fair Labor Standards Act.
Nesta altura, consultores próximos da presidência chamaram a atenção para a necessidade de promover a iniciativa privada. Os programas de recuperação económica foram contemplados com uma quantia de cinco mil milhões de dólares. Este dinheiro também seria aplicado num novo programa, o Works Progress Administration (WPA). Em 1935, o Governo patrocinou um projeto que visava atuar exclusivamente no campo social. O Social Security Act pretendia constituir um fundo de reforma, um subsídio de desemprego e fundos sociais de distribuição local.
Dois anos depois (1937), esta legislação viria a ser muito criticada, sobretudo no Sul, numa altura em que as atenções da nação se começavam a voltar para a política externa e para a defesa, em especial a partir de 1939.
O New Deal tinha chegado ao fim. A sua marca, no entanto, permaneceu como um modelo de recuperação de economias em crise.
(www.infopedia.pt/$new-deal)