sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

VIAJANDO NO TEMPO

1961 - Patrice Lumumba, primeiro-ministro da República Democrática do Congo, é assassinado.


A partir do século XVI, o Congo constituiu a maior reserva de escravos transportados para as Américas. Já no século XIX, porém, o tráfico negreiro cedeu lugar, progressivamente à ocupação colonial.
O interesse pela África aumentou devido aos relatórios dos exploradores, sobretudo de Sir Henry Morton Stanley. Entre 1840 e 1872, o missionário inglês David Livingstone empreendeu uma série de explorações na África central, nas quais cruzou várias vezes o território congolês. Leopoldo II criou a Associação Internacional Africana (AIA), em seguida transformada em Associação Internacional do Congo (1878), que contratou o jornalista Sir Henry Morton Stanley para estabelecer relações comerciais com o interior. Stanley, financiado pelo rei Leopoldo II, explorou o território congolês e completou o reconhecimento da bacia do Congo. Assinou com dois mil chefes africanos 400 tratados, que estabeleciam a paz, autorizavam a passagem e permitiam o emprego de mão-de-obra, em troca de presentes e indenizações, para a implantação de quarenta portos, desde a foz até as cataratas do Congo.
Na Conferência de Berlim (1884-1885), que efetuou a partilha da África entre as potências européias, a região foi denominada Estado Livre do Congo e foi considerada "independente", propriedade particular do rei dos belgas. A crescente demanda de borracha, na virada do século XX, ajudou a financiar a exploração econômica do Congo. A exploração dos indígenas foi denunciada pelo cônsul britânico, Roger Casement, e o parlamento belga, pressionado pela comunidade internacional, viu-se obrigado a retirar a Leopoldo o domínio do Congo, oficializando a colonização do território ao concedera ao mesmo um estatuto colonial. O território passou a ser conhecido por Congo Belga, até à sua independência em 1960, quando adoptou a designação de República do Congo.
Em 1921, nasceu o kimbangüismo, movimento messiânico liderado por Simon Kimbangu, que buscava organizar a população do Congo Belga contra a cultura européia e as missões católicas. O nacionalismo se desenvolveu mais tarde e de forma gradativa. Quando da invasão da Bélgica pela Alemanha, o Congo entrou na Segunda Guerra Mundial, em 1940. Após o conflito, uma onda de crises abalou a colônia. A força pública se revoltou em Luluaburg e no Kasai em 1944 e, no ano seguinte, em Masiri e em Matadi, movimentos esmagados com grande número de mortos.
A política colonial permitiu elevar o nível de vida do país, sobretudo na década de 1950, mas não o preparou para a independência - por exemplo, os africanos negros só depois de 1954 tiveram acesso ao ensino universitário e só nesta altura foi permitida a formação de partidos políticos.
A crise da colonização começou pela economia: baixa de preço dos minérios, redução dos investimentos e aumento do desemprego. Em meados da década de 1950, começou a tomar corpo o movimento político congolês. Em 1956, o grupo Conscience Africaine, que reunia jornalistas e funcionários, divulgou um manifesto reivindicando a emancipação do país. No ano seguinte, a Bélgica autorizou a realização das primeiras eleições na colônia.
O ano de 1959 foi marcado por constantes distúrbios, que muitas vezes degeneravam em combates de rua, com mortos e feridos. O desejo de independência dos principais partidos nacionalistas levou os belgas, em 30 de junho de 1960, a finalmente conceder a independência ao Congo Belga, com o nome de República do Congo ("Congo-Kinshasa"), mas passados dias o país encontrava-se mergulhado na anarquia e com vários surtos de rebelião e lutas tribais.
Depois das eleições realizadas antes da independência, os líderes do Movimento Nacional do Congo (ou Movimento Nacional Congolês), dirigido por Patrice Lumumba, e a Abako (Associação do Baixo Congo), presidida por Joseph Kasavubu, resolveram de comum acordo que Lumumba deveria ser o primeiro-ministro e que Kasavubu deveria ocupar a presidência.
Violentas desordens começaram quando a independência foi declarada. O Exército belga deslocou-se para salvaguardar a segurança da população branca. Houve atos de violência contra os europeus, diante das ameaças de retaliação econômica dos belgas pela nova política adotada por Lumumba em relação à mineração. A força pública congolesa sublevou-se, exigindo a demissão dos oficiais belgas. Moïse Kapenda Tshombé proclamou a independência da província de Katanga (atual Shaba), a mais rica em diamantes e outros minérios, e solicitou ajuda militar à Bélgica.
O Congo chamou as forças de paz das Nações Unidas num esforço para evitar a guerra civil. Nova secessão pronunciou-se em agosto, desta vez na província de Kasai. O presidente Kasavubu destituiu Lumumba, que, em janeiro de 1961, foi seqüestrado pelas tropas governistas e assassinado. O exército governamental, dirigido pelo coronel Joseph Desiré Mobutu (mais tarde, Mobutu Sese Seko), partidário de Kasavubu, com o beneplácito da ONU, assumiu o poder.
(Wikipédia)

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