terça-feira, 23 de agosto de 2011

SIMULINHO XII



1. “Tão logo subimos pela trilha íngreme que se desatava ao redor do monte, vi a abadia. Não me espantaram nela as muralhas que a cingiam por todos os lados, iguais a outras que vi em todo o mundo cristão, mas a mole daquele que depois fiquei sabendo ser o Edifício.”
(Umberto Eco, O Nome da Rosa.)
Os mosteiros cristãos se desenvolveram por toda a Idade Média. Neles, monges buscavam o isolamento e o espaço próprio para a busca interior. É correto afimar:
a) Os mosteiros foram construídos para funcionarem como universidades dedicadas ao estudo e à propagação dos filósofos da cristandade; ali, o conhecimento da filosofia grega e da medicina muçulmana foi adulterado em defesa da Igreja Católica.
b) No interior dos mosteiros, monges copistas reproduziam minuciosamente, por exemplo, os livros sagrados e as obras de alguns filósofos gregos cujo pensamento era compatível com a doutrina oficial do cristianismo.
c) A heresia ariana nasceu no interior de um monastério, das reflexões do monge alexandrino Ário, cuja crença estava em contemplar a vida perfeita do Cristo humano e em defender Pai e Filho como sendo da mesma substância.
d) Os monges eram eremitas, que abandonavam suas vidas mundanas em busca de paz e serenidade e se transformavam em soldados nas guerras contra os hereges, como os monges beneditinos que estiveram à frente da 1ª Cruzada.
e) Com o renascimento das cidades, durante a Idade Média, os mosteiros passaram a ser também um local de difusão dos ideais dos filósofos da antiguidade, chegando, anos depois, às mãos dos intelectuais da renascença.

2. Em 1637, o conde João Maurício de Nassau-Siegen se tornou governador e comandante militar das possessões holandesas do nordeste. Uma característica de seu governo foi
a) a tolerância religiosa; católicos e judeus que desejassem manter suas propriedades e atividades poderiam produzir como membros dos domínios holandeses.
b) a produção fabril; em seu governo a produção de açúcar refinado alavancou a indústria do Nordeste devido às fábricas de sacas de açúcar que se estabeleceram ali.
c) a intolerância; Nassau, para se manter no poder, expulsou os luso-brasileiros da região de Pernambuco e declarou guerra aos índios que defendiam suas terras para além do Meridiano das Tordesilhas.
d) o descaso cultural; Maurício de Nassau proibiu a entrada de artistas, cientistas e letrados, de qualquer nacionalidade, nas terras holandesas, o que atrasou, em muitas décadas, o estudo da fauna e da flora do continente americano.
e) a expansão territorial; o domínio holandês se estendeu até o Rio de Janeiro, criando um verdadeiro império holandês nas terras que antes pertenciam à coroa portuguesa.

3. O filósofo John Locke era filho de um puritano que lutou ao lado de Oliver Cromwell. A maioria de suas obras foi escrita no contexto da discussão política em torno da Revolução Gloriosa. Para Locke,
a) o estado de natureza seria o estado de guerra de todos contra todos. Não existiria propriedade, justiça ou injustiça, somente a guerra; e a forma de o homem livrar-se desses males seria a organização de comunidades submetidas a uma autoridade de poder ilimitado.
b) o governante deveria, em caso de necessidade, agir de má-fé ou com crueldade para se manter no poder. Isso não significaria deformação moral, mas estratégia de governo, pois o importante seriam os resultados obtidos. Só um líder que utilizasse a força como princípio, em momentos conturbados, poderia manter seu governo.
c) o estado de natureza seria o estado de liberdade, no qual os homens viveriam sem qualquer tipo de poder. O governo seria um remédio contra os males gerados pelo fato de, em estado de natureza, cada homem ser juiz em causa própria e atacar as propriedades de outrem.
d) o “homem nasce livre, e por toda parte está em cadeias”. Era preciso lutar pela liberdade, parte da natureza humana, pois renunciar à liberdade seria renunciar a ser homem. A base da prática política seria um contrato em que caberia à sociedade escolher seu governo.
e) o absolutismo seria a forma de governo mais adequada às necessidades do homem. A defesa dessa forma de governo se dá pelo fato de o monarca possuir o direito natural, dado por Deus, de governar os homens em defesa de um bem comum.

4. Analise as afirmações sobre a Revolta dos Alfaiates, movimento ocorrido na Bahia em 1798.
I. Iniciou-se a partir de um núcleo de letrados e oficiais que se reunia numa sociedade secreta denominada Cavaleiros da Luz, razão pela qual os historiadores a consideram como elitista.
II. Inspirados nas medidas adotadas na França pós-1792, período em que as investidas dos revolucionários franceses tornaram-se mais radicais, os manifestantes distribuíam panfletos falando da libertação de mulatos e negros e da abolição da escravidão.
III. Nessa revolta, as punições não foram estabelecidas de acordo com a condição social dos envolvidos. Tanto as pessoas de “mor-qualidade” quanto alfaiates, soldados, mulatos e escravos pagaram por sua ousadia, sobre o cadafalso da forca.
IV. Ao contrário da Inconfidência Mineira, essa revolta não foi uma conspiração de elite, pois a maior parte dos revoltosos era composta por escravos, artesãos e soldados.
É correto o que se apresenta apenas em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

5. "Batata assata al furn
Batata assata al furn!
A tostón o pedaço!
Melanzia barata
Come, bebe e lava a cara!
Ma que bela tomata
da chacra mia!
Liberté, Egalité, Fraternité, Vassouré!"
(Ecléa Bosi, Memória e Sociedade – lembrança de velhos.)
Uma cena marcante no espaço urbano no início do século XX eram os pregões dos vendedores de rua. Vendedores ambulantes passavam pelas ruas das cidades oferecendo seu produto, gritando versos, para serem identificados. Esses pregões caracterizavam-se
a) pelos diferentes sotaques, em decorrência da influência dos imigrantes na cultura de várias cidades brasileiras.
b) pelas dificuldades econômicas vividas pelos vendedores de rua, que, apesar de muito gritarem, pouco recebiam em troca.
c) pelo baixo nível educacional dos habitantes dos centros urbanos, uma vez que os ambulantes mal sabiam se comunicar em suas quadrinhas.
d) pela inexistência de centros comerciais, o que dificultou o crescimento econômico dos centros urbanos brasileiros.
e) pela má qualidade dos produtos vendidos, já que eram oferecidos nas ruas sem nenhum cuidado higiênico.


GABARITO
1b; 2a; 3c; 4d; 5a

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