segunda-feira, 28 de março de 2011

REVISÃOZÃO: ANTIGUIDADE CLÁSSICA.

CIVILIZAÇÃO GREGA
Situada na Península Balcânica, nunca atingiu o status de reino unificado, graças às divisões internas em Cidades-estado que guerreavam constantemente entre si (Pólis). Apresenta território banhado pelo mar Egeu e pelo mar Jônico. Por ter um território marcadamente montanhoso, a agricultura tornou-se inviável voltando-se os gregos para o comércio.

Período Pré-Homérico (2500-1100 a.C.): Período anterior à formação do povo grego, ou Grécia Primitiva. Na região, ocupada pela população autóctona (originária da própria região), desenvolveu-se a civilização creto-micênica, cujos centros eram a cidade de Micenas e a ilha de Creta. A partir do século XX a.C., sucessivas invasões de tribos nômades abalaram o vigor cultural creto-micênico. Aqueus, jônios, eólios e dórios saquearam e destruíram a região e formaram, pela mistura racial e cultural, o povo grego. O primeiro grupo a chegar à Grécia foram os aqueus.

Período Homérico (1100-800 a.C.): Fase retratada pelos poemas de Homero, Ilíada e Odisséia. Marca a invasão dos Dórios, que formarão Esparta e destruirão Micenas, fazendo com que a vida urbana praticamente desaparecesse. A população retornou para um tipo de vida mais primitivo, voltando a se organizar em pequenas comunidades, cuja célula básica era a grande família ou gens. A autoridade máxima era representada pelo “pater”, e os bens de produção e trabalho eram coletivos. Vários clãs, ou gens, formavam uma fratria; várias fratrias uma tribo. Não havia propriedade privada e todos os membros tinham direitos iguais. A posição social dependia do grau de parentesco com o pater-família.

Período Arcaico (800-500 a.C.): Fase da formação das cidades-estados (pólis). Graças ao crescimento populacional, que não foi acompanhado pelo crescimento da produção, e graças à tendência dos gens a se dividirem em pequenas famílias, a sociedade coletiva foi desestruturando-se. Iniciou o aparecimento do individualismo e da propriedade privada. Os parentes mais próximos dos “paters” foram favorecidos, recebendo as terras anteriormente comunitárias. Formou-se a classe dos grandes proprietários: a aristocracia. A pólis se caracteriza pela independência, pela auto-suficiência econômica e pelo culto local. O líder da sociedade passou a ser o eupátrida (filho do pai).
Formaram-se aproximadamente duas centenas de cidades, com um desenvolvimento histórico diferente. As duas principais foram Atenas (fundada pelos Jônios) e Esparta (fundada pelos Dórios). A nobreza de nascimento, mas sem bens, assim como os pequenos proprietários empobrecidos passaram a buscar a colonização de novas terras. Essa dispersão originou novas cidades, como Marselha e Bizâncio. Juntamente ao expansionismo grego, com a formação de novas colônias, havia também o aumento do escravismo até o ponto de ser o escravo a base da estruturação grega. A ampliação das camadas médias (demiurgos) e do escravismo, provocou a contestação ao poder da aristocracia, originando conflitos sociais e políticos que caracterizaram a passagem do período arcaico para o clássico.

