sábado, 14 de maio de 2011

PHISOLOFANDO

 21. A ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida.
(Chaui, M. Convite à Filosofia, p. 221)
O trecho acima resume qual concepção de ciência?
(A) Empirista.
(B) Construtivista.
(C) Quântica.
(D) Racionalista.
(E) Newtoniana.

22. Em uma atividade ou arte, ele [o bem] tem uma aparência, e em outros casos outra. Ele é diferente na medicina, na estratégia, e o mesmo acontece nas artes restantes. (...) Na medicina ele é a saúde, na estratégia é a vitória, na arquitetura é a casa e assim por diante em qualquer outra esfera de atividade, ou seja, o fim visado em cada ação e propósito, pois é por causa dele que os homens fazem tudo o mais. (...) Chamamos aquilo que é mais digno de ser perseguido em si mais final que aquilo que é digno de ser perseguido por causa de outra coisa, e aquilo que nunca é desejável por causa de outra coisa chamamos de mais final que as coisas desejáveis tanto em si quanto por causa de outra coisa, e portanto chamamos de absolutamente final aquilo que é sempre desejável em si, e nunca por causa de algo mais. Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais (...).
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
Aristóteles identifica aqui dois conceitos fundamentais de sua filosofia. Quais são eles?
(A) Arte e aparência.
(B) Bem e misericórdia.
(C) Causa final e bem.
(D) Desejo e felicidade.
(E) Medicina e estratégia.

23. Ciência que estuda princípios e métodos de inferência, tendo o objetivo principal de determinar em que condições certas coisas se seguem (são consequência), ou não, de outras.
(Mortari, C.A. Introdução à lógica, p.2)
A definição acima bem se aplica a qual disciplina filosófica?
(A) Ética.
(B) Metafísica.
(C) Dialética.
(D) Hermenêutica.
(E) Lógica.

24. No século XIX, o filósofo alemão Dilthey propôs uma distinção entre as ciências que buscam conhecer causalmente o objeto externo, e as ciências que buscam compreender o objeto que é o próprio sujeito da ação de conhecer. Essa distinção se refere, respectivamente, às seguintes áreas do conhecimento:
(A) física e psicologia.
(B) ciências naturais e ciências do espírito.
(C) matemática e astrologia.
(D) ciência e religião.
(E) lógica e esoterismo.

25. O surgimento da filosofia entre os gregos está associado à passagem do pensamento mítico ao pensamento racional. Nesse processo, confrontaram-se dois modos diferentes de explicar o cosmos, a saber:
(A) astrologia e lógica.
(B) teologia e racionalismo.
(C) cosmogonia e cosmologia.
(D) sofística e dialética.
(E) astrologia e astronomia.

26. Na Idade Média, a filosofia escolástica era toda determinada pelo cristianismo. Por causa disso, a metafísica grega foi profundamente reformulada, a fim de adequar-se ao dogma cristão da criação divina do universo. Com isso, a escolástica distinguiu três diferentes espécies de metafísica, às quais correspondem três diferentes espécies de ser, a saber:
(A) teologia (ser de Deus); psicologia racional (ser da alma humana); cosmologia racional (ser das coisas naturais).
(B) deontologia (ser de Deus); ontologia (ser lógico); fisiologia (ser natural).
(C) deontologia (ser de Deus); dialética (ser do ente racional) ; alquimia (ser da matéria).
(D) teologia (ser de Deus); ontologia (ser da alma racional); psicologia (ser da alma animal).
(E) teosofia (ser de Deus); teologia (ser da alma divina); fisiologia (ser da alma animal).

27. No Discurso do Método, René Descartes buscou estabelecer os procedimentos que asseguram a verdade das investigações científicas. Ele propõe quatro regras de conhecimento que seriam acessíveis a todos os homens que fazem uso de sua luz natural, quer dizer, da razão. Tais regras, que também seriam capazes de pôr abaixo todo pensamento dogmático e confuso produzido pela escolástica medieval, são:
(A) as quatro regras matemáticas:
1. polinomiais;
2. algébricas;
3. aritméticas;
4. geométricas.
(B) os quatro princípios clássicos:
1. o princípio de não contradição;
2. o princípio do terceiro excluído;
3. o princípio do fundamento;
4. o princípio de identidade.
(C) as quatro regras do método geométrico euclidiano.
(D) as quatro regras do método científico:
1. Jamais aceitar algo como verdadeiro que não seja evidente.
2. Dividir as dificuldades em tantas partes quanto possível e necessário.
3. Começar pelo mais elementar e passar aos poucos ao mais complexo.
4. Fazer enumerações e revisões do conhecimento adquirido.
(E) as quatro regras do Órganon aristotélico.

