sábado, 29 de outubro de 2011

PHISOLOFANDO

31. Considerando os capítulos I e II do segundo livro Do Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, é possível dizer que a soberania deve ser
(A) alienável e divisível.
(B) submetida ao poder judiciário.
(C) submetida ao poder executivo.
(D) inalienável e indivisível.
(E) submetida à vontade única do rei.

32. De um modo geral, é possível dizer que o contrato social de que fala Jean-Jacques Rousseau em sua obra homônima NÃO se refere
(A) a uma renúncia à liberdade natural do indivíduo e à fundação social da soberania e da autoridade política.
(B) a uma renúncia à posse natural de bens e de armas e a sua transferência ao soberano.
(C) à passagem da condição natural do homem para a instituição do estado civil.
(D) ao poder para criar e aplicar as leis, determinando com isso tudo o que é legal e ilegal, justo e injusto etc.
(E) à constituição do Estado como corpo político, formado por uma multidão ou comunidade de pessoas.

33. Aqui, o que se considera é que, a despeito de sua importância, a História da filosofia não deve constituir a principal orientação para o ensino da disciplina na escola pública, pois é com o olhar voltado para o mundo que se aprende a pensar filosoficamente - muitas vezes, recolhendo material nas ruas que o aluno percorre para chegar à escola. Um jornalista, por exemplo, realiza entrevistas com crianças que vivem no tráfico ou na prostituição e encerra aí o seu trabalho; mas certamente a compreensão da questão poderá ser mais bem sintetizada, a partir de seus fundamentos, pelo professor de Filosofia. Caberá a ele valer-se de sua formação para orientar debates em sala de aula, usando aí os elementos que conformam sua erudição.
(Proposta Curricular do Estado de São Paulo. In: ww.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/ Grade_FILO_Volume_1_cor.pdf)
Baseado nesta passagem da Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ensino da Filosofia para o Ensino Médio é possível afirmar que o ensino da Filosofia na escola pública deve
(A) ignorar completamente a História da Filosofia, na medida em que ela não possui nenhuma ligação com o mundo do aluno.
(B) partir apenas dos conhecimentos pessoais do professor, sem a necessidade de se basear nos livros de Filosofia.
(C) manter os olhos voltados não apenas para a História da Filosofia, mas tentar coordená-la com a vida cotidiana dos alunos.
(D) ser um trabalho jornalístico, no qual o professor deve realizar entrevistas com os alunos que vivem no tráfico ou na prostituição.
(E) deixar claro ao aluno a erudição do professor.

34. Chamamos ao prazer princípio e fim da vida feliz. Com efeito, sabemos que é o primeiro bem, o bem inato, e que dele derivamos toda a escolha ou recusa e chegamos a ele valorizando todo bem com critério do efeito que nos produz.
Numa tentativa de localizar esse pensamento dentro da história da filosofia, seria plausível atribuí-lo a
(A) Cícero.
(B) Epicuro.
(C) Sêneca.
(D) Platão.
(E) Aristóteles.

35. ...a utilização de valorosos materiais didáticos pode ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade, inclusive ao cotidiano do estudante, mas a simples alusão a questões éticas não é ética, nem filosofia política a mera menção a questões políticas, não sendo o desejo de formar cidadãos o suficiente para uma leitura filosófica, uma vez que tampouco é prerrogativa exclusiva da Filosofia um pensamento crítico ou a preocupação com os destinos da humanidade. Com isso, a boa formação em Filosofia é, sim, condição necessária, mesmo quando não suficiente, para uma boa didática filosófica.
(Orientações Curriculares para o Ensino Médio. In: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_ 03_internet.pdf)
Levando em consideração o texto acima, é correto afirmar que o ensino da Filosofia deve
(A) se constituir não apenas da menção a temas atuais, políticos e éticos, mas exigir ao mesmo tempo uma ligação com conceitos filosóficos fixados e desenvolvidos ao longo da História da Filosofia.
(B) se dar apenas por meio da utilização de valorosos materiais didáticos que permitam ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade.
(C) se basear nas ideias filosóficas de que a ética não é a ética e de que as questões políticas não são questões políticas.
(D) se concentrar na ideia de que uma leitura filosófica não é capaz de formar cidadãos.
(E) lidar com o fato de que a Filosofia é incapaz de formular um pensamento crítico, bem como de se concentrar em assuntos referentes aos destinos da humanidade.

36. Levando-se em conta a relação que as Orientações Curriculares para o Ensino Médio estabelecem entre Filosofia e Cidadania, é correto dizer que a Filosofia
(A) tem um papel particular na formação da cidadania e deve ser vista como o seu principal e único instrumento.
(B) deve assumir a responsabilidade de incutir no jovem valores tais como tolerância e solidariedade.
(C) deve aprimorar por si só o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
(D) constitui o único modo possível de formar cidadãos, na medida em que às outras disciplinas cabe a formação técnica.
(E) contribui na formação do cidadão, na medida em que acrescenta às suas outras capacidades a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica.

Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 37 e 38.
Se observarmos as quatro décadas da antiga Escola de Frankfurt em seu conjunto, fica evidente o seguinte: não havia paradigma unitário, logo nenhuma mudança de paradigma ao qual se submeteria tudo aquilo que estava implicado quando se fala da Escola de Frankfurt. As duas figuras principais, ...... e ......, trabalham a partir de duas posições explicitamente diferentes sobre temas comuns. Um, que entrou em cena como o inspirador de uma teoria interdisciplinar progressista da sociedade, contentou-se em ser o acusador de um mundo burocrático, no qual a ilha do capitalismo liberal, emergindo da história de uma civilização fracassada, ameaça desaparecer de vista. Para o outro, que entrou em cena como crítico do pensamento da imanência e como advogado de uma música liberada, a filosofia da história de uma civilização fracassada tornava-se a base de uma teoria multiforme do não-idêntico, em outras palavras, das formas nas quais, de uma maneira paradoxal, o não-idêntico encontrava seu lugar.
(WIGGERSHAUS, R. A Escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São ristóvão: Difel, 2002, p.35)

37. Na passagem acima, o historiador se refere a dois dos mais importantes representantes do pensamento da chamada Escola de Frankfurt. Qual das alternativas abaixo pode preencher a lacuna acima?
(A) Sigmund Freud e Erich Fromm.
(B) Martin Heidegger e Theodor W. Adorno.
(C) Walter Benjamin e Marshall McLuhan.
(D) Hanna Arendt e Max Horkheimer.
(E) Theodor W. Adorno e Max Horkheimer.

38. Na passagem citada, o autor afirma que a chamada Escola de Frankfurt não pode ser definida univocamente, mas que, pelo contrário, ela foi composta por diferentes linhas e pensamentos. Entre outras, pode-se dizer que essas diferentes linhas que compuseram a escola de Frankfurt são
(A) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e a sociologia crítica.
(B) o marxismo, a psicanálise, o estruturalismo e a sociologia crítica.
(C) o estruturalismo, a sociologia crítica e a lingüística aplicada.
(D) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e o neokantismo.
(E) o existencialismo, o estruturalismo e a sociologia crítica.

Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 39 e 40.
Na Grécia antiga, mostravam-se lugares pelos quais se descia aos Infernos. Nossa existência durante a vigília é também um país em que, em lugares afastados, desce-se ao mundo inferior, um país cheio de lugares que parecem insignificantes e em que os sonhos desembocam. Todos os dias passamos por esses lugares sem desconfiar, mas, assim que chega o sono, com a rapidez de um relâmpago, mergulhamos neles para nos comprazer nos sombrios corredores e neles nos perder. O labirinto de casas da cidade lembra a clara luz da consciência; as passagens (são as galerias que levam a seu ser passado) desembocam todos os dias nas ruas sem chamar a atenção. Mas à noite, sob as sombrias massas das casas, sua escuridão mais compacta se espalha em volta, assustadora, e o transeunte atrasado apressa o passo diante delas, como se tivesse sido encorajado a viajar pela ruela estreita.
(BENJAMIN, W. Passagens, citado por WIGGERSHAUS, R. A escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São Cristóvão: Difel, 2002, p. 230)

39. A partir desse trecho é possível dizer que Walter Benjamin, segundo Rolf Wiggershaus, desejava
(A) realizar uma mitologia da modernidade, que substituiria aquela mitologia aniquilada pelo desencantamento do mundo moderno.
(B) mostrar que o processo de desencantamento típico do capitalismo não diminuía o sombrio temor que cerca tudo o que é humano, mas apenas o recalcava e deslocava.
(C) construir uma teoria psicanalítica que desvendasse, à maneira freudiana, os meandros do inconsciente que teriam escapado ao pai da psicanálise.
(D) elaborar uma teoria estética de caráter sobretudo grotesco, cujo objetivo era trazer à tona o lado obscuro e vil da humanidade.
(E) escrever uma obra de caráter urbanístico acerca das galerias parisienses recém-construídas no século XIX.

40. O trecho de Walter Benjamin citado acima, ainda segundo Wiggershaus, mostra uma grande aproximação com um movimento estético contemporâneo do mesmo período que, embora se utilizasse da linguagem artística e não da filosófica, trazia em si as mesmas críticas que a teoria benjaminiana. Esse movimento é o
(A) cubismo.
(B) dadaísmo.
(C) impressionismo.
(D) surrealismo
(E) realismo.

41. Não existe uma definição única de Filosofia. Existem diversas definições possíveis acerca de seu significado.
Entretanto, é possível afirmar que a Filosofia NÃO pode ser definida como
(A) uma visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura, nas quais ela corresponderia ao conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma.
(B) uma sabedoria de vida, na medida em que aprende e ensina a controlar os desejos, sentimentos e impulsos e a dirigir a própria vida de modo ético e sábio.
(C) um esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido.
(D) uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas.
(E) uma visão particular de mundo em que predominam os valores e as opiniões individuais.

42. Hanna Arendt abre A condição humana com a seguinte declaração: Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo, onde durante algumas semanas girou em torno da Terra segundo as mesmas leis de gravitação que governam o movimento dos corpos celestes - o Sol, a Lua e as estrelas. É verdade que o satélite artificial não era nem lua nem estrela; não era um corpo celeste que pudesse prosseguir em sua órbita circular por um período de tempo que para nós, mortais limitados ao tempo da Terra, durasse uma eternidade. Ainda assim, pôde permanecer nos céus durante algum tempo; e lá ficou, movendo-se no convívio dos astros como se estes o houvessem provisoriamente admitido em sua sublime companhia.
(ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 9)
Assinale a alternativa abaixo que NÃO fornece uma explicação desse fato, de acordo com as ideias da autora:
(A) Segundo Hanna Arendt, o homem, por meio de uma de suas condições mais essenciais, o trabalho, seria capaz de rivalizar artificialmente com as leis eternas da natureza.
(B) O objeto lançado ao espaço pela primeira vez demonstra não apenas a capacidade do homem de rivalizar com as leis da natureza, mas também a de separar-se de sua condição natural.
(C) A autora se utiliza do fato em questão para refletir, no livro citado, sobre as ações humanas no mundo.
(D) O fato relatado aponta para a produção do homem futuro, motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada.
(E) O fato em questão, segundo a autora, aponta para a única saída possível para o homem depois da destruição da Terra, a saber, a possibilidade de encontrar um novo planeta para morar.

43. Segundo o livro A condição humana, de Hanna Arendt, as três atividades humanas fundamentais são
(A) a fabricação, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão homo faber.
(B) o labor, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão vita activa.
(C) o jogo, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo ludens.
(D) a linguagem, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo laborans.
(E) a política, a linguagem e o trabalho e são designadas pela expressão zoon politikon.