Período Clássico (500-338 a.C.): Fase correspondente ao apogeu da civilização grega, com a disputa entre Atenas e Esparta, e de ambas contra a Pérsia.
Esparta: Localizada numa região chamada Lacônia, voltou-se para a guerra. Possuía uma organização militarista e aristocrática. Predominava uma economia agrícola, sem incentivos para o comércio. Era uma cidade totalmente dependente do escravismo e que aboliu a propriedade familiar para, em seu lugar, construir uma sociedade de classes, com todo o poder para os espartanos. A família era monogâmica e patriarcal. O Estado estava acima do cidadão, e era obrigação dos casais gerar filhos saudáveis para o Estado. Os Espartanos viviam uma vida simples, privados de luxos. Embora os espartanos fossem os únicos que tinham cidadania, o poder efetivo ficava nas mãos dos idosos (gerontocracia). A legislação foi atribuída a Licurgo.
Atenas: Localizada na Península Ática, foi notável pela democracia. Embora, a partir de Clístenes, tenha implantado a democracia, os direitos políticos ficavam restritos aos atenienses (adultos, filhos de pais e mães atenienses), proprietários das melhores terras. Estavam excluídos os estrangeiros e as mulheres.
A política ateniense evoluiu em cinco estágios: a realiza (período inicial, na qual Atenas foi governada por basileus – reis, apoiados pelos eupátridas), a oligarquia (domínio da sociedade pelos aristocratas, a partir da elaboração de um Estado protetor dos direitos dos aristocratas - Dracon), a plutocracia (surgiu das mudanças impostas pelo legislador Sólon, que acabou com a escravidão por dívidas e dividiu a sociedade censitariamente, combatendo o poder dos eupátridas), a tirania (período de domínio pelos tiranos ou ditadores, que legitimavam-se pela força), e a democracia (surge da reestruturação imposta por Clístenes, o “pai da democracia”, e da consolidação da democracia por Péricles, que garante a participação de todos os cidadãos nos negócios públicos).

As Guerras Médicas (490-448 a.C.):
- Gregos X persas (medos).
- Motivo: o avanço do imperialismo persa.
- Tratado de Susa (Paz de Calias ou Paz de Címon): fim do conflito, com a vitória grega.

A Guerra do Peloponeso (Esparta X Atenas):
- Atenas (Confederação de Delos) X Esparta (Liga do Peloponeso)
- Motivos: o imperialismo ateniense e as diferenças políticas e culturais entre Atenas e Esparta.
- Vitória de Esparta na Batalha de Égos Potamos.
- Esparta foi derrotada por Tebas na Batalha de Leutras: início do imperialismo tebano.

Declínio da Grécia:
- Motivos: as constantes guerras entre as pólis e a falta de unidade grega.
- Em 338 a.C., o território grego é conquistado pelos macedônios de Filipe II.
- Com a morte de Filipe II, assume o poder seu filho, Alexandre Magno.

Período Helenístico:
- Alexandre Magno: Expansionismo militar e territorial, incremento do comércio internacional, fundação de Alexandria e formação da cultura helenística, fruto da fusão da cultura grega com a cultura oriental.

Influências Culturais Gregas:
Democracia: práticas republicanas e participativas de poder.
Concepções de beleza, equilíbrio e harmonia.
Racionalismo, humanismo e antropocentrismo.
Filosofia: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Matemática (Tales de Mileto), medicina (Hipócrates), química, Biologia e História (Heródoto e Tucídides).
Produção teatral, com o teatro ao ar livre. Destaques: Sófocles e Eurípedes.
Religião politeísta e sem dogmas. Havia o forte culto doméstico.
Estilos arquitetônicos: dórico, jônico e coríntio.

CIVILIZAÇÃO ROMANA
A civilização romana, ao contrário de outras civilizações anteriores, desenvolveu-se numa região de solo fértil e litoral pouco recortado, localizada na Península Itálica. Assim como na Grécia, na Península Itálica, os primeiros tipos de organização política foram as cidades-estado.
Origem de Roma:
Lendária: Rômulo e Remo (753 a.C.)
Histórica: Roma foi fundada como um forte (fortaleza) pelos latinos para se defenderem dos ataques etruscos (1000 a.C.): região do Lácio.
Os povos mais significativos na formação de Roma são os latinos, os sabinos e os etruscos.

Evolução Política de Roma:
Monarquia (753 a 509 a.C.).
República (509 a 27 a.C.).
Império (27 a.C. a 476 d.C.).

A Monarquia Romana:
Economia: agrária de subsistência.
Classes sociais: Patrícios (cidadãos de Roma possuidores de terras e gado – aristocracia), plebeus (livres, embora não participassem do Senado nem pudessem formar famílias legalmente reconhecidas – representavam a maioria da população), clientes (plebeus que viviam agregados às famílias patrícias) e escravos (população recrutada entre os derrotados de guerra, não possuíam qualquer direito político).
Reis acumulavam as funções executiva, judicial e religiosa, embora com poderes limitados pelo Senado ou Conselho dos Anciãos (possuíam direito de veto e sanção das leis apresentadas pelo rei). A ratificação das leis era feita pela Assembléia ou Cúria, composta por todos os cidadãos em idade militar.