28. Francis Bacon dizia que Saber é poder e Descartes que A ciência deve tornar-nos senhores da natureza. Essas frases dão testemunho paradigmático de que a ciência moderna
(A) é essencialmente teórico-contemplativa.
(B) visa ao despotismo político perante a natureza.
(C) antepõe o voluntarismo à observação objetiva.
(D) tem um caráter explicitamente antiecológico.
(E) busca intervir na natureza para controlá-la.

29. Tendo em vista que a ciência moderna nasce junto com o capitalismo, ela também serve à exploração da natureza e à ampliação da capacidade de trabalho humano. Nesse sentido, a ciência moderna está intimamente vinculada
(A) ao pessimismo liberal.
(B) ao combate ao comunismo.
(C) ao desenvolvimento tecnológico.
(D) à promoção do ecoturismo.
(E) à degradação ambiental.

30. De modo geral, desde meados do século XX, surgem várias teorias sobre o progresso científico; por exemplo, a teoria das "rupturas epistemológicas" de G. Bachelard, a teoria das "revoluções científicas" de Thomas Kuhn e a teoria da "falsificação" de Popper. A despeito de suas diferenças, todas essas teorias terminam por mostrar
(A) que as teorias científicas seguem uma evolução relativamente linear.
(B) que a ciência progride por saltos, mas sua concepção universal não se altera.
(C) que, apesar das grandes descobertas científicas, as leis da natureza são eternas.
(D) que a ciência, resistindo ao obscurantismo religioso, conduz inexoravelmente à secularização.
(E) que as conquistas e as concepções de ciência são diferentes entre si e descontínuas.

31. A concepção de ciência do senso comum é refém de muitos preconceitos, dentre os quais pode-se mencionar a falsa ideia de que o conhecimento científico é
(A) equívoco.
(B) neutro.
(C) herege.
(D) falível.
(E) capcioso.

32. Toda verdade científica baseia-se em uma certa construção de seu objeto que antecede a sua determinação positiva. Assim, em certa medida, a experiência deve confirmar as determinações do objeto já pressupostas na sua investigação. Caso não se admita que as preconcepções que norteiam o trabalho científico estão sujeitas a uma análise histórico-crítica, a verdade científica
(A) remonta tendencialmente ao estágio da antiguidade, quando o cosmos era explicado teogonicamente.
(B) justifica a religião cristã e seus dogmas, por exemplo, o conceito de Deus como verdade absoluta.
(C) ganha caráter absoluto, cumprindo função ideológica de legitimação da ordem social.
(D) elimina os preconceitos sociais e raciais oriundos do obscurantismo religioso.
(E) revela-se semelhante à verdade professada pelos saberes esotéricos, como a alquimia, a astrologia e a teosofia.

33. Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a "razão instrumental" é a noção histórica de razão que prepondera no mundo contemporâneo, servindo tanto à justificação das relações de dominação entre as classes sociais quanto ao domínio técnico da natureza. Na medida em que a razão instrumental ignora a investigação crítica do conhecimento e da realidade em seu todo e serve à construção ideológica do conhecimento científico, ela dá ensejo
(A) ao surgimento da mitologia cientificista.
(B) à instrumentalização da luta de classes.
(C) ao processo de alienação do trabalho.
(D) ao abandono da prática da ciência pura.
(E) à fundamentação cientificista da mais-valia.

34. A vontade é um tipo de causalidade que pertence aos seres vivos enquanto racionais. A liberdade, então, seria a propriedade pela qual essa causalidade pode operar independentemente de determinação por causas externas. Da mesma forma, a necessidade natural é uma propriedade que caracteriza a causalidade de todos os seres não racionais, ou seja, a propriedade de serem eles determinados à atividade pela influência de causas externas.
(Kant, I. Fundamentação da metafísica dos costumes)
A citação acima estabelece uma distinção crítica fundamental entre
(A) causas eficientes e causas finais.
(B) razão prática e razão instrumental.
(C) liberdade racional e escravidão irracional.
(D) liberdade da vontade e necessidade natural.
(E) física da natureza e metafísica dos costumes.

35. Nada além da liberdade é necessário à ilustração; na verdade, o que se requer é a mais inofensiva de todas as coisas às quais esse termo pode ser aplicado, ou seja, a liberdade de fazer uso público da própria razão a respeito de tudo.
(Kant, I. O que ilustração?)
Baseando-se na citação acima, é correto afirmar que, para Kant, a vida social emancipada (isto é, a ilustração) pressupõe
(A) uma formação educacional ilustrada como condição de possibilidade da liberdade.
(B) o livre uso público da razão entendida como propriedade de todo ser humano.
(C) o caráter inofensivo e benevolente do uso público da razão.
(D) a necessidade de que cada indivíduo se ilustre para poder opinar a respeito de tudo.
(E) a necessidade de abandonar o uso privado da razão em favor do público.