44. Se o Deus criador é o Ser perfeito e possui entre os seus atributos a Suprema Bondade, identificada de certa maneira com a Forma do Bem platônica, como é possível a existência do Mal? Teria o Deus sumamente bom criado o Mal? A ......, muito forte naquele período, defendia a existência de dois princípios equivalentes, o Bem e o Mal, em luta permanente, com uma tendência de identificação de ambos com Deus e o Demônio, respectivamente. ......, inspirado em Platão, defende que só o Bem existe, sendo o Mal apenas a ausência, ou privação, do Bem. Deus, o Ser perfeito, é sumamente Bom, mas os seres criados, inferiores na ordem do Ser, são imperfeitos e finitos, perecíveis. Daí se origina o Mal como falha, imperfeição. Esta é a solução ontológica, e também teológica, para o problema da existência ou da realidade do Mal.
(MARCONDES, D. Textos básicos de ética. De Platão a Foucault. São Paulo: Jorge Zahar, 2007, p. 51)
As lacunas do texto acima podem ser preenchidas apenas por uma das alternativas abaixo. Qual alternativa é essa?
(A) Doutrina aristotélica e Epicuro.
(B) Doutrina estóica e Cícero.
(C) Doutrina platônica e Aristóteles.
(D) Doutrina maniqueísta e Santo Agostinho.
(E) Doutrina platônica e São Tomás de Aquino.

45. A uma certa altura de sua Fundamentação da metafísica dos costumes, Kant formula o princípio segundo o qual "age somente de acordo com aquela máxima pela qual possas ao mesmo tempo querer que ela se torne universal".
(Citado por MARCONDES, D. Textos básicos de ética. De Platão a Foucault. São Paulo: Jorge Zahar, 2007, p.87)
Conhecendo-se a filosofia moral kantiana, pode-se dizer que essa é a definição de
(A) máxima moral.
(B) ação prática.
(C) esclarecimento.
(D) imperativo categórico.
(E) categoria prática.

46. Segundo Marilena Chaui (Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 39), o período pré-socrático também poderia ser denominado período cosmológico. Dentre as principais características dessa cosmologia, NÃO se pode assinalar a (A) explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte.
(B) busca do princípio natural, eterno, imperecível e imortal, gerador de todos os seres.
(C) investigação mitológica da origem do Universo, que situaria as causas dos fenômenos da natureza nos seres supraterrenos.
(D) afirmação de que, embora a physis seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo.
(E) afirmação de que, embora a physis seja imutável, os seres físicos ou naturais gerados por ela, além de serem mortais, são mutáveis ou seres em contínua transformação.

47. De resto, não é difícil ver que o nosso tempo é um tempo de nascimento e passagem para um novo período. O espírito rompeu com o mundo de seu existir e do seu representar que até agora subsistia e, no trabalho de sua transformação, está para mergulhar esse existir e representar no passado. Na verdade, o espírito nunca está em repouso, mas é concebido sempre num movimento progressivo. Mas, assim como na criança, depois de um longo e tranqüilo tempo de nutrição, a primeira respiração - um salto qualitativo ? quebra essa continuidade de um progresso apenas quantitativo e nasce então a criança, assim o espírito que se cultiva cresce lenta e silenciosamente até a nova figura e desintegra pedaço por pedaço seu mundo precedente. Apenas sintomas isolados revelam seu abalo. A frivolidade e o tédio que tomam conta do que ainda subsiste, o pressentimento indeterminado de algo desconhecido, são os sinais precursores de que qualquer coisa se aproxima. Esse lento desmoronar-se, que não alterava os traços fisionômicos do todo, é interrompido pela aurora que, num clarão, descobre de uma só vez a estrutura do novo mundo.
Essa passagem, citada por Gildo Marçal Brandão em Os clássicos da política (São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 104), refere-se inconfundivelmente ao conceito
(A) hegeliano de dialética, fundamento de sua filosofia da história, segundo o qual uma época sempre dá lugar a uma outra, que, suprimindo-a, conserva-a em si mesma e inaugura uma nova figura do espírito absoluto.
(B) kantiano de progresso, segundo o qual a razão pura está sempre num movimento ascendente em direção à sua saída do estado de minoridade e ao seu esclarecimento total.
(C) marxista de luta de classes, motor da história da humanidade, segundo o qual uma época sucede à outra empreendendo revoluções e que tem por base a ideia de que a infraestrutura determina a superestrutura.
(D) schilleriano de educação estética da humanidade, no qual se propõe que o progresso humano efetivo apenas poderia se dar pelo retorno às suas condições infantis de brincar e de jogar, na medida em que constituem atividades propriamente estéticas.
(E) rousseauísta de progresso, na medida em que demonstra a corrupção da época moderna e situa o progresso na regressão ao estado natural do homem cujo melhor exemplo é o da inocência da criança.
Atenção: O texto a seguir se refere às questões de números 48 e 49.
Ao contrário da filosofia alemã que desce do céu para a terra, trata-se aqui de subir da terra para o céu. Em outras palavras, não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens em carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos deste processo vital. E mesmo as fantasmagorias do cérebro humano são sublimações que resultam necessariamente do processo de sua vida material que podemos constatar empiricamente e que se assenta sobre bases materiais. A partir daí, a moral, a religião, a metafísica e todo o restante da ideologia, bem como as formas de consciência que lhe correspondem, imediatamente perdem toda aparência de autonomia. Não têm história nem evolução; são os homens, ao contrário, que, ao desenvolverem sua produção material e suas relações materiais, transformam com esta realidade que lhes é própria o seu pensamento e os produtos desse pensamento. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.
(MARX, K. A ideologia alemã. In: "Os clássicos da política". São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 258-9)

48. A partir dessa passagem de Marx, é possível dizer que seu pensamento
(A) nega o mundo das palavras, do pensamento e da imaginação humanos, para lidar apenas com o mundo do espírito supra-humano.
(B) nega o mundo do homem de carne e osso para lidar apenas com o homem abstrato, situado na ideia.
(C) nega toda e qualquer autonomia, história e evolução à moralidade, à religião e à metafísica.
(D) afirma a necessidade de partir do homem real, pois são as suas relações materiais que transformam os produtos do seu pensamento.
(E) afirma a necessidade de realizar uma filosofia dos fenômenos da consciência e suas relações com a vida.

49. A passagem de Marx citada acima é ilustrativa de seu método de investigação comumente denominado
(A) idealismo dialético.
(B) materialismo histórico.
(C) dialético transcendental.
(D) analítico histórico.
(E) fenomenológico genético.

50. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com o que desejamos, a saber, a possibilidade de um conhecimento a priori desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes de nos serem dados.
(KANT, I. Crítica da razão pura, citado por CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 76, nota 7)
Como a obra de Kant citada, a Crítica da razão pura, resolve a tarefa de estabelecer algo acerca do objeto antes que ele seja dado? Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) É possível estabelecer algo acerca do objeto antes de ser dado na medida em que o objeto é constituído ao mesmo tempo pela sensibilidade e pelas categorias puras do entendimento.
(B) A questão é resolvida por Kant por meio da chamada revolução copernicana, isto é, ao deixar não que o sujeito se regule pelos objetos, mas os objetos pelo sujeito.
(C) O objeto pode ser conhecido antes de ser dado na medida em que, para Kant, o sujeito possui idéias inatas a partir das quais provém o objeto.
(D) O objeto pode ser conhecido antes de ser dado na medida em que as categorias puras do entendimento constituem as condições de possibilidade dos objetos da experiência.
(E) É possível estabelecer algo acerca do objeto antes de ser dado na medida em que o sujeito põe algo a priori no próprio objeto.

51. Segundo Marilena Chaui (Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p.81), no final do século XIX e início do século XX, a preocupação com o transcendental reapareceu com a filosofia de Edmund Husserl, a fenomenologia. A discussão do dilema entre o inatismo e o empirismo é retomada por Husserl a partir das discussões sobre os fundamentos da lógica e da matemática e prossegue quando o filósofo procura determinar as condições a priori de possibilidade da Filosofia como ciência rigorosa.
Baseado nessa afirmação, pode-se dizer que a fenomenologia, para Husserl, é a descrição
(A) das experiências da consciência como atividade de conhecimento.
(B) das experiências da consciência na história.
(C) das mutações do fenômeno tal como aparece na experiência sensível.
(D) dos estados psicológicos da mente.
(E) das figuras do espírito absoluto.

52. Em suas Metamorfoses, o poeta latino Ovídio escreveu:
Não há coisa alguma que persista em todo o Universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O próprio tempo passa com um movimento contínuo, como um rio... O que foi antes já não é, o que não tinha sido é, e todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... .
(citado por CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 31)
É possível relacionar esse trecho das Metamorfoses de Ovídio com a filosofia de um conhecido pensador présocrático, que influenciou toda a história da filosofia até os dias atuais. Esse pensador é
(A) Parmênides de Eléia.
(B) Tales de Mileto.
(C) Heráclito de Éfeso.
(D) Empédocles de Agrigento.
(E) Melisso de Samos.

53. Imagine que Newton ou Einstein tivessem morrido ao nascer. A história das ciências teria sido outra, é claro, porém muito mais em seu ritmo do que em sua orientação. Nem a gravitação universal nem a equivalência da massa e da energia teriam se perdido: alguém, mais tarde, as teria descoberto, e é por isso que se trata de descobertas, de fato, e não [...] de criações. Mas se Shakespeare não tivesse existido, se Michelangelo ou Cézanne não tivessem existido, nunca teríamos tido nenhuma das suas obras nem nada que pudesse substituí-las. Não é apenas o ritmo, as personagens ou o desenrolar anedótico da história da arte que teriam sido diferentes, mas seu conteúdo mais essencial e, inclusive, em parte, sua orientação. Suprimamos Bach, Haydn e Beethoven da história da música: quem pode saber o que a música, sem eles, teria sido?
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 105)
O que NÃO se pode inferir da ideia acima descrita pelo autor?
(A) O subjetivismo não é um dos elementos mais essenciais da ciência, mas, pelo contrário, a busca pela objetividade.
(B) Se é possível dar uma definição para a arte é a de que ela tem como ponto de partida a subjetividade do artista.
(C) Para a arte é por vezes mais importante a singularidade da obra do que o grau de universalidade que ela traz em si.
(D) Na história da arte a figura do gênio é mais importante do que na história da ciência.
(E) Enquanto a arte almeja na obra a pura objetividade, a ciência somente progride por meio das criações subjetivas de gênios tais como Newton e Einstein.

54. "Amor fati", dizia Nietzsche após os estóicos: "Não querer nada além do que é, nem do passado, nem do futuro, nem dos séculos dos séculos; não se contentar com suportar o inelutável, menos ainda dissimulá-lo a si próprio - todo idealismo é uma maneira de mentir a si mesmo diante da necessidade -, mas amá-lo".
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 140)
De acordo com Sponville, Nietzsche concordaria com os estóicos no que se refere
(A) à máxima segundo a qual é preciso aceitar o que não depende de nós e fazer o que depende.
(B) ao quietismo de sempre aceitar as coisas tal como elas são.
(C) à concepção, guia da visão de ambos, segundo a qual a filosofia auxilia a suportar o inelutável.
(D) à concepção idealista do mundo e da vida.
(E) ao preceito de que é preciso agir de tal forma que se altere a constituição do ser.

55. Segundo Hanna Arendt, "a condição humana não é o mesmo que a natureza humana".
(A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
2001, p. 17)
Segundo a autora, o que se poderia deduzir dessa
distinção essencial? Assinale a alternativa INCORRETA:
(A) A própria soma das capacidades humanas que correspondem à condição humana não constitui algo que se assemelhe à natureza humana.
(B) As condições da existência humana jamais podem explicar o que somos pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto.
(C) As tentativas de definir a natureza humana levam sempre à construção de alguma deidade, a uma ideia platônica da humanidade.
(D) Hoje podemos quase dizer que, embora vivamos agora sob condições terrenas, não somos criaturas terrenas.
(E) Tudo aquilo com o qual os homens entram em contato torna-se imediatamente parte da natureza humana.

56. Diálogo que reúne vários dos principais temas da filosofia platônica, A República inicia-se como uma discussão acerca
(A) do amor.
(B) da justiça.
(C) da paz.
(D) da cidade ideal.
(E) da poesia épica.