O Golpe dos Patrícios (509 a.C.):
Os patrícios, através do Senado, derrubaram o último rei de Roma, o etrusco Tarqüínio, o Soberbo. O movito para o golpe dos patrícios foi o absolutismo real, já que os Etruscos que ocupavam o poder buscavam anular as limitações impostas pelos conselhos ao poder do rei.

A República (509 a.C. – 27 d.C.):
A República, na verdade, foi uma aristocracia exercida pelos patrícios.
As instituições republicanas foram os Cônsules (chefes da República, em número de dois, eleitos anualmente – escolhidos entre os patrícios), o Senado (órgão máximo, controlava toda a administração, as finanças e decidia pela guerra ou pela paz – também era composto por patrícios), os pretores (encarregados da aplicação da justiça), os censores (responsáveis pelo censo da população e vigilância dos costumes), os questores (responsáveis pelas finanças), os edis (responsáveis pela administração pública), os ditadores (governavam com plenos poderes por seis meses, em caso de graves crises) e as Assembléias Populares (Assembléia Centurial – votos, Assembléia Cural – assuntos religiosos, e Assembléia Tribal – escolhia questores e edis).
Com o expansionismo romano através de guerras, os patrícios passaram a acumular terras, riquezas e escravos. Os plebeus, marginalizados, passaram a fazer reivindicações, pois integravam o exército, pagavam impostos, garantiam a segurança de Roma, mas não possuíam direito algum. Os plebeus realizaram diversas manifestações, conseguindo direitos fundamentais como:
Tribuno da Plebe: vetar leis que prejudicassem os plebeus, conhecida como assembléia centuriata.
Lei das Doze Tábuas: leis escritas que limitaram as arbitrariedades.
Lei Canuléia: possibilidade de casamento entre plebeus e patrícios.
Eleição dos magistrados plebeus: inclusive cônsul.
Lei Licínia-Sêxtia: proibição da escravidão por dívida. Depois, a escravidão de romanos foi proibida.

O Expansionismo Romano: Primeiramente, houve a conquista da Península Itálica (vitória sobre os etruscos, os gregos e os gauleses), buscando obter alimentos e defesa. Logo depois, voltou-se Roma para a conquista do Mediterrâneo. Enfrentou Roma, então, Cartago, colônia fenícia que resistiu à queda do Império Fenício, tornando-se uma potência comercial no Mediterrâneo. Essa disputa militar contra Cartago recebeu o nome de Guerras Púnicas, e o motivo principal foi a disputa pelo controle comercial do Mediterrâneo. Estes conflitos foram vencidos por Roma, que destruiu Cartago. Como conseqüência, Roma dominou o Mediterrâneo. Em seguida, Roma conquistou o Mediterrâneo Oriental: Macedônia, Grécia, Egito, Ásia Menor, Síria.
Com as conquistas, houve um grande afluxo de riquezas para Roma. A agricultura entrou em crise pela concorrência com os produtos das regiões dominadas. Os pequenos proprietários se arruinaram e venderam suas terras a preços muito baixos para os patrícios, que formaram latifúndios. Os plebeus, expulsos da terra, não conseguiam empregos nos centros urbanos pela concorrência com os escravos. O Estado, para evitar conflitos, iniciou a política do pão e circo, com a distribuição de trigo e o oferecimento de espetáculos circenses gratuitos. A República padece, com a corrupção e a exclusão.

As Ditaduras dos Generais Políticos:
A luta civil desencadeou-se em Roma numa guerra entre dois generais, Mário e Sila, pelo poder. Ambos eram Cônsules. Mário implantou uma ditadura com o apoio do Exército e realizou reformas em favor das camadas populares, além de instituir o soldo para os soldados, profissionalizando o exército. O general Sila, conservador, estabeleceu, logo em seguida, outra ditadura militar, restabelecendo os privilégios da aristocracia, combatendo violentamente as reivindicações populares e agravando a situação social.