36. Não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens de carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos desse processo vital.
(Engels. F. & Marx, K. A ideologia alemã)
Na citação acima, Engels e Marx contrapõem-se à filosofia alemã de sua época e criticam seu caráter ideológico, defendendo que
(A) o conhecimento da realidade social baseia-se necessariamente no cogito.
(B) os filósofos alemães desprezam a natureza animal do ser humano.
(C) os filósofos pós-hegelianos inverteram a dialética materialista.
(D) a filosofia alemã é, em princípio, idealista e religiosa.
(E) a vida não é determinada pela consciência, mas sim a consciência pela vida.

37. (...) quanto mais virtuoso um homem é, mais severo e desconfiado é o seu comportamento, de maneira que, em última análise, são precisamente as pessoas que levaram mais longe a santidade as que se censuram da pior pecaminosidade.
(Freud, S. O mal-estar na civilização)
Freud faz a afirmação acima, argumentando que
(A) o santo não elimina seus sentimentos agressivos, apenas os põe sob a inspeção do superego.
(B) o virtuoso e o santo, para livrar-se da culpa inconsciente, assumem conscientemente a sua perversão sexual.
(C) a autocensura do santo livra-o do mal-estar inconsciente que caracteriza o desenvolvimento civilizatório.
(D) a severidade e a desconfiança são, inconscientemente, virtudes essenciais ao ego do homem virtuoso.
(E) o homem, enquanto ser humano, peca, mas especialmente os virtuosos e os santos.

38. O mito é uma forma de conhecimento radicalmente distinta do conhecimento filosófico e científico. É INCORRETO afirmar que o mito
(A) tem a função de criar uma compensação simbólica e imaginária para dificuldades, tensões e lutas reais da realidade social que são tidas como insolúveis.
(B) constitui uma lógica da compensação de conflitos reais que permite a conservação da sociedade, de modo a ocultar a experiência concreta da história.
(C) contém sempre uma estrutura singular, de modo que é impossível estabelecer uma estrutura universal da cultura através da comparação de diferentes mitos.
(D) opera, segundo Lévi-Strauss, pelo mecanismo da bricolage, isto é, ela é um arranjo e uma construção com pedaços de narrativas já existentes.
(E) é um relato sobre a origem do mundo, dos homens, dos saberes e das coisas em geral.

39. O que chamamos, por falta de termo melhor, de cogito da existência do outro, se confunde com meu próprio cogito. É preciso (...) que o cogito me lance para fora dele sobre o outro, como me lançou para fora dele sobre o em-si; e isso não revelando para mim uma estrutura a priori de mim mesmo que apontaria na direção de um outro igualmente a priori, mas descobrindo para mim a presença concreta e indubitável deste ou daquele outro concreto, como já se revelou para mim a minha existência incomparável, contingente, necessária e, não obstante, concreta.
(Sartre, J. P. O ser e o nada)
Para Sartre,
(A) a experiência do outro é essencialmente concreta.
(B) o cogito é sempre uma estrutura a priori.
(C) o cogito do outro se revela por similitude abstrata.
(D) a experiência do cogito de si ou de outrem é sempre abstrata.
(E) o cogito tem o mesmo significado que tem para Descartes.

40. O indagar como atitude filosófica dirigida ao mundo que nos rodeia e às nossas relações com ele pode ser resumido em três perguntas fundamentais, a saber:
(A) De onde vim? Onde estou? Para onde vou?
(B) Ser ou não ser? Deus existe? Qual é a origem de tudo?
(C) O bem existe? O mal existe? O que devo fazer?
(D) O que é o homem? O que é tudo? O que é o nada?
(E) O que é? Como é? Por que é?

41. Desde a antiguidade, faz-se presente no senso comum a ideia de que a filosofia é inútil. Há um ditado popular que diz "A filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual". Mas os filósofos desenvolveram ao longo do tempo muitos pensamentos sobre a utilidade da filosofia. Por exemplo: para Platão, a filosofia é "um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos para que vivam numa sociedade feliz"; para Kant, a filosofia tem "como finalidade a felicidade humana"; e para Merleau-Ponty, ela serve para "ver e mudar nosso mundo". Seja qual for o modo como se determine a utilidade ou inutilidade da filosofia, diante dessa questão, a primeira atitude propriamente filosófica é
(A) definir a felicidade proporcionada pela filosofia.
(B) perguntar pelo que significa, nesse contexto, "utilidade".
(C) usar a filosofia para transformar e não para pensar o mundo.
(D) recolher a opinião dos grandes filósofos sobre o tema.
(E) pressupor que a filosofia é um fim em si mesmo.