57. No livro X da República, Platão censura as artes miméticas.
Quais são os argumentos deste autor? Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) São simulacros de simulacros.
(B) São prejudiciais à educação dos jovens.
(C) Fazem oposição à tradição e aos valores vigentes.
(D) Não respeitam o preceito segundo o qual cada um deve falar apenas sobre aquilo que efetivamente conhece.
(E) Não tomam como parâmetro a verdade, mas sim a aparência.

58. Nas Meditações, de Descartes, o exemplo da percepção da cera e de seu derretimento na segunda meditação serve para mostrar que
(A) a imaginação desempenha um papel central na determinação das essências das coisas.
(B) se pode atribuir unidade a um corpo apenas por meio de suas mudanças.
(C) a mente espera acontecimentos futuros a partir de fatos presentes com base em associações mentais passadas.
(D) um corpo não permanece o mesmo durante a passagem do tempo.
(E) concebemos a identidade do objeto percebido apenas por meio da ação do entendimento.

59. No Discurso do Método, Descartes apresenta quatro preceitos metodológicos para a constituição do conhecimento científico, entre os quais está o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos.
(DESCARTES, R. Discurso do Método. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1973. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. Segunda parte, p. 46)
Esta ordem pela qual o conhecimento deve ser edificado ficou conhecida como a ordem
(A) das razões.
(B) temática.
(C) das matérias.
(D) silogística.
(E) do ser.

60. A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não aos "pré-conceitos", aos "pré-juízos", aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que todo mundo diz e pensa, ao estabelecido. Numa palavra, é colocar entre parênteses nossas crenças para poder interrogar quais são suas causas e qual é seu sentido.
(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 18)
Por que a autora diz que a atitude filosófica se caracteriza, em primeiro lugar, por uma atitude negativa? Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A filosofia desinteressa-se pelas crenças do senso comum.
(B) A filosofia é, pelo menos num primeiro momento, mais interrogativa do que afirmativa.
(C) A filosofia toma distância das coisas que habitam a vida cotidiana para examiná-las de outro ponto de vista.
(D) A filosofia vê como enigmático o que o senso comum vê como óbvio e certo.
(E) A filosofia caracteriza-se por um estranhamento e espanto frente à realidade.

61. Leia o texto a seguir.
A história da Filosofia grega é a história de um gigantesco esforço para encontrar uma solução para o problema posto por ...... e ......, pois, se o primeiro tem razão, o pensamento deve ser um fluxo perpétuo e a verdade é a perpétua contradição dos seres em mudança contínua; mas se o segundo [sic] tem razão, o mundo em que vivemos não tem sentido, não pode ser conhecido, é uma aparência impensável e nos faz viver na ilusão.
(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 105)
Completa correta e respectivamente as lacunas do texto:
(A) Platão e Aristóteles.
(B) Empédocles de Agrigento e Demócrito.
(C) Tales de Mileto e Zenão de Eleia.
(D) Heráclito e Parmênides.
(E) Epicuro e Sócrates.

62. Com relação à lógica, qual das alternativas abaixo é INCORRETA?
(A) Um argumento é válido se a conclusão extraída for consequência lógica de suas premissas.
(B) Um argumento é não apenas válido, mas também correto, se tiver premissas verdadeiras.
(C) A validade de um argumento é garantida pela obediência às regras da lógica.
(D) A conclusão decorrente de um argumento válido é sempre verdadeira ou correta.
(E) A lógica ocupa-se com as formas do argumento e não com o seu conteúdo ou matéria.

63. Leia com atenção o texto a seguir:
Não é necessário a um príncipe ter todas as qualidades mencionadas, mas é indispensável que pareça tê-las. Direi, até, que, se as possuir, o uso constante delas resultará em detrimento seu, e que, ao contrário, se não as possuir, mas afetar possuí-las, colherá benefícios. Daí a conveniência de parecer clemente, leal, humano, religioso, íntegro e, ainda de ser tudo isso, contanto que, em caso de necessidade, saiba tornar-se o inverso.
(MAQUIAVEL, N. O príncipe. In: WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2004. Vol. 1, p. 39)
Para Maquiavel,
I. a virtude própria do príncipe está no agir conforme as circunstâncias.
II. se o príncipe não for realmente íntegro, não poderá governar por muito tempo, já que perderá o respeito de seus súditos.
III. o comprometimento com as virtudes tipicamente cristãs é muitas vezes prejudicial à governabilidade.
IV. o que tradicionalmente é visto como vício pode ser uma virtude no governo de um Estado.
V. a aparência sempre se fundamenta na essência.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e V.
(B) I, III e IV
(C) V.
(D) II e V.
(E) III.

64. No Leviatã, Hobbes opõe-se à tese aristotélica de que o homem é sociável por natureza, dizendo que
(A) a constituição de uma sociedade organizada é impossível.
(B) a socialização desvirtua o homem, tornando-o indefeso.
(C) ninguém quer renunciar à sua liberdade e viver em sociedade.
(D) os homens são naturalmente inclinados à discórdia e à luta de uns contra outros.
(E) toda ciência política é desprovida de valor, já que os homens não foram feitos para viver em sociedade.

65. Os principais representantes do jusnaturalismo (teoria dos direitos naturais) são
(A) Maquiavel e La Boétie.
(B) Hobbes, Locke e Rousseau.
(C) Montesquieu e Diderot.
(D) Toqueville e Stuart Mill.
(E) Kant e Montesquieu.

66. No capítulo IV de A Política, Aristóteles diz que o que faz uma pessoa ser cidadã é o fato de
(A) ser residente na cidade e maior de idade.
(B) poder ser admitida em audiência nos tribunais e até mesmo julgada, se for o caso.
(C) ter algum ofício ou trabalho na cidade.
(D) ser virtuosa, exercendo ações de caridade com os mais necessitados.
(E) ter o direito de voto nas assembleias, bem como o de participação no exercício do poder público.

67. Leia com atenção o texto a seguir.
A virtude é a própria potência do homem, que se define exclusivamente pela essência dele [...], isto é [...], que se define exclusivamente pelo esforço que o homem faz para perseverar em seu ser. Logo, quanto mais alguém se empenha em conservar seu ser e tem poder para tal, mais é dotado de virtude. O contrário acontece [...], na medida em que alguém desdenha conservar seu ser, e por isso é impotente.
(ESPINOSA, B. Ética. In: MARCONDES, D. (org.). Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 75)
É INCORRETO dizer que, para Espinosa,
(A) o ser humano que é virtuoso age conforme a natureza.
(B) o conceito de virtude liga-se ao de autoconservação.
(C) os homens, para alcançar a virtude, devem superar a sua tendência natural por meio do hábito.
(D) os homens são virtuosos por essência.
(E) um ser humano age contra a própria utilidade somente sob a influência de causas externas que o corrompem.

68. Além do Cristianismo, qual pensamento influenciou fortemente a ética de São Tomás de Aquino?
(A) A filosofia de Platão.
(B) O maniqueísmo.
(C) O estoicismo.
(D) O epicurismo.
(E) A filosofia de Aristóteles.

69. Na obra Além do bem e do mal, Nietzsche nega que as dicotomias metafísicas tradicionais, tais como bem/mal e verdadeiro/falso, sejam derivadas
(A) dos sentimentos e instintos humanos.
(B) da história.
(C) da razão universal.
(D) da cultura.
(E) da educação.

70. O conhecimento científico não é o reflexo das leis da natureza. Traz com ele um universo de teorias, de ideias, de paradigmas, o que nos remete, por um lado, para as condições bioantropológicas do conhecimento (porque não há espírito sem cérebro), por outro lado, para o enraizamento cultural, social, histórico das teorias.
(MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 21)
A partir do texto acima citado, depreende-se que, para o autor,
(A) não se pode abstrair o conhecimento científico das condições de sua elaboração.
(B) o conhecimento científico é completamente objetivo e neutro.
(C) não se pode confiar no conhecimento científico, já que ele resulta de um processo completamente subjetivo.
(D) o conhecimento científico não trata das leis da natureza.
(E) o conhecimento científico é uno e contínuo, apesar dos diferentes fatores que estão em jogo.

71. A lógica clássica tinha valor de verdade absoluta e geral e, desde que se chegasse a uma contradição, o pensamento devia fazer marcha atrás; a contradição era o sinal de alarme que indicava o erro. Ora, Bohr notou, a meu ver, um acontecimento de importância epistemológica fundamental quando, não por fadiga, mas por consciência dos limites da lógica, suspendeu o grande jogo entre a concepção corpuscular e a concepção ondulatória da partícula, declarando que era necessário aceitar a contradição entre as duas noções tornadas complementares, visto que as experiências levavam racionalmente a esta contradição.
(MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002,p. 145-146)
Tomando este texto em consideração, é INCORRETO dizer que a física quântica de Niels Bohr
(A) provoca uma mudança de paradigma nas ciências.
(B) desafia a lógica clássica, uma vez que suas descobertas não podem ser pensadas a partir do princípio de contradição.
(C) opõe-se, de certo modo, ao modelo racionalista da física newtoniana, na medida em que as suas teorias não pretendem ser universais e necessárias.
(D) desdenha os experimentos, já que estes levam a contradições.
(E) aceita uma dose de indeterminismo na descrição dos fenômenos.

Atenção: O texto a seguir refere-se às questões 72 e 73.
A técnica é um conhecimento empírico, que, graças à observação, elabora um conjunto de receitas e práticas para agir sobre as coisas. A tecnologia, porém, é um saber teórico que se aplica praticamente. Por exemplo, um relógio de sol é um objeto técnico que serve para marcar horas seguindo o movimento solar no céu. Um cronômetro, porém, é um objeto tecnológico: por um lado, sua construção pressupõe conhecimentos teóricos sobre as leis do movimento (as leis do pêndulo) e, por outro, seu uso altera a percepção empírica e comum dos objetos, pois serve para medir aquilo que nossa percepção não consegue perceber. Uma lente de aumento é um objeto técnico, mas o telescópio e o microscópio são objetos tecnológicos, pois sua construção pressupõe o conhecimento das leis científicas definidas pela óptica. Em outras palavras, um objeto é tecnológico quando sua construção pressupõe um saber científico e quando seu uso interfere nos resultados da pesquisa científica.
(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 222)

72. A partir do texto acima citado, pode-se dizer que a tecnologia difere da técnica na medida em que
(A) não possui aplicação prática.
(B) é acessível a todos.
(C) cria uma interdependência entre os seus objetos e os conhecimentos científicos.
(D) não consiste em um conhecimento.
(E) é puramente teórica.

73. A tecnologia e a produção de objetos tecnológicos são inseparáveis do ideal de intervenção e de controle da natureza por meio do conhecimento científico, ideal que se torna dominante a partir
(A) da Idade Antiga.
(B) da Idade Média.
(C) da Idade Moderna.
(D) do século XIX.
(E) da segunda metade do século XX.

74. O que é Deus? É o ser absolutamente necessário (causa de si), absolutamente criador (causa de tudo), absolutamente absoluto (não depende de nada, tudo depende dele): é o Ser dos seres, e o fundamento de todos. Ele existe? Existe por definição, sem que, no entanto, possamos tomar a sua definição como prova. É o que há de fascinante e, ao mesmo tempo, irritante na famosa prova ...... que perpassa ? pelo menos de santo Anselmo a Hegel ? toda a filosofia ocidental.
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 78 e 79. Tradução de Eduardo Brandão)
O autor está se referindo à prova
(A) cosmológica
(B) lógica.
(C) ontológica.
(D) físico-teleológica.
(E) geométrica.