Os Triunviratos:
Os triunviratos foram acordos entre políticos e generais para controlar o poder. O primeiro triunvirato foi formado pelos cônsules Pompeu, Júlio César e Crasso. Após a morte de Crasso, rivalizam Júlio César e Pompeu. Júlio César sagrou-se vencedor, iniciando sua ditadura pessoa, com a realização de reformas populares que sofreram a oposição do Senado. Acabou por ser assassinado por uma conspiração promovida pelo Senado.
O segundo Triunvirato foi formado pelos cônsules Marco Antônio, Otávio e Lépido. Otávio afastou Lépido e declarou guerra a Marco Antônio, vencendo-o no Egito. Otávio conquistou os soldados com presentes e o povo com distribuição de trigo. Recebeu do Senado vários títulos: princeps (primeiro cidadão), imperator (o supremo) e augustus (o divino). O triunfo de Otávio assinalou o fim da República e o nascimento do Império Romano.

O Alto Império Romano:
Perseguição aos cristãos (martírio) - motivos: os cristãos não aceitavam o politeísmo nem o caráter divino do imperador.
O caráter pacifista e universalista do cristianismo chocou-se com o militarismo e o escravismo do Império romano.

O Baixo Império Romano:
Marca o inicio da crise do Império Romano.
 Tentativas de Reformas
Diocleciano:
Edito do Máximo: tabelava os preços máximos para produtos e salários. Não funcionou.
Tetrarquia: dividiu o governo do império entre quatro pessoas para facilitar a administração.

Constantino:
fundação de Constantinopla: proteção do Oriente.
Edito de Milão: legalizou o cristianismo.
Lei do Colonato: obrigatoriedade de fixação do colono à terra (vila) que trabalhava.

Teodósio:
Edito de Tessalônica: oficializou o cristianismo.
Divisão do Império Romano: Império Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano de Oriente (capital Constantinopla).

 Decadência do Império Romano:
Esgotamento do modo de produção escravista gera a crise econômica, com a falta de braços na agricultura e na mineração.
A extensão do Império gera a necessidade do aumento abusivo dos impostos, o que gera revoltas e insubordinações. Os mercados se retraem e declina a produção.
A volta para uma economia rural de subsistência: inicia uma fuga para os campos, buscando fugir dos impostos e da crise. Os grandes proprietários rurais, em suas vilas, buscam a auto-suficiência, estabelecendo as origens do feudalismo.
A retração do comércio e da vida econômica logo se reflete na queda da arrecadação de Impostos, privando o Estado Imperial dos recursos para a manutenção do Exército e da burocracia. A anarquia militar e o enfraquecimento do poder central aceleram o processo de fragmentação política.
A ascensão do cristianismo e o aumento da influência da Igreja retira a necessária violência da sociedade romana, sendo a mensagem de pacifismo pregada pela Igreja um veneno ante a sede de invasão dos bárbaros.
As invasões bárbaras.

Queda de Roma: Em 476, os hérulos, invadiram a cidade de Roma e derrubaram o último imperador romano, Rômulo Augusto. O Império Romano do Oriente duraria até meados do século XV. O Império Oriental, chamado Bizantino, extinguiu-se em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos.

Influências Culturais Romanas:
A cultura romana não possuiu a grandiosidade grega, voltando-se para as necessidades práticas. A necessidade de glorificação do Estado esteve presente de forma onipresente nas artes.
O Direito Romano visava regulamentar a vida do cidadão romano estabelecendo seus direitos e deveres diante do Estado. Foi o mais significativo legado romano.
Na religião, primitivamente foram politeístas, com cultos públicos e domésticos que sofriam a influência grega. A partir do Edito de Milão, estabeleceu-se o catolicismo como religião oficial romana, vindo daí a estruturação da Igreja Católica e a construção do culto a Jesus Cristo.

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