42. A palavra filosofia pode ser encontrada com sentidos diferentes em frases como: "De acordo com a filosofia do técnico da seleção brasileira, o futebol é uma arte"; "De acordo com a filosofia de Platão, as almas são imortais". Qual das explicações abaixo é mais adequada para mostrar ao aluno a diferença entre um e outro sentido?
(A) No primeiro caso, filosofia significa o conjunto de ideias que norteiam o modo estético de pensar a atividade esportiva do futebol, em particular no Brasil. No segundo caso, "filosofia" significa a doutrina pitagórico-platônica da alma como ente que devém em ciclos de metempsicose.
(B) No primeiro caso, filosofia significa a teoria que deve preceder a prática esportiva do futebol. No segundo caso, "filosofia" significa a antecipação da dogmática cristã no contexto do pensamento grego.
(C) No primeiro caso, filosofia significa a base teórica nacionalista da técnica esportiva do futebol. No segundo caso, "filosofia" significa a dogmática platônica como doutrina da transmigração das almas.
(D) No primeiro caso, filosofia significa o conjunto de ideias que determinam o modo como um indivíduo pensa seu trabalho. No segundo caso, "filosofia" significa um conjunto coerente de idéias que tratam das questões mais universais do conhecimento e do agir humano.
(E) No primeiro caso, filosofia não significa nada, pois a palavra está usada em sentido errado e vulgar. No segundo caso, "filosofia" significa a doutrina pitagórico-platônica da alma como ente que devém em ciclos de metempsicose.

43. Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar.
(Kant, I. Manual dos cursos de lógica geral)
Esta célebre frase de Kant expressa de modo sucinto e claro que a filosofia
(A) é imanente, ao passo que o filosofar é transcendente.
(B) aprende-se apenas através da atitude crítica do indivíduo.
(C) tem utilidade exclusivamente especulativa, mas não pedagógica.
(D) deixa de ser ensinada quando todos se atrevem a filosofar.
(E) deve substituir a memorização pela elucubração.

44. Palavras como estas e todas as outras de mesma espécie, pediremos vênia a Homero e outros poetas, para que não se agastem se as apagarmos. Não que não sejam poéticas e doces de escutar para a maioria; mas, quanto mais poéticas, menos devem ser ouvidas por crianças e por homens que devem ser livres, e temer a escravatura mais do que a morte.
(Platão, República, 387 b1 ss)
Com esta fala de Sócrates, Platão vincula a obra poética a uma finalidade
(A) lúdica.
(B) literária.
(C) religiosa.
(D) pedagógica.
(E) heroica.

45. Na história da filosofia há dois grandes momentos de teorização da arte. O primeiro se deu na antiguidade e se baseia na noção de poética. O segundo surge no século XVIII e se baseia na noção de estética. A diferença entre poética e estética está em que a poética pensa a arte
(A) com base na ética, na política e na metafísica, estabelecendo uma preceptiva para a produção do objeto artístico. A estética, por sua vez, investiga a expressão da sensibilidade e da fantasia do artista, bem como o sentimento produzido pela obra sobre o receptor.
(B) como fenômeno meramente artificial e não espiritual, relegando-a ao mais baixo grau de conhecimento. A estética, por sua vez, eleva a arte ao grau de expressão máxima do espírito humano, afirmando sua natureza supra sensível.
(C) como expressão do sentimento trágico do mundo, cujo ponto de vista é ao mesmo tempo o do gênio e o do gosto. A estética, por sua vez, se preocupa com a dimensão política da arte, privilegiando o entendimento sociológico da arte no contexto da ideologia burguesa.
(D) do ponto de vista do gosto da classe aristocrática, espelhando ideologicamente sua visão de mundo. A estética, por sua vez, compreende o fenômeno artístico do ponto de vista de seu intrínseco comprometimento com a ética e a função social da arte.
(E) como técnica literária capaz de manipular o público politicamente ou de purificá-lo dos maus sentimentos humanos. A estética, por sua vez, investiga o fenômeno artístico sob a perspectiva dos efeitos sensíveis da imitação da natureza.

46. Tal ciência é a ......, pois é ela que determina, entre os saberes, quais são os necessários para as cidades e que tipo de saberes cada classe de cidadão deve possuir (...). A ...... se serve das outras ciências práticas e legisla sobre aquilo que é preciso fazer e sobre aquilo do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da ...... é o bem propriamente humano.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
Qual é o nome de ciência que preenche corretamente as lacunas do trecho acima?
(A) Metafísica.
(B) Ética.
(C) Dialética.
(D) Poética.
(E) Política.