75. "O que é a morte?", os filósofos não pararam de responder. Toda uma parte da metafísica se joga aí. Mas suas respostas, para simplificar ao extremo, se dividem em dois campos: uns que dizem que a morte não é nada (um nada, estritamente); outros que afirmam que é outra vida, ou a mesma vida continuada, purificada, libertada... São duas maneiras de negá-la: como nada, já que o nada não é nada, ou como vida, já que a morte, nesse caso, seria uma vida. Pensar a morte é dissolvê-la: o objeto, necessariamente, escapa.
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 47 e 48. Tradução de Eduardo Brandão)
Assinale a alternativa que nomeia, respectivamente, um representante da posição segundo a qual a morte não é nada e um representante da posição segundo a qual a morte é a passagem para uma outra vida.
(A) Epicuro e Platão.
(B) Leibniz e Montaigne.
(C) Heidegger e Nietzsche.
(D) Platão e Aristóteles.
(E) Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

76. "Para julgar as aparências que recebemos dos objetos", escreve Montaigne, "necessitaríamos de um instrumento judicatório; para verificar esse instrumento, necessitamos da demonstração; para verificar a demonstração, de um instrumento: eis-nos andando à roda."
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 59 e 60. Tradução de Eduardo Brandão)
Montaigne NÃO está defendendo que
(A) a avaliação crítica do conhecimento recai num círculo vicioso.
(B) na crítica do conhecimento, o juiz da questão é o próprio réu.
(C) o conhecimento não pode aspirar a uma certeza absoluta.
(D) só podemos verificar se as nossas representações correspondem à realidade por meio de instrumentos científicos.
(E) os homens não possuem acesso direto às coisas, mas só possuem acesso às suas aparências.

77. Leia e complete a lacuna corretamente.
......, numa passagem célebre da sua Lógica, resumia o domínio da filosofia em quatro questões: Que posso saber? Que devo fazer? O que me é permitido esperar? O que é homem?
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 15. Tradução de Eduardo Brandão)
(A) Descartes.
(B) Kant.
(C) Platão.
(D) Sartre.
(E) Leibniz.

78. No mito platônico da caverna, apresentado no sétimo livro da República, o Sol representa
(A) o Demiurgo.
(B) a ideia do bem.
(C) o mundo sensível.
(D) os pensamentos.
(E) o principal elemento na constituição do mundo.

79. Já que, de um lado, tenho uma ideia clara e distinta de mim mesmo, na medida em que sou apenas uma coisa pensante e inextensa, e que, de outro, tenho uma ideia distinta do corpo, na medida em que é apenas uma coisa extensa e que não pensa, é certo que este eu, isto é, minha alma, pela qual eu sou o que sou, é inteira e verdadeiramente distinta de meu corpo e que ela pode ser ou existir sem ele.
(DESCARTES, R. Meditações. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1973. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. Meditação sexta, § 17, p. 14)
A tese apresentada no texto supracitado é conhecida como (A) dualismo.
(B) espiritualismo.
(C) solipsismo.
(D) nihilismo.
(E) ceticismo.

GABARITO:
031 - D
032 - E
033 - C
034 - B
035 - A
036 - E
037 - E
038 - A
039 - B
040 - D
041 - E
042 - E
043 - B
044 - D
045 - D
046 - C
047 - A
048 - D
049 - B
050 - C
051 - A
052 - C
053 - E
054 - A
055 - E
056 - B
057 - C
058 - E
059 - A
060 - A
061 - D
062 - D
063 - B
064 - D
065 - B
066 - E
067 - C
068 - E
069 - C
070 - A
071 - D
072 - C
073 - C
074 - C
075 - A
076 - D
077 - B
078 - B
079 - A
(Secretaria de Educação - Governo do Estado de São Paulo - Fundação Carlos Chagas - 2010)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

OPERAÇÃO P!SS@ II: CONQUISTANDO UFSM E UFRGS.

ATENÇÃO GAFANHOTOS: O ENEM foi. Vamos analisar nossos erros e acertos para fazermos bonito em nossas próximas batalhas: UFSM e UFRGS. Agora nossos focos serão UFSM e UFRGS. Acordaremos, lancharemos, trabalharemos, almoçaremos, cagaremos, mijaremos, estudaremos, namoraremos U F S M e U F R G S. E, lógico, deixaremos os "nuvem - negras" "Chupando o ** do passarinho". Inicia a OPERAÇÃO P!SS@ II: CONQUISTANDO UFSM E UFRGS.

sábado, 22 de outubro de 2011

OPERAÇÃO ENEM I: P!SS@ NELES!

E aí, gurizada que encara o ENEM? Amanhã continua nossa luta. Seu MESTRE lhe deseja PAZ. P ! S S @@@@@@@@@@@@@ neles!

"Quanto vale uma nota de 100 reais?
Ela vale 100 reais.
Agora e se você pegar ela e dobrar no meio, quanto ela vale? 100 reais.
E se amassar essa nota toda, quanto ela passa a valer? 100 reais.
Se pegar, jogar no chão e pisar em cima. Sabe o que acontece com ela? Continua tendo o mesmo valor de 100 reais.
Muitas vezes enfrentamos situações em que somos dobrados, amassados, tentam pisar em nós e desvalorizar-nos.
Muitas vezes tentam te jogar pra baixo mas na verdade não podem.
Por mais que tentem não podem tirar o seu valor.
Você tem o seu valor e ele continua com você apesar de tudo que os outros possam fazer.
Deus fez você com um valor incalculável, saiba disso.
Você tem o seu valor mesmo que te digam o contrário. Passe a se valorizar mais. Dê a você mesmo o seu devido valor e não deixe os outros tentarem tirar isso de você."
(O seu real valor/ Daniel Godri)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aí gurizada, amanhã chegou a nossa hora. Estamos na mesma trincheira. Te lembra que pode ser o dia em que tudo dará certo, desde o café de manhã até a hora de janta. P!sss@ pro baixo astral! É "nóiz", "véio"! Nosso batalhão está pronto para a guerra. Bjo no coração!

"Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção


Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão


Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão


Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não


Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição


Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer"
(Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores/Geraldo Vandré)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

UM TOQUE DE MITOLOGIA: PAIS X FILHOS.

A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c. 1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio).

Urano era um deus grego que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua irmã. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica, e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.
Urano teve vários filhos (e irmãs), entre os quais os Titãs, os Cíclopes e os Hecatônquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Odiava seus filhos e por isso mantinha todos presos no interior de Gaia, a Terra. Esta então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai e jogou seus testículos ao mar. Formou-se uma espuma, da qual brotou Afrodite, a deusa do amor. Do sangue de Urano que caiu sobre a terra, nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades.
A maioria dos gregos considerava Urano como um deus primordial (protogenos) e não lhe atribuía filiação. Cícero afirma, em De Natura Deorum ("Da Natureza dos Deuses"), que ele descendia dos antigos deuses Éter e Hemera, o Ar e o Dia. Segundo os hinos órficos, Urano era filho da noite, Nix.
Seu equivalente na mitologia romana é Caelus ou Coelus - do qual provém caelum (coelum), a palavra latina para "céu".

Cronos, era a Divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. Outra suposição é que poderia estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Réia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.

Bibliografia
CARPENTER, T. H. Art and Myth in Ancient Greece. London: Thames and Hudson, 1991.
ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
HUMBERT, J. Mitologia griega y romana. Trad. B. O. O. Barcelona: Gustavo Gili, 1997.
RADICE, B. Who's who in the Ancient World. London: Penguin, 1973.
SPALDING, Tassilo. O Dicionário de Mitologia Greco-Latina. Belo. Horizonte: Itatiaia, 1965.

OPERAÇÃO ENEM: PENSANDO POSITIVAMENTE.

"O pensamento tem poder infinito.
Ele mexe com o destino, acompanha a sua vontade.
Ao esperar o melhor, você cria uma expectativa positiva que detona o processo de vitória.
Ser otimista é ser perseverante, é ter uma fé inabalável e uma certeza sem limites de que tudo vai dar certo.
Ao nascer o sentimento de entusiasmo, o universo aplaude tal iniciativa e conspira a seu favor, colocando-o a servi...ço da humanidade.
Você é quem escreve a história de sua vida – ao optar pelas atitudes construtivas – você cresce como ser humano e filho dileto de DEUS.
Positivo atrai positivo.
Alegria chama alegria.
Ao exalar esse estado otimista, nossa consciência desperta energias vitais que vão trabalhar na direção de suas metas.
Seja incansavelmente otimista. Faz bem para o corpo, para a mente e para a alma.
É humano e natural viver aflições, só não é inteligente conviver com elas por muito tempo.
Seja mais paciente consigo mesmo, saiba entender suas limitações.
Sem esforço não existe vitória.
Ao escolher com sabedoria viver sua vida com otimismo, seu coração sorri, seus olhos brilham e a humanidade agradece por você existir."
( Pablo Neruda)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OPERAÇÃO ENEM: NA RETA FINAL.

 Pré - História
Magia Simpática, Revoluções Neolítica e Urbana.

  Antiguidade Oriental e Clássica
Reforma de Amenófis IV, Código de Hamurábi, Êxodo - Cisma - Diásporas, Alfabeto Fenício, Guerras Médicas, Educação Espartana, Democracia Ateniense, Lei das XII Tábuas, Revolta de Spártacus e Crise do Século III.

 Idade Média
Corpus Juris Civilis, Expansão Islâmica, Tratado de Verdun, Impostos Feudais, Corporações de Ofício, Crise do Século XIV, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

 Idade Moderna
Características do Renascimento, Causas das Reformas Protestantes, Revolta Anabatista, Predestinação Absoluta, Colonização Inglesa, Revolução Inglesa, Características do Iluminismo e Causas da Revolução Americana.


 Idade Contemporânea
Expansão Napoleônica, Princípios do Congresso de Viena, Consequências da Unificação Alemã, Causas das Independências da América Espanhola, Guerra de Secessão, Liberalismo, Socialismos, Revoltas Afro - Asiáticas, Revolução Mexicana, Consequências da I Guerra, NEP, New Deal, Expansão Nazi - Fascista, Conferências da II Guerra, Causas da Descolonização, Revolução Cubana, Revolução Cultural Chinesa, Guerra dos Seis Dias, Revolução Sandinista, Era Gorbatchev, Escola de Chicago.

Brasil Colonial
Sistemas Administrativos, Escravidão Negra, Tratado de Madrid, Ciclo do Ouro, Nativismo, Tratados de 1810.

Brasil Imperial
Constituição de 1824, Guerra da Cisplatina, Ato Adicional de 1834, Tarifa Alves Branco, Parlamentarismo, Imigração, Questão Religiosa.

Brasil Republicano
Encilhamento, Messianismo, Funding - loan, Convênio de Taubaté, Campanha Civilista, Política das Salvações, Surto industrial, 18 do Forte, Aliança Liberal, Revolução de 1932, Constituição de 1934, Plano Cohen, CSN, Queremismo, Plano SALTE, Plano Laffer, Plano de Metas, Política Externa Independente, Plebiscito de 1963, AI - 2, Frente Ampla, Tropicalismo, Cinema Novo, Milagre Econõmico, Wladmir Herzog, Anistia, Plano Cruzado, Plano Brasil Novo, Caras - Pintadas, Plano Real, Lei das Concessões Públicas, Dívida Interna.      

BOM ENEM, FELIZ UNIVERSIDADE E SUCESSO NA VIDA!

sábado, 15 de outubro de 2011

PHISOLOFANDO

 21) Analise as assertivas abaixo, assinalando V ou F em relação à concepção de condição humana no pensamento de Jean-Paul Sartre.
( ) A angústia é algo constitutivo da condição humana e oculta, ao mesmo tempo, o sentimento de opressão e o movimento de dignificação que faz o homem tomar consciência de sua liberdade.
( ) A condição humana manifesta a importância do outro, que é indispensável à realização da nossa existência.
( ) A noção de "projeto" e a ação que a "ética da esponsabilidade" implica àquela, expressam os fundamentos da condição humana.
( ) A condição humana traduz a essência humana.
Indique a seguir a alternativa correta:
a) VVVF
b) VFVF
c) FVVF
d) FFVV
e) FFFV.