47. Uma das grandes novidades da filosofia política de Maquiavel consiste no modo como ele compreende a oposição fortuna/virtù, isto é, entre os fatores contingentes e exteriores e os fatores autônomos e virtuosos da ação humana.
Assinale a alternativa que exprime corretamente o pensamento de Maquiavel sobre a oposição fortuna/virtù no nível da política.
(A) A virtù do príncipe consiste num conjunto fixo de qualidades morais que ele oporá à fortuna, lutando contra ela.
(B) O príncipe deve agir de maneira maquiavélica, de modo que os fins da fortuna sempre justifiquem os meios da virtù.
(C) A virtù do príncipe consiste precisamente na arte de governar de modo a sempre proporcionar a fortuna de seus súditos.
(D) A virtù é a capacidade do príncipe de ser flexível às circunstâncias da fortuna, mudando com elas, a fim de dominá-las.
(E) Os vícios éticos do príncipe, quando revertidos em virtù política, servem para enfrentar a fortuna em sua busca de poder.

48. O primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer: "Isto é meu", e encontrou pessoas bastante simples para crê-lo, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
(Rousseau,J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens)
Esta célebre passagem de Rousseau pressupõe que os homens, antes do surgimento da sociedade civil, viviam num estado de natureza, no qual
(A) prevaleciam apenas os adaptados.
(B) reproduziam-se as leis do Éden.
(C) não havia propriedade privada.
(D) havia regras sociais comunitárias.
(E) o homem era o lobo do homem.

49. De acordo com o filósofo Wilhelm Dilthey, a interpretação hermenêutica de textos das ciências humanas pressupõe que o leitor não se prenda à mera explicação causal do objeto (tal como em textos de ciências exatas), mas busque principalmente a compreensão do objeto. O conceito de compreensão de Dilthey pressupõe outro, a saber, o de
(A) vivência do objeto.
(B) inversão do objeto.
(C) construção do objeto.
(D) pressentimento do objeto.
(E) confabulação do objeto.

50. É INCORRETO afirmar que um dos principais fatos que define a atividade filosófica na época de seu nascimento entre os gregos é
(A) a tendência à racionalidade.
(B) o orientalismo religioso.
(C) a recusa de explicações pré-estabelecidas.
(D) a tendência à argumentação.
(E) a capacidade de generalização.

51. Tendo em vista as discussões a respeito da ética apresentadas nos diálogos platônicos, por meio da figura de Sócrates, é INCORRETO afirmar:
(A) O indivíduo ético é aquele capaz de autocontrole, de "governar" a si mesmo.
(B) A possibilidade de agir corretamente e de tomar decisões éticas depende de um conhecimento do Bem.
(C) A virtude não pode ser ensinada.
(D) O papel do filósofo consiste em despertar a virtude que se encontra adormecida em cada uma das pessoas.
(E) A virtude é algo que pode ser ensinado e aperfeiçoado através de exercícios.

52. Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência (...), escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos felizes.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
Partindo da citação acima, é INCORRETO afirmar:
(A) A noção de felicidade é central à ética aristotélica, que por esse motivo é caracterizada como "ética eudaimônica".
(B) Aristóteles associa a noção de bem com a noção de felicidade.
(C) Para Aristóteles, a felicidade parece ser escolhida por causa dela própria.
(D) Para Aristóteles, escolhemos a felicidade tendo em vista apenas as honrarias, o prazer e a inteligência.
(E) Para Aristóteles, todas as nossas escolhas devem ter por finalidade última a felicidade.

53. O termo ataraxia designa o ideal da imperturbabilidade ou da serenidade da alma, em decorrência do domínio sobre as paixões ou da extirpação destas.
(Abbagnano, N. Dicionário de filosofia)
O termo ataraxia está fortemente ligado ao
(A) epicurismo e estoicismo.
(B) hermetismo e ao congruísmo.
(C) jansenismo e ao laxismo.
(D) idealismo transcendental.
(E) materialismo.

54. A excelência moral é (...) um meio-termo entre duas formas de deficiência moral, uma pressupondo excesso e outra pressupondo falta (...). Sua característica é visar às situações intermediárias nas emoções e nas ações.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
A partir do trecho acima, é INCORRETO afirmar:
(A) A doutrina do meio-termo, ou justa medida, é um dos princípios fundamentais da ética aristotélica.
(B) A ação correta do ponto de vista ético deve evitar os extremos, caracterizando-se pelo equilíbrio ou justa medida.
(C) Um vício (ou deficiência moral) é um sentimento ou conduta excessiva ou deficiente.
(D) A moderação (ou temperança) é a característica do indivíduo equilibrado no sentido ético.
(E) A sabedoria prática, para Aristóteles, consiste em evitar o meio-termo em todas as nossas ações.