22) Sobre a noção de progresso científico no pensamento popperiano, é correto afirmar que:
a) O progresso científico, que é acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias.
b) O progresso científico leva em conta a justificação dos valores epistêmicos e não epistêmicos.
c) O progresso científico se dá mediante a refutação das teorias falsas por teorias verdadeiras.
d) O progresso científico, segundo Popper, se dá mediante a acumulação do conhecimento nos mesmos moldes em que havia proposto Thomas S. Kunh.
e) O progresso científico, que é não acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias.

23) De acordo com o que propõe Francis Bacon, no Novum Organum, são corretas as alternativas:
I. O Novum Organum constitui uma crítica ao Organon de Aristóteles que, segundo Bacon, expressava uma verdadeira indução.
II. A experiência expressa as ideias da mente divina, que são as marcas e impressões verdadeiras gravadas por Deus nas criaturas que, por sua vez, as manifesta através da verdadeira indução.
III. São de cinco gêneros os ídolos da mente humana: da tribo, da comunidade, da Caverna, do Teatro e do Foro.
IV. As ideias da mente humana devem ser rejeitadas como base da experiência reveladora da ciência, porque representam ídolos que devem ser abjurados.
V. Bacon no Organon defende uma verdadeira indução..
a) Somente a alternativa I é correta.
b) Somente as alternativas II e III são corretas.
c) Somente as alternativas III e IV são corretas.
d) Somente as alternativas II e IV são corretas.
e) Somente a alternativa V é correta.

24) É verdadeira a alternativa:
a) O Emílio é uma obra extremamente teórica e, por isso mesmo, nada demonstra aplicável à prática educativa.
b) A preocupação central de Rousseau no Emílio foi com as primeiras fases do processo de desenvolvimento da criança na escola.
c) Rousseau, filósofo representante do século das luzes, defende a tese segundo a qual a educação explicita os costumes, e as ciências e as artes contribuem para aprimorar e satisfazer as necessidades naturais.
d) O Emílio expressa uma proposta educacional perfeitamente exequível e compatível com a sociedade de então, porquanto propõe um modo de superar a afetação do saber.
e) São verdadeiras as alternativas "c" e "d"..

25) Das alternativas abaixo, assinale a falsa:
a) A genealogia da moral é a obra de Nietzsche na qual o método de pesquisa nietzscheano é aplicado à análise do problema servindo como um dos principais fundamentos do perspectivismo moral deste pensador.
b) A crítica moral nietzscheana se dirige ao ideal ascético representado fundamentalmente pela moral do cristianismo.
c) A teoria moral nietzscheana enaltece a condição aristocrática pelo fato de Nietzsche ser favorável à superioridade e exuberância cultural dos alemães.
d) A transvaloração é uma meta nietzscheana em virtude da decadência trazida pelo cristianismo e pelo platonismo, sobretudo enquanto estes movimentos negam a força da natureza.
e) Em Para além do bem e do mal Nietzsche retoma a sua análise crítica da moral ascética, só que, desta feita, utilizando-se do discurso aforismático.

26) Assinale a alternativa correta:
a) Em A ideologia alemã, Karl Marx avança com sua crítica contra os fundamentos da economia política do seu tempo, visualizando principalmente Adam Smith e David Ricardo.
b) A sagrada família foi uma obra dedicada por Marx à análise da filosofia dos jovens hegelianos.
c) Em sua concepção dialética da história, Marx defende que a base real da história é a consciência crítica que os homens constroem de si.
d) Para Marx, o materialismo histórico é também uma forma de ideologia.
e) Na obra O capital, precisamente em um de seus prefácios, Marx se declara, ao mesmo tempo, um ferrenho crítico do método dialético e um seguidor do idealismo de Hegel.

27) Assinale a alternativa falsa:
a) A ética do discurso de Jürgen Habermas desconsidera a guinada pragmático-linguística na filosofia contemporânea e continua buscando justificações universalistas.
b) Habermas apresenta sua ética do discurso como sendo cognitivista, formalista e procedimentalista.
c) A ética do discurso de Habermas constitui-se, dentre outras coisas, de uma reformulação do imperativo categórico kantiano, que passa a ser apresentado em termos pragmáticos onde o Ego transcendental é substituído pela comunidade de comunicação.
d) O ideal de uma comunicação não coercitiva e igualitária está na base da justificativa filosófica da ética do discurso de J. Habermas.
e) A ética do discurso de Habermas se baseia nas teses fornecidas por este mesmo pensador para a construção do conceito de razão comunicativa.

28) Considere as seguintes proposições e, a seguir, assinale a alternativa correta:
I. Para chegar à certeza do cogito ergo sum, Descartes não duvida de sua própria existência.
II. Ao perceber, em dado momento, que tudo em que até então acreditara era falso, Descartes resolve assumir a dúvida como ponto de partida de seu método filosófico.
III. Tendo como base a regra geral de que é verdadeiro tudo aquilo que é concebido com clareza e distinção, Descartes conclui que, para pensar, é preciso existir.
IV. Segundo Descartes e seguindo o método cartesiano, quem duvida deve chegar à conclusão de que sua natureza consiste apenas em pensar.
a) Apenas I e II são verdadeiras.
b) Apenas I e IV são verdadeiras.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Apenas uma proposição é verdadeira.

29) Considere as seguintes proposições, relativas à filosofia de Aristóteles e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. A filosofia é, ao mesmo tempo, a mais universal e a mais útil das ciências.
II. A teoria é cognoscitivamente superior à experiência (empiria) porque o conhecimento causal está presente na teoria e ausente na experiência.
III. A admiração de que as coisas sejam como são e a consciência da própria ignorância estão na origem da investigação filosófica.
IV. Por ser, por natureza, o conhecimento dos primeiros princípios, o conhecimento filosófico antecede historicamente as demais ciências.
a) Apenas I e II são verdadeiras.
b) Apenas I e IV são verdadeiras.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Apenas uma proposição é verdadeira.

30) Considere as seguintes proposições relativas ao mito platônico da caverna e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Uma reflexão sobre esse mito prepara a mente para superar preconceitos.
II. As sombras projetadas no fundo da caverna representam as teorias filosóficas superadas.
III. Nesse mito, o senso comum está simbolizado como ponto de partida e base segura do conhecimento científico.
IV.As correntes que prendem os habitantes na caverna representam exclusivamente a opressão de natureza política.
a) Apenas I e II são verdadeiras.
b) Apenas I e IV são verdadeiras.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Apenas uma proposição é verdadeira.

31) Analise as alternativas e, a seguir, marque a opção correta:
I. No Novum Organum Bacon propõe um método teórico-experimental com matiz indutivo, cuja primeira parte corresponde à recusa de todos os ídolos.
II. O método científico baconiano (tabulae baconianas) é essencialmente causal-explicativo, porque busca explicar causas e efeitos dos fenômenos naturais e os erros a que as escolas filosóficas nos induzem, os ídolos da caverna.
III. As teorias são modelos dicotômicos com relação à realidade e à explicação causal dos fenômenos.
IV. A perspectiva de ciência em Bacon, ainda é demasiadamente influenciada por uma concepção metafísica tradicional.
a) Somente as alternativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as alternativas II e III são verdadeiras.
c) As alternativas III e IV são falsas.
d) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras.
e) As alternativas I e IV são verdadeiras.

32) Assinale a alternativa verdadeira com relação à concepção popperiana:
a) A refutação é um processo de reforma das teorias que determina o progresso científico.
b) O progresso científico, em Popper, se dá sob a perspectiva reformista que implica a acumulação do conhecimento nas teorias.
c) Popper, como neopositivista declarado que foi, aceitava que somente as teorias verificáveis são científicas.
d) A falseabilidade corresponde a uma visão revolucionária do progresso científico.
e) A falseabilidade corresponde a uma visão reformista da ciência.

33) Sobre o Emílio ou da educação é correto afirmar:
a) O Emílio ou da educação se coloca como um método que preserva toda a pureza natural do homem e suprime toda a maldade acumulada pela cultura artificial e pela desigualdade humana.
b) O Emílio é um aluno completamente dependente de seus professores.
c) O Emílio só é preparado para o convívio social por ser um selvagem.
d) O Emílio não é preparado para o convívio social.
e) Rousseau entende que seu aluno Emílio é real e se faz presente em todas as escolas onde as crianças sejam educadas.

34) Considere as seguintes proposições relativas às noções de pensar, duvidar e existir na ordem cartesiana das razões e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Pensar implica duvidar. IV. Existir implica pensar.
II. Duvidar implica pensar. V. Existir implica duvidar.
III. Duvidar implica existir. VI. Pensar implica existir.
a) II, III e VI são verdadeiras.
b) I, IV e V são verdadeiras.
c) IV e VI são verdadeiras.
d) Apenas IV é verdadeira.
e) Apenas VI é verdadeira.

35) Considere as seguintes proposições relativas à filosofia de Aristóteles e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. O conhecimento é desejado por todos os homens porque é capaz de, por si só, lhes proporcionar prazer.
II. Quanto mais princípios possui, mais rigoroso é um conhecimento.
III. A filosofia é o conhecimento que mais princípios possui.
IV. A filosofia é o mais rigoroso dos conhecimentos.
a) Apenas I e II são verdadeiras.
b) Apenas I e IV são verdadeiras.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Apenas uma das proposições é verdadeira.

36) Assinale a alternativa verdadeira.
a) No mito da caverna, Platão simboliza a necessidade do conhecimento matemático como propedêutica para o aprendizado filosófico.
b) No mito da caverna, Platão simboliza a necessidade do conhecimento matemático como propedêutica para o aprendizado em geral.
c) No mito da caverna, Platão não simboliza as dificuldades inerentes ao aprendizado.
d) No mito da caverna, Platão não simboliza as dificuldades inerentes ao ensino.
e) No mito da caverna, Platão simboliza as dificuldades inerentes ao ensino e à aprendizagem.

37) Das assertivas abaixo assinale a falsa:
a) Para Nietzsche as três palavras mágicas que definem o ideal ascético são pobreza, humildade e castidade.
b) Para a filosofia nietzscheana o valor do desinteresse é fixado pela má consciência, a vontade de alguém de torturar a si mesmo.
c) Nietzsche entende que o respeito do homem superior ao seu inimigo é o caminho aberto para o amor. O homem superior não pode suportar um inimigo que não seja venerável.
d) Para Nietzsche há uma feliz certeza encontrada em todas as coisas, elas não dançam com os pés no acaso.
e) Conforme pensa Nietzsche os valores absolutos não existem, eles são uma mentira contada durante vários milênios.

38) Das afirmações abaixo, uma não pertence e nem identifica o pensamento de Sartre. Assinale-a.
a) "Os outros são o inferno"
b) "A liberdade não consiste na escolha do próprio ser. E essa escolha é absurda".
c) "A liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, isto é, o seu nada de ser".
d) "Tudo é gratuito: este jardim, esta cidade, eu próprio. E,quando acontece de nos darmos conta disso, revolta-senos o estômago e tudo se põe a flutuar... eis a Náusea".
e) "Eu estou condenado a ser livre".

39) Das afirmações abaixo, apenas uma é falsa. Assinale-a:
a) Para o materialismo histórico de Marx, a divisão do trabalho em manual e intelectual faz nascer a ilusão de que espírito e matéria são separados.
b) A teoria marxiana afirma que os homens fazem a história e a fazem exatamente como querem.
c) Dizer que as ideias prevalecentes de uma época são exatamente as da classe dominante é uma das convicções do materialismo histórico.
d) O objetivo maior de O capital era o de revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna.
e) Mais-valia, fetiche da mercadoria, alienação e acumulação de capital são conceitos utilizados por Marx para interpretar a realidade econômica da sociedade capitalista.

40) Assinale a alternativa verdadeira:
a) A ética do discurso de Habermas procura seu fundamento metafísico na teoria da história.
b) Para Habermas a linguagem é a fonte comum do conhecimento e da moral.
c) Para a ética do discurso seu maior aliado é o discurso cético sobre a moral.
d) Habermas defende que somente na pós-modernidade podese situar uma moral libertária.
e) A ética do discurso de Habermas é um projeto compartilhado em total harmonia com o seu mestre, o filósofo Karl-Otto Apel.

GABARITO:

21C - 22E - 23D - 24E - 25C - 26B - 27A - 28B - 29C - 30E
31E - 32D - 33A - 34A - 35B - 36E - 37D - 38B - 39B - 40B
(Instituto Federal de Educação - Sergipe - 2010)

sábado, 1 de outubro de 2011

PHISOLOFANDO

 2. Sobre os Pré-socráticos, pode-se afirmar:
I. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto fora o primeiro filósofo. Muito reconhecido pelas acertadas previsões que fazia, Tales defendia a ideia da existência de um elemento primordial (arché), originário e fundante, uma "massa geradora" dos seres, contendo em si todos os elementos contrários, o apeíron.
II. Entre os Pré-socráticos não se deu uma ruptura definitiva com o mito e com o pensamento religioso, haja vista as contribuições de Pitágoras e Demócrito.
III. Também chamados de Filósofos da Natureza, os pré-socráticos buscaram respostas sobre a physis e a natureza humana, por isso este período da Filosofia é denominado Período Cosmológico.
IV. Ao afirmar que "o ser é" e "o não-ser não é", Parmênides está colocando em evidência aquilo que viria a ser a base do idealismo platônico.
V. Para Demócrito, "tudo que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade". Demócrito fora contemporâneo de Sócrates e precursor da teoria atômica.
a) Somente II, IV e V são verdadeiras.
b) Somente III, IV e V são verdadeiras.
c) Somente IV e V são verdadeiras.
d) Somente II e V são verdadeiras.
e) Somente I, IV e V são verdadeiras.

3. Sobre a Filosofia de Sócrates, é CORRETO afirmar:
I. Dentre os principais biógrafos de Sócrates está Xenofonte, um dos seus discípulos mais imediatos.
II. "Antes de atuar na minha defesa [...] atuo na vossa". Em trecho do Fédon, Sócrates faz sua defesa diante das acusações que lhe foram imputadas, dentre outros, pela "roda de Ânito".
III. No Fédon, Sócrates, cercado por seus discípulos, antes de beber a cicuta, discorre acerca de temas relacionados à morte e ao destino da alma.
IV. A dialética socrática se desenvolve em dois momentos, passando da ironia à maiêutica.
V. Em Sócrates como em Hegel a dialética é um elemento primordial, muito embora, neste último, haja uma caracterização a partir dos seguintes termos: afirmação, negação e negação da negação.
a) Somente I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente I, III, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

4. Sobre Platão, é CORRETO afirmar:
I. Na República, Platão associa o processo de iluminação à saída da caverna, tomando a figura de Sócrates como arquétipo do ideal filosófico.
II. No Emílio, Rousseau declara que o texto da República não se limita à condição de obra política, mas se trata "do mais belo tratado de educação que jamais se escreveu?, o que se deve ao seu caráter dialético e, sobretudo, ao protagonismo dos interlocutores de Sócrates no processo educativo.
III. Para Platão, o conhecimento referente ao mundo das ideias era o verdadeiro saber, o verdadeiro conhecimento (episteme), um conhecimento apenas contemplativo e superior ao conferido pela experiência.
IV. Ao afirmar que o conhecimento preexistia na alma humana, Platão estava afirmando que a todos os homens era possível vir a possuir os mesmos conhecimentos.
V. O fato de na entrada da Academia constar a seguinte máxima: "Que não entre quem não saiba geometria", endossa o idealismo platônico na medida em que coloca a matemática como um exemplo de conhecimento puramente intelectual e perfeito que prescinde da experiência.
a) Somente I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente I, II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente I, III e V são verdadeiras.
d) Somente I, II, III e V são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

5. Sobre Aristóteles, é CORRETO afirmar:
I. Dentro da metafísica aristotélica, a doutrina do ato-potência acha-se estreitamente vinculada à determinada concepção de causalidade, em que a causa é tudo que contribui para a realidade de um ser, distinguindo-se em: causa material, causa formal, causa final, causa eficiente.
II. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles evoca o meio-termo como princípio de equilíbrio entre os extremos que necessariamente conduzem ao erro.
III. A indução aristotélica se diferencia da indução baconiana na medida em que esta última procura enfatizar não só a presença dos fenômenos, mas também a sua ausência e possível graduação.
IV. "Outros paralogismos nascem por não se haver dado uma definição do que é um silogismo e do que é um elenco, e porque algo escapou à respectiva definição." O trecho citado foi retirado da Política, em que Aristóteles discorre exaustivamente acerca de um método eficiente para refutar os sofistas.
V. Aristóteles retoma o problema do ser e tenta resolver a contradição entre o caráter estático e permanente do ser em oposição ao caráter de transitoriedade, suscitados respectivamente por Parmênides e Heráclito.
a) Somente I, II e V são verdadeiras.
b) Somente I, II e III são verdadeiras.
c) Somente I, II, III e V são verdadeiras.
d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

7. Sobre Santo Agostinho, é CORRETO afirmar:
I. A originalidade do pensamento de Agostinho de Hipona fora bastante festejada a partir da Idade Moderna, haja vista sua grande contribuição à Reforma e na instituição do cogito cartesiano, e ainda na intuição da teoria da evolução e pré-concepção do que viria a ser o existencialismo do Século XX.
II. Na "Cidade de Deus", Agostinho discorre sobre a cidade dos homens, marcada pela corrupção do gênero humano; e a cidade de Deus, representada pela aliança com o povo hebreu.
III. Na Cidade de Deus, Agostinho firma um contraponto às acusações de que a decadência e iminente queda de Roma, em 476 d.C. estariam associadas à adesão oficial do império ao monoteísmo cristão, a partir de Constantino.
IV. A assertiva "crer para compreender" explicita a relação de dependência defendida por Agostinho entre Filosofia e Teologia, colocando aquela como tributária desta.
V. Para Agostinho, o conhecimento pode referir-se a coisas que não são provenientes dos sentidos, mas que, iluminadas pelo Deus cristão, podem ser percebidas pela mente humana.
a) Somente II e III são verdadeiras.
b) Somente I, II e V são verdadeiras.
c) Somente II, III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente II e V são verdadeiras.
e) Nenhuma alternativa é verdadeira.

8. Sobre São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, é possível AFIRMAR que:
I. Ambos se apoiam no pensamento grego clássico, respectivamente Platão e Aristóteles, para dar um caráter filosófico e legitimar a doutrina cristã.
II. Dentre as provas da existência de Deus propostas por Tomás de Aquino, na Suma Teológica, é possível citar a do "primeiro motor" que, segundo o autor, seria Deus.
III. Durante a escolástica, o pensamento de Aristóteles passou a compor o chamado Princípio da Autoridade.
IV. O Problema do Mal perdurara como uma das principais inquietações da Filosofia Medieval e só fora devidamente respondido por Tomás de Aquino, na Suma Teológica, quando afirma que o mal é nada mais que ausência de bem.
V. Ao admitir que o governo é de origem divina, Aquino submete a vontade do povo à vontade do soberano e a vontade deste à da igreja, maior fonte de autoridade. Aquino ressalta, entretanto, que o governo não deve oprimir seus membros, agindo de forma tirânica, o que, segundo o doutor angélico, legitimaria o caso de uma rebelião ou guerra justa.
a) Somente II e III são verdadeiras.
b) Somente IV e V são verdadeiras.
c) Somente III e IV são verdadeiras.
d) Somente I, II, III e V são verdadeiras.
e) Somente a II é verdadeira.

9. A respeito das teses da segregação dos dois mundos e da incorruptibilidade dos corpos celestes, é CORRETO afirmar:
I. Ambas foram concebidas por Aristóteles e apropriadas pela Igreja, durante a Idade Média, passando a endossar a doutrina do pecado original.
II. Estão relacionadas à teoria da hierarquização dos seres, capturada por Aristóteles do pensamento de Heráclito.
III. Estão relacionadas, na medida em que partem da premissa de que o mundo sublunar é perfeito, enquanto que o terreno constitui-se como mundo das imperfeições.
IV. Foi Copérnico, usando o seu telescópio artesanal, que, após verificar a existência de crateras na lua, satélites em Júpiter e manchas no sol, pôde não só contrariar a tese da incorruptibilidade dos corpos celestes como também fortalecer a teoria heliocêntrica.
V. A teoria da gravitação universal seria impossível sem a unificação dos dois mundos empreendida por Nicolau Copérnico.
a) Nenhuma alternativa é verdadeira.
b) Somente I, II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente I, IV e V são verdadeiras.
d) Somente I é verdadeira.
e) Somente I e III são verdadeiras.

10. Sobre os fundamentos da Teoria do Conhecimento, é CORRETO afirmar que:
I. Para o Dogmatismo, não está colocada a questão da possibilidade do conhecimento, por entender que os objetos são dados; enquanto que, para o Ceticismo a possibilidade do conhecimento não se concretiza por não haver acesso ao objeto.
II. Kant afirma que Hume o acordara do sono dogmático por haver colocado em xeque o princípio da causalidade.
III. O criticismo introduz a ideia de um juízo sintético, a priori, universal e necessário, que amplia o conhecimento e é formulado independentemente da experiência empírica.
IV. A inacessibilidade da coisa-em-si está diretamente relacionada à revolução copernicana, empreendida por Kant, e que coloca a necessidade dos objetos se regularem pelos sujeitos e não o contrário.
V. No seu idealismo transcendental, Kant acaba por endossar o ceticismo na medida em que coloca a impossibilidade de penetrar a essência da coisa-em-si.
a) Somente I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente I, IV e IV são verdadeiras.
d) Somente I, II, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

11. Sobre a inauguração da Ciência Moderna, é possível afirmar que:
I. Seria impossível sem um conjunto de fatores sociais, políticos e econômicos, que, de forma sincronizada e gradual, atuaram e permitiram a implosão da cosmovisão aristotélico-tomista.
II. O Principio da Parcimônia, legado por Guilherme de Occam dá sustentação à fundamentação do método cartesiano, sobretudo quando consideramos o seu primeiro preceito, o da evidência.
III. O Discurso do Método foi uma obra que por pouco não fora escrita, tendo sido concretizada por ocasião da perseguição e inquérito sofrido por Galileu.
IV. No Discurso do Método, Descartes coloca o conhecimento a ser alcançado pelo método por ele proposto como um conhecimento superior e mais certo que todos os outros por ele nomeados: o filosófico, o científico e o teológico.
V. Na consecução do preceito cartesiano da análise: "Conduzir em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de conhecer, a fim de ascender, pouco a pouco, por degraus, até o conhecimento dos mais compostos", reside a razão pela qual se dera um amplo desenvolvimento científico e pulverização da ciência.
a) Somente I, II e III são verdadeiras.
b) Somente I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente I, IV e V são verdadeiras.
d) Somente I, II, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

12. Sobre o ideal positivista de ciência e os padrões de cientificidade no mundo contemporâneo, é possível AFIRMAR:
I. O Positivismo sustenta-se num profundo ceticismo metafísico, ainda que a crença absoluta na ciência e a premissa de neutralidade científica não venham a comprometer o seu status determinista.
II. O ideal de progresso, apregoado por Auguste Comte, fora efetivamente concretizado, instaurando uma nova ordem social prognosticada pelos iluministas do Século XVIII e endossada pelos pensadores da Escola de Frankfurt.
III. Física quântica e física social configuram os dois lados de uma mesma moeda. Através da física quântica é possível explicar a complexidade e aleatoriedade do fenômeno social, contrariando, assim, os pressupostos fundamentais do positivismo lógico.
IV. Ciência normal pode ser entendida como um padrão normativo de racionalidade, regulado por parâmetros definidos pelo método cartesiano, sobretudo pelo preceito da evidência.
V. É possível afirmar que o determinismo biológico está para o cientificismo, assim como a física newtoniana está para a teoria da complexidade.
a) Nenhuma alternativa é verdadeira.
b) Somente I é verdadeira.
c) Somente I e IV são verdadeiras.
d) Somente IV é verdadeira.
e) Somente I, III e IV são verdadeiras.