55. Age em conformidade com aquela máxima pela qual possas querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal.
A célebre formulação acima refere-se
(A) à ética espinosana.
(B) à "moral do coração" rousseauniana.
(C) ao imperativo categórico kantiano.
(D) à teoria freudiana da repressão do desejo.
(E) à "moral fechada" de Bergson.

56. Tendo como referência o pensamento nietzschiano exposto em "A Genealogia da Moral", é INCORRETO afrimar:
(A) A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora, e não para garantir o exercício da liberdade.
(B) A moral racionalista transformou tudo o que é natural nos seres humanos em vício, falta e culpa, castigando qualquer transgressão.
(C) Bem e mal são invenções da moral racionalista.
(D) Devemos submeter a vontade ao domínio da razão, que nos indica a virtude e o dever.
(E) A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida, inventa uma outra vida, futura, eterna, aos que sacrificam seus impulsos vitais.

57. Adorno e Horkheimer cunharam a expressão indústria cultural para indicar uma cultura baseada no consumo de produtos culturais fabricados em série. Ao definir indústria cultural como sendo uma reconciliação aparente, baseada numa falsa identidade entre o universal e o particular, os autores estavam apontando para o fato de que (A) o indivíduo e o todo apenas parecem estar reconciliados; na verdade, a indústria cultural é um instrumento poderoso para gerar lucros e controlar socialmente as massas.
(B) a alta qualidade dos produtos oferecidos pela indústria cultural é resultado das demandas dos próprios consumidores.
(C) a participação de milhões de pessoas nessa indústria impõe métodos que tornam impossível a disseminação de bens culturais padronizados.
(D) a indústria cultural favorece a criatividade, a sensibilidade e o pensamento crítico do público.
(E) a padronização dos produtos artísticos é um poderoso instrumento de democratização da cultura.

59. Segundo Walter Benjamin, o advento dos meios de reprodução técnica das obras de arte permitiu, pela primeira vez, a produção do objeto artístico em série, tornando impossível distinguir entre original e cópia. Uma das principais consequências desse acontecimento é a
(A) perda da reprodutibilidade da obra de arte.
(B) destruição da aura da obra de arte.
(C) dissociação entre arte e técnica.
(D) impossibilidade da existência do objeto artístico em série.
(E) valorização do original, já que as cópias são vistas como imitações grosseiras do mesmo.

60. A noção de ideologia, tal como formulada por Marx, pode ser definida como sendo a lógica social imaginária de ocultamento da realidade histórica.
(Chauí, M. Convite à filosofia)
Com base na citação acima, é INCORRETO afirmar que a ideologia
(A) oculta a origem da sociedade nas relações de produção.
(B) dissimula a presença da luta de classes na sociedade.
(C) burguesa produz a representação da imagem ilusória do Estado originado do contrato social entre homens livres e iguais.
(D) procura incentivar e apoiar a práxis política dos trabalhadores.
(E) mascara as desigualdades sociais, apresentando-as como consequência de talentos diferentes, da preguiça ou da disciplina laboriosa.

61. Alguns filósofos alemães ligados à Escola de Frankfurt descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão. Para eles, a razão instrumental ou razão técnico-científica
(A) reflete sobre as contradições, os conflitos sociais e políticos, apresentando-se como força libertadora.
(B) defende que a ciência se baseia na ideologia e no mito social, pois representa o senso comum cientificista.
(C) concebe o conhecimento de maneira pura, desprezando o controle da natureza e dos seres humanos.
(D) propaga as ideias de progresso e neutralidade científica.
(E) representa um poderoso instrumento de libertação das minorias por intermédio do conhecimento.

62. Na Arte Poética, Aristóteles desenvolve longamente a questão do papel pedagógico das artes, particularmente da tragédia, que, segundo o filósofo, tem a função de produzir a catarse, isto é,
(A) o discurso sensível perfeito.
(B) o sentimento do sublime.
(C) o livre jogo da imaginação e do entendimento.
(D) a serenidade apolínea.
(E) a purificação espiritual dos espectadores.