13. Em relação à Epistemologia, é CORRETO afirmar:
I. São três as principais concepções de ciência: a racionalista, que toma o modelo de objetividade da matemática; o empirista, apoiado no modelo de objetividade da medicina grega e da história natural; e o construtivista, baseado num modelo de objetividade aproximativa, cujo exemplo mais adequado seria o verificacionismo.
II. O advento da relatividade e dos fenômenos quânticos coloca por terra o ideal de ciência, modelo atribuído à física clássica.
III. De acordo com a Teoria Crítica, na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso ao conhecimento para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração.
IV. Os conceitos de "corte epistemológico" e "paradigma", respectivamente, radicados em Gaston Bachelard e Thomas Kuhn, endossam a tese da descontinuidade da ciência.
V. O falsificacionismo popperiano está diretamente ligado à noção de demarcação científica e à noção de que todo conhecimento científico, para ser verdadeiro, deve ser passível de prévia falsificação.
a) Somente II e IV são verdadeiras.
b) Somente I, II, III são verdadeiras.
c) Somente II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente II, III, IV e V são verdadeiras.
e) Somente III e IV são verdadeiras.

14. Sobre ética e alteridade, é CORRETO afirmar:
I. A Ética da Razão Comunicativa, proposta por Karl Otto Apel, se baseia em três regras básicas: a regra da inclusão, a regra da participação e a regra da comunicação livre de violência e coação.
II. O pensamento de Lévinas parte da ideia de que a Ética e a Ontologia, ambas, reciprocamente, constituiriam a Filosofia primeira.
III. Para Lévinas, a ética se configura como uma relação Eu-Outro, em que o elemento que constitui a definição do sujeito ético é constituído pelo Outro e não pelo Eu.
IV. De acordo Enrique Dussel, a Educação se constitui numa dimensão imprescindível para que a humanidade transforme em realidade as suas aspirações éticas concernentes à autonomia, respeito à vulnerabilidade, à dignidade humana e equidade que se traduzem em justiça social.
V. Para Dussel, a ética prática fundamenta-se na visão da pedagogia freiriana, no sentido de que, para Freire, a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica só é possível se for levada em conta a dimensão ética, a ética de mercado situada dentro de uma ética universal mais ampla.
a) Somente I e II são verdadeiras.
b) Somente I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente III e IV são verdadeiras.
d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

15. Sobre Ética e Bioética, podemos AFIRMAR que:
I. A bioética tem origem nas implicações éticas e nos desafios da prática médico-biológica, de onde procura estabelecer conexões com outros campos do saber, como a filosofia, a ciência e também a religião.
II. Com o texto "Bioética: a ciência da sobrevivência", Van Rensselaer Potter inaugura uma nova frente de discussões no campo da ética trazendo à baila uma ética, para a vida selvagem, uma ética urbana, uma ética de populações, uma ética do consumo, uma ética internacional, enfim, uma bioética.
III. Equipolência, não maleficência, beneficência, heteronomia, socialidade, subsidiaridade são conceitos fundamentais em bioética.
IV. O Princípio da responsabilidade de Hans Jonas vai além do imperativo categórico kantiano na medida em que, efetivamente, eleva a ética a um patamar de ulteriorioridade.
V. Diferentemente de Platão, a ética de Jonas não está preocupada com a eternidade, mas com o tempo vindouro, incluindo não só o gênero humano, mas também a vida num sentido mais amplo.
a) Somente II, III, IV e V são verdadeiras.
b) Somente I, II e V são verdadeiras.
c) Somente I, III e IV são verdadeiras.
d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

16. "O conhecimento metafísico deve simplesmente conter juízos a priori; exige-o a peculiaridade das suas fontes. Ora, seja qual for a origem dos juízos ou a natureza da sua forma lógica, existe neles, quanto ao conteúdo, uma diferença em virtude da qual são ou simplesmente explicativas, sem nada acrescentar ao conteúdo do conhecimento, ou extensivos, aumentando o conhecimento dado..."
(KANT, Immanuel. Prolegómenos a toda a metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1987, p. 24.)
Sobre as teses kantianas, identifique se as afirmações abaixo são (V) verdadeiras ou (F) falsas:
I. Embora não de modo tão claro e com consciência uniforme, os juízos sintéticos nada dizem no predicado que não esteja já pensado realmente no conceito do sujeito.
II. Quando digo: todos os corpos são extensos, alarguei minimamente o meu conceito de corpo, porque a extensão não estava pensada realmente no conceito já antes do juízo.
III. Quando digo: alguns corpos são pesados, a proposição contém no predicado alguma coisa que não está verdadeiramente pensada no conceito geral de corpo, pois aumenta o meu conhecimento, ao acrescentar algo ao meu conceito; portanto deve chamar-se juízo sintético.
IV. Os juízos empíricos são sempre juízos sintéticos.
V. Os juízos matemáticos são todos juízos sintéticos.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas que são VERDADEIRAS.
a) I, II e III
b) I, III e V
c) II e V
d) I, II e IV
e) III, IV e V

17. "Na metafísica, cumpre-se a meditação sobre a essência do ente e uma decisão sobre a essência da verdade. A metafísica funda uma era, na medida em que, através de uma determinada interpretação do ente e através de uma determinada concepção da verdade, lhe dá o fundamento de sua figura essencial. Este fundamento domina por completo todos os fenômenos que distinguem essa era."
(HEIDEGGER, Martin. O tempo da imagem de mundo. In: Caminhos de floresta. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p. 97.)
Sobre a Metafísica e sua História, é correto afirmar que:
I. A História da Metafísica pode ser dividida em três grandes períodos: o período que vai de Platão e Aristóteles (século IV e III a.C.) até David Hume (século XVIII d.C.); período que vai de Kant (século XVIII) até a fenomenologia de Husserl (século XX); e a ontologia contemporânea, dos anos 20 aos anos 70 de nosso século.
II. Para Aristóteles, as causas primeiras explicam o que a essência é e também a origem e o movimento da existência de uma essência. As causas primeiras nos dizem para que é, por que é, como é e o que é uma essência.
III. A tarefa da metafísica cristã foi a de criar o fundamento metafísico para a libertação do homem, libertação para a liberdade enquanto auto-determinação certa de si mesma.
IV. René Descartes, numa figura clássica, falando da árvore do conhecimento, dizia que as raízes são a física; o tronco, a física matemática; e os ramos que saem do tronco, todas as outras ciências, modeladas segundo o padrão da metafísica.
V. Para Heidegger, o fim da Filosofia é o "fim" da Filosofia enquanto metafísica. Afinal, para este pensador, a metafísica atingiu suas "possibilidades supremas" dissolvendo-se no surto cada vez mais crescente das ciências que esvaziam a problemática filosófica. Já para Wittgenstein, o fim da Filosofia se daria mediante seu "desaparecimento", uma vez cumprida sua unica função: realizar a terapia da linguagem.
Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS.
a) III, IV e V
b) Todas são verdadeiras
c) II, III e IV
d) I, II, e V
e) I, III, IV

18. "Há uma "prova ontológica" proveniente, não do cogito reflexivo, mas do ser pré-reflexivo do percipiens. (...) Toda consciência é consciência de alguma coisa. Esta definição pode ser entendida em dois sentidos bem diferentes: ou a consciência é constitutiva do ser de seu objeto, ou então a consciência, em sua natureza mais profunda, é relação a um ser transcendente."
(SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 7.ed. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 32.)
Identifique o que for correto:
I. A metafísica contemporânea é também denominada de ontologia.
II. Para o filósofo Martin Heidegger, ontologia e fenomenologia não são duas disciplinas diferentes da filosofia ao lado de outras. Afinal, ambas caracterizam a própria filosofia em seu objeto e em seu modo de tratar.
III. A ontologia contemporânea se caracteriza por vislumbrar uma interpretação racional da lógica da realidade, descrevendo as estruturas do mundo e as do nosso pensamento.
IV. Para o existencialismo de Jean-Paul Sartre a existência precede a essência, e isso quer dizer que o homem primeiro existe, descobre-se, surge no mundo; só depois se define; só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer.
V. O postulado fundamental da fenomenologia é a noção de intencionalidade, em que se considera que toda consciência é intencional, isto é, tende para algo fora de si. Destarte, não há consciência pura, separada do mundo, mas toda consciência tende para o mundo.
Assinale a alternativa que possui as afirmações que são CORRETAS.
a) III, IV e V
b) I, III, IV e V
c) I, II e III
d) I, II, III, IV e V
e) II, III, IV

19. "Uma teoria deontológica que explica as normas gerais não pode admitir a prioridade normativa de nenhum propósito particular sobre tais normas, uma vez que a busca desse telos - por mais elevado que seja - exige uma contemporização entre um raciocínio normativo e um raciocínio de prudência. Penso que esse problema clássico da ética da revolução não pode ser resolvido no âmbito da teoria da moral. Pode, porém, ser difundido na estrutura mesma de um Estado constitucional em que o reformismo democrático é institucionalizado como parte normal da política. Os cidadãos podem então encarar a constituição como o projeto coletivo da realização cada vez mais ampla de um sistema já estabelecido de direitos básicos. Os cidadãos que se dedicam à realização desse projeto conjunto podem, com coerência, promover a melhoria das condições de acesso à política deliberativa e participação nesta, ao mesmo tempo que podem racionalmente esperar que as normas sejam devidamente respeitadas."
(HABERMAS, Jurgen. A ética da discussão e a questão da verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2004, pp. 26-7.)
A partir do texto e de seus conhecimentos, identifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas:
I. A ética do discurso se fundamenta na razão reflexiva.
II. Habermas admite, juntamente com Rawls, Tugendhat e Apel, que as questões prático-morais podem ser
decididas com base em razões, uma vez que os juízos morais podem ser fundamentados.
III. A ética do discurso ou comunicativa é um fenômeno especificamente alemão, do fim dos anos 60 e dos anos 70.
IV. No entender de Habermas, a validade das normas não depende do consenso buscado pelo grupo, mas da razão abstrata.
V. A ética do discurso se fundamenta no monólogo que o sujeito faz consigo próprio.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as proposições são falsas.
b) Apenas a proposição II é falsa.
c) Apenas a proposição III é falsa.
d) Apenas a proposição IV é verdadeira.
e) As proposições II e III são verdadeiras.

20. "Os problemas éticos caracterizam-se pela sua generalidade e isto os distingue dos problemas morais da vida cotidiana, que são os que se nos apresentam nas situações concretas."
(VÁSQUEZ, Adolfo. Ética. 24.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 19.)
A partir de seus conhecimentos sobre a Ética e Moral, identifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas.
I. A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
II. A ética é o conjunto de regras de conduta assumidas pelos indivíduos de um determinado grupo social com a finalidade de estruturar e organizar as relações interpessoais.
III. O legado socrático consiste na idéia de que o objeto da vida humana é a virtude, meio único de alcançar a felicidade. Toda virtude consiste essencialmente em subordinar o corpo à alma, os sentidos à razão, o particular ao geral.
IV. A ética de Platão - como a de Aristóteles - se relaciona intimamente com a sua filosofia política, porque para ele a polis é o terreno próprio da vida moral, afinal a comunidade social e política é o meio necessário da moral.
V. Sócrates tem o mérito de haver proclamado a existência da lei natural, contrariamente aos sofistas, que confundiam a moral com as leis positivas e que não davam à justiça outra origem senão a que vem dos arbitrários decretos dos legisladores.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas a afirmativa I é falsa
b) Apenas a afirmativa II é falsa
c) Apenas a afirmativa III é falsa
d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras
e) Nenhuma afirmativa é falsa

21. "A regra da faculdade de julgar sob as leis da razão pura prática é esta: interroga-te a ti mesmo se a ação que projetas, no caso de ela ter de acontecer segundo uma lei da natureza de que tu próprio farias parte, a poderias ainda considerar como possível mediante a tua vontade. Na realidade, é segundo esta regra que cada um julga se as ações são moralmente boas ou más."
(KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1989, p. 83.)
A partir do texto e dos seus conhecimentos, avalie se as sentenças abaixo são verdadeiras ou falsas.
I. Para Kant, a ação moral não é autônoma, pois o ser humano não é capaz de se determinar conforme leis que a própria razão estabelece.
II. O imperativo categórico proíbe os atos que podem ser universalizados.
III. O imperativo categórico é condicionado às circunstâncias e, portanto, é relativo.
IV. O imperativo hipotético exprime-se numa fórmula geral: age em conformidade apenas com a máxima que possas querer que se torne uma lei universal.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as proposições são falsas.
b) Apenas a proposição II é falsa.
c) Apenas a proposição III é falsa.
d) Apenas a proposição IV é falsa.
e) As proposições II, III e IV são falsas.