63. Os filósofos e artistas que defendem a chamada arte pela arte afirmam que
(A) o valor da obra de arte decorre de seu compromisso crítico diante das circunstâncias presentes.
(B) a arte só é arte se for pura, isto é, se não estiver preocupada com as circunstâncias históricas, sociais, econômicas e políticas.
(C) o artista deve tomar posição diante de sua sociedade, lutando para transformá-la e melhorá-la.
(D) o papel de conscientizar as pessoas sobre as injustiças e opressões do presente faz parte do propósito do artista.
(E) o importante na obra de arte é a mensagem que ela transmite, mesmo que sua forma seja repetitiva e sem força inovadora.

64. A arte imita a natureza.
(Aristóteles)
A citação acima refere-se ao princípio da
(A) Sturm und Drang.
(B) mímesis.
(C) formatividade.
(D) arte como objeto imaginário.
(E) arte como analogon da razão.

65. O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é considerado como um dos principais teóricos do Liberalismo.
A teoria liberal
(A) estabelece a ideia de origem divina do poder e da justiça, fundada nas virtudes do bom governante.
(B) defende que o Estado deve elaborar as regras e normas das atividades econômicas, segundo suas necessidades.
(C) estabelece uma teoria da propriedade privada como direito natural.
(D) afirma que o Estado tem o direito de legislar, permitir e proibir tudo quanto pertença à esfera privada, especialmente por meio da censura do pensamento.
(E) acredita que o monarca é responsável pela decisão sobre impostos, tributos e taxas, sendo livre para intervir nas relações da sociedade civil.

66. O conjunto das relações de produção (...) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência.
(Marx, K. Contribuição à Crítica da Economia Política)
Para Marx,
(A) a história é um progresso linear e contínuo, independentemente das contradições sociais.
(B) as modificações das condições materiais de produção e da divisão social do trabalho não influenciam as mudanças históricas.
(C) a consciência humana é uma construção concreta, relacionada ao conjunto das religiões das sociedades ocidentais.
(D) a sociedade e a política são condicionadas pela ação de intelectuais combativos, que desenvolvem novas formas de consciência social.
(E) a sociedade constitui-se a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho.

67. O anarquismo é uma das principais correntes socialistas modernas. Seu principal teórico foi Bakunin, muito influenciado pelas ideias socialistas de Proudhon.
Os anarquistas
(A) fomentam o Estado liberal, considerando que suas ações têm o alcance necessário a favor dos oprimidos.
(B) acreditam que, embora naturalmente bons, os seres humanos encontram dificuldades naturais para viver em grupos sociais diversificados.
(C) atribuem a origem da sociedade à propriedade coletiva dos bens, característica perdida devido à exploração do trabalho feminino.
(D) defendem a organização da população em federações nacionais e internacionais para a tomada de decisões globais, com representação parlamentar.
(E) propõem o retorno à vida em comunidades autogovernadas, sem nenhuma hierarquia e sem instituir autoridade com poder de mando.

68. É INCORRETO afirmar que a teoria econômico-política denominada neoliberalismo
(A) propõe o controle dos gastos públicos através do corte drástico dos encargos sociais.
(B) defende um vasto programa de privatização.
(C) defende a intervenção do Estado na economia por meio de investimentos para distribuição de renda e promoção do bem-estar social.
(D) propõe a realização de reformas fiscais capazes de incentivar os investimentos privados.
(E) defende a auto-regulação da economia através do próprio mercado, sem a interferência do Estado.

69. A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é preciso fazer e do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano. Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, é manifestamente uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade, pois o bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais divino aplicado a uma nação ou à cidade.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
Segundo o texto,
(A) a ética e a política estão vinculadas, de modo que o bem do indivíduo está subordinado ao Bem Supremo da Pólis.
(B) as qualidades das leis e do poder são independentes das qualidades morais dos cidadãos.
(C) o bem do indivíduo está acima de tudo na Pólis, pois esta é a finalidade última da política.
(D) o Príncipe é aquele que possui virtù política.
(E) a cidade justa deve ser governada pelo filósofo.

70. A expressão mais valia, que é um dos conceitos fundamentais da teoria econômica de Marx, designa
(A) o controle das taxas de juros, a fim de conter o avanço da inflação.
(B) o valor pago ao trabalhador para garantir sua subsistência e a reprodução de sua força de trabalho.
(C) a alta dos preços causada pelos índices de inflação na Alemanha na época de Marx.
(D) a parte do valor produzido pelo trabalho assalariado da qual o capitalista se apodera.
(E) o montante dos vencimentos do trabalhador que é pago pelo Estado, através do salário indireto e dos benefícios sociais.

71. Segundo Chauí em Convite à Filosofia (2000), o teólogo inglês Guilherme de Ockham (1285-1347) fez uma grande contribuição à teoria política medieval ao introduzir como um dos critérios para determinar a legitimidade e a justiça de um poder a ideia
(A) do homem como animal político.
(B) do direito natural subjetivo.
(C) da dupla investidura.
(D) do corpo político do rei.
(E) do princípio petríneo.