22. "A história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a história da subjugação do homem pelo homem."
(HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976, p. 116.)
Sobre a técnica e suas implicações, é correto afirmar:
I. Tecnocracia significa o poder dos técnicos e da técnica numa organização social. Ora, numa civilização cientificista e tecnicista, a palavra final é sempre dada pela autoridade do especialista, pelo "técnico competente".
II. O desenvolvimento técnico e científico é a expressão do idealismo platônico, que culmina no Iluminismo do século XVIII.
III. Diferentemente da Idade Moderna, em que a busca é um saber ativo, ou seja, um conhecimento capaz de atuar sobre o mundo para transformá-lo, na Antiguidade e na Idade Média o saber era contemplativo, isto é, voltado para a compreensão desinteressada da realidade.
IV. O trabalho alienado se configura a partir de uma inversão: o que é inerte passa a "ter vida" e o que é vivo se transforma em "coisa".
V. Marx, em O Capital, mostra a técnica, ou seja, a moderna práxis do homem no ímpeto de transformar tudo que lhe é dado.
Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS.
a) III, IV e V
b) II, IV e V
c) II, III e IV
d) I, II, IV
e) I, III, IV e V

23. "O método científico, que levava sempre a uma dominação cada vez mais eficaz da natureza, proporcionou depois também os conceitos puros e os instrumentos para uma dominação cada vez mais eficiente do homem sobre os homens, através da dominação da natureza... Hoje, a dominação eterniza-se e amplia-se não só mediante a tecnologia, mas como tecnologia; e esta proporciona a grande legitimação ao poder político expansivo, que assume em si todas as esferas da cultura. Neste universo, a tecnologia proporciona igualmente a grande racionalização da falta de liberdade do homem e demonstra a impossibilidade "técnica" de ser autônomo, de determinar pessoalmente a sua vida. Com efeito, esta falta de liberdade não surge nem irracional nem como política, mas antes como sujeição ao aparelho técnico que amplia a comodidade da vida e intensifica a produtividade do trabalho."
(HABERMAS, Jurgen. Técnica e ciência como "ideologia". Lisboa: Edições 70, 1987, p. 49.)
Sobre a Técnica e as concepções dos filósofos, é correto afirmar que:
I. Segundo Habermas, a técnica deve ser vista no contexto do trabalho e este em relação com a interação. Com uma interação entendida de modo mais completo que o modelo técnico, instrumental ou de meios ordenados a um fim, que é como se quer ver hoje e que é o modelo próprio do trabalho.
II. Em O homem e a técnica, Oswald Spengler orienta que o caminho para compreender o essencial da técnica é não se esquecer a verdadeira finalidade da técnica: a concepção de utensílios e máquinas.
III. Na vida do homem, a técnica é uma presença ubíqua, submergente, avassaladora, não se limitando apenas à produção e emprego dos recursos para a subsistência material da vida, mas atinge a cada uma das ações humanas. Nessa linha de pensamento se insere a visão tanto de Oswald Spengler como de Ortega y Gasset.
IV. Ortega y Gasset distingue três estágios na evolução histórica da técnica: a) a técnica do acaso; b) a técnica do artesão; c) a técnica do técnico.
V. Concebe Oswald Spengler que a técnica é a tática da vida inteira. A técnica não se interpreta em função do instrumento, do utensílio. Não se trata da fabricação das coisas, mas sim do seu uso; não são as armas que contam, mas sim a luta.
Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS.
a) III, IV e V
b) II, III, IV e V
c) II, III e IV

24. "Não existe uma "Técnica" por trás da técnica, nem "Sistema técnico" sob o movimento da indústria, mas apenas indivíduos concretos situáveis e datáveis. Também não existe um "Cálculo", uma "Metafísica", uma "Racionalidade ocidental", nem mesmo um "Método" que possa explicar a crescente importância das ciências e das técnicas na vida coletiva. Estas vagas entidades trans-históricas, estes pseudo-atores na realidade são desprovidos de qualquer eficácia e não apresentam simetricamente qualquer ponto de contato para a mínima ação real."
(LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Editora 34, 1993, p. 12.)
I. Com o conceito de "racionalização", Max Weber tentou apreender as repercussões do progresso técnicocientífico no enquadramento institucional das sociedades que se englobam na modernização. Weber se refere à organização da vida econômica e social de acordo com os princípios de eficiência e na base do conhecimento técnico.
II. De acordo com Martin Heidegger, a técnica de máquinas é o rebento mais visível da essência da técnica moderna, a qual é idêntica à essência da metafísica moderna.
III. Heidegger vincula a técnica à metafísica e entende esta como a história do esquecimento do ser, sendo a técnica, portanto, uma abertura para se pensar o caráter planetário do acabamento da metafísica e de seu domínio.
IV. Em sua empreitada sobre a questão da técnica, Heidegger se deteve apenas à determinação antropológica e instrumental da técnica.
V. Consoante a meditação heideggeriana, a metafísica ocidental se instaura com a abertura de uma história caracterizada pelo esforço em definir e controlar o ser por meio da razão e do pensamento.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as proposições são verdadeiras.
b) Apenas a proposição II é falsa.
c) Apenas a proposição III é falsa.
d) Apenas a proposição IV é falsa.
e) As proposições II, III e IV são verdadeiras.

25. "O humanismo renascentista encontra-se estreitamente ligado a uma exigência de renovação política. Pretende-se renovar no homem, não apenas a sua individualidade, mas também a sua vida em sociedade; por esse motivo, empreende-se uma análise da comunidade política, com o fim de lhe descobrir o fundamento e de reportar a este as formas históricas daquela."
(ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. 3.ed. Lisboa: Editorial Presença, 1984, p. 55.)
Sobre Maquiavel, é correto afirmar:
I. Objetividade histórica e realismo político constituem as características da obra de Maquiavel, o qual, por um lado, se volta para a história, procurando encará-la na sua objetividade, no seu fundamento permanente, e, por outro, observa a realidade política que o rodeia e a vida social na sua efetivação de fato.
II. A tarefa política, de acordo com Maquiavel, justifica-se por si, pela exigência que lhe é inerente de reconduzir os homens a uma forma de convivência ordenada e livre e encontra os seus limites na possibilidade de êxito dos meios empregados.
III. Maquiavel, apesar de ser o responsável pela autonomia da ciência política, não se desligou das preocupações predominantemente filosóficas da política normativa dos gregos nem se desvinculou da moral cristã.
IV. O ethos político e o ethos moral não são diferentes, pois o que é imoral do ponto de vista da ética privada também o é no público e no político.
V. O político não deve afastar-se do bem; deve, porém, saber usar do mal quando necessário.
A alternativa que possui as afirmações INCORRETAS é:
a) III e IV
b) II e III
c) II, III e V
d) I e IV
e) I, II e V

26. "Em sentido muito amplo, o Contratualismo compreende todas aquelas teorias políticas que vêem a origem da sociedade e o fundamento do poder político (chamado, quando em quando, potestas, imperium, Governo, soberania, Estado) num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político."
(MATTEUCCI, Nicola. Contratualismo. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. 5.ed. Brasília: Edunb, 2000, p. 272. (v.I))
I. As teorias contratualistas enfatizam o caráter não-racional e religioso da origem do poder.
II. De acordo com Jean-Jacques Rousseau, sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz. Só se cada homem submeter a sua vontade a um único homem ou a uma única assembléia e se obrigar a não resistir ao indivíduo ou à assembléia a que se submeteu se obterá uma defesa estável da paz e dos pactos de reciprocidade em que ela consiste.
III. Para John Locke, o soberano é o povo, entendido como corpo político de cidadãos e pessoa moral coletiva. Destarte, o governante não é o soberano, mas o representante da soberania popular.
IV. Hobbes declarou que o Estado viola o contrato social com as pessoas quando age com tirania. Cidadãos podem, então, considerar como seu dever derrubar o Estado.
V. No entender de Rousseau, se for genuíno e não baseado em mentiras e opressão, o contrato social não é um mero protetor externo da liberdade negativa, mas a expressão real da vontade racional de toda a comunidade - a Vontade Geral.
Assinale a alternativa que possui as afirmações que são FALSAS.
a) I, II, III e IV
b) II e IV
c) II, III e IV
d) II, IV e V
e) I e III

27. Sobre a Lógica Dialética, é correto afirmar:
I. A diferença entre Marx e Hegel se dá no fato de que para o autor da Fenomenologia do Espírito é o pensamento que cria a realidade, sendo esta a manifestação exterior da Ideia. Ao passo que o autor do Capital admite, como o dado primeiro, o mundo material, e a contradição surge entre os indivíduos reais, em condições sociais e históricas reais.
II. As três leis da dialética são: a) Lei da passagem da quantidade à qualidade; b) Lei da interpenetração dos contrários; c) Lei da negação da negação.
III. A realidade é essencialmente processo, mudança, devir; eis o princípio de contradição da lógica dialética.
IV. A negação interna é aquela na qual um ser é a supressão de seu outro, de seu negativo, por exemplo: não tenho uma árvore que virou um armário, mas uma árvore que deixou de ser árvore porque foi transformada em armário.
V. De acordo com a dialética, a passagem do ser ao não-ser não é aniquilação ou destruição, mas movimento para outra realidade.
Assinale a alternativa que for CORRETA.
a) Todas as afirmativas são verdadeiras
b) Apenas a I é falsa
c) Apenas a III é falsa
d) Apenas a V é falsa
e) Duas afirmativas são falsas

28. "Premissas são declarações verdadeiras ou falsas. Um argumento é um processo de raciocínio válido ou inválido. A forma de um argumento válido é como uma salsicheira confiável: se puser carne boa nela, você conseguirá uma salsicha boa; se você puser a verdade, conseguirá a verdade."
(HAIGHT, Mary. A serpente e a raposa: uma introdução à lógica. São Paulo: Loyola, 2003, p. 15.)
I. A indução é o argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de duas premissas.
II. As proposições se classificam segundo a qualidade e a quantidade.
III. Uma proposição é possível quando o predicado pode ser ou deixar de ser atribuído ao sujeito.
IV. A dedução é uma argumentação na qual, a partir de dados singulares enumerados suficientemente, inferimos uma verdade universal.
V. Se "nenhum A é B" e "alguns C são B", então "alguns C não são A".
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as proposições são verdadeiras.
b) Apenas a proposição II é falsa.
c) Apenas a proposição III é falsa.
d) Apenas a proposição V é falsa.
e) As proposições I e IV são falsas.


GABARITO:

02 A
03 D
04 D
05 C
07 B
08 A
09 D
10 D
11 A
12 B
13 C
14 B
15 D
16 E
17 D
18 D
19 E
20 B
21 A
22 E
23 E
24 D
25 A
26 A
27 A
28 E
(Instituto Federal de Educação - Alagoas - 2010)