72. A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.
(Rousseau, Do contrato social)
De acordo com Rousseau, a ordem social está fundamentada
(A) no controle militar da população.
(B) na autoridade eclesiástica.
(C) num pacto social.
(D) no direito do mais forte.
(E) na autoridade monárquica, que se impõe por direito divino.

73. Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos,
enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Rousseau, J.- J. Do contrato social)
Para Rousseau, o soberano é
(A) a instituição parlamentar.
(B) a vontade geral da aristocracia.
(C) o poder executivo.
(D) o povo, entendido como vontade geral.
(E) o rei, por direito divino.

74. Para Aristóteles, a variedade dos regimes políticos depende de dois fatores principais: a índole do povo e a extensão do território. Assim, um povo cuja índole tende espontaneamente para a igualdade e a liberdade, e cuja cidade é de pequena extensão territorial, naturalmente tenderá a instituir uma
(A) anarquia.
(B) monarquia.
(C) plutocracia.
(D) democracia.
(E) aristocracia.

75. Na concepção aristotélica, ...... é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário. Contrariamente, sob a ......, o agente sofre a ação de uma causa externa, que o obriga a agir de uma determinada maneira.
(Chauí, M. Convite à filosofia)
Neste trecho, preenchem correta e respectivamente as lacunas, de acordo com o pensamento da autora:
(A) liberdade - necessidade
(B) determinação - liberdade
(C) fatalidade - necessidade
(D) contingência - liberdade
(E) necessidade - liberdade

76. Estamos condenados a ser livres.
(Sartre, J.- P. O existencialismo é um humanismo)
Ao fazer essa afirmação aparentemente paradoxal, Sartre pretende dizer que
(A) existem forças transcendentes superiores as nossas e que nos governam, quer o queiramos quer não.
(B) a liberdade é uma característica essencial dos seres humanos.
(C) existem relações causais necessárias que regem a realidade conhecida e controlada pela ciência.
(D) o homem é socialmente determinado a agir de acordo com leis que condicionam suas ações, tornando a liberdade ilusória.
(E) o todo da realidade, existente em si e por si, age sobre nós e nos insere em sua rede de causas e efeitos.

77. O dever, longe de ser uma imposição externa feita à nossa vontade e nossa consciência, é a expressão de nossa liberdade, isto é, da presença da lei moral em nós (...). Obedecer ao dever é obedecer a si mesmo como ser racional que dá a si mesmo a lei moral.
A concepção de liberdade e dever descrita acima refere-se à filosofia moral de
(A) Sade.
(B) Foucault.
(C) Kant.
(D) Nietzsche.
(E) Sartre.

78. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos.
(Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789)
Ao criticar o formalismo jurídico que preside a ideia de direitos do cidadão, Marx pretendia chamar a atenção para o fato de que a
(A) regulamentação jurídica formal garante que os direitos civis estejam concretamente instituídos.
(B) simples declaração dos direitos já é, por si só, suficiente para instituí-los concretamente.
(C) mera declaração do direto à igualdade não faz surgir os iguais, mas abre o campo histórico para a efetivação desse direito pela práxis humana.
(D) sociedade é uma comunidade una e indivisa voltada para o bem comum obtido por consenso.
(E) declaração dos direitos humanos institui uma democracia formal e concreta.

79. Segundo M. Chauí, a alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade (...). Um exemplo desse senso comum aparece no caso da explicação da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina, ou por inferioridade natural.
A essa elaboração intelectual, cuja função principal é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dando-lhes a aparência de diferenças naturais entre os seres humanos, dá-se o nome de
(A) ideologia.
(B) fenomenologia.
(C) ceticismo.
(D) antropologia.
(E) gnoseologia.

GABARITO:
21 - D
22 - C
23 - E
24 - B
25 - C
26 - A
27 - D
28 - E
29 - C
30 - E
31 - B
32 - C
33 - A
34 - D
35 - B
36 - E
37 - A
38 - C
39 - A
40 - E
41 - B
42 - D
43 - B
44 - D
45 - A
46 - E
47 - D
48 - C
49 - A
50 - B
51 - E
52 - D
53 - A
54 - E
55 - C
56 - D
57 - A
59 - B
60 - D
61 - D
62 - E
63 - B
64 - B
65 - C
66 - E
67 - E
68 - C
69 - A
70 - D
71 - B
72 - C
73 - D
74 - D
75 - A
76 - B
77 - C
78 - C
79 - A
(Formação Específica - Governo do Estado de São Paulo - Fundação Carlos Chagas - 2010)

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