sexta-feira, 15 de abril de 2011

É. PODE SER...

Dilma e o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Wu Bangguo
 O Brasil amadurece
O Brasil rompeu nesta semana uma - barreira que nem mesmo os Estados Unidos tiveram coragem de ultrapassar, e endureceu o tom com a China. Pelo menos é o que parece nestes dois primeiros dias da visita da presidente Dilma Rousseff ao país. Mais do que equilibrar a balança comercial, o governo brasileiro começa a sinalizar a Pequim que irá proteger o mercado nacional da invasão predatória dos produtos chineses. Nos últimos meses, Dilma já havia indicado que agilizaria a concessão de medidas antidumping e concederia salvaguardas a setores sob risco. O medo de que essas medidas pudessem ferir as relações entre os dois países ficou para trás.
Outro sinal de amadurecimento dado pelo Brasil veio ontem da própria presidente: ela deixou claro que o País não é apenas um grande produtor de alimentos no mundo e convocou o governo de Hu Jintao a formar parceira em pesquisa, tecnologia e inovação de produtos binacionais. Segundo Dilma, "o Brasil quer dar um salto de qualidade no modelo de cooperação que existe". Finalmente os brasileiros começam a ver que seu país passa por um dos melhores momentos de sua história e que o mundo reverencia essa pujança econômica.
A mudança na postura por parte de Brasília é fundamental porque o País ocupa uma posição vulnerável nas relações com Pequim: embora seja um dos poucos a ter superávit no comércio com a China, a participação das commodities nas trocas entre os dois países tem crescido perigosamente. Este ano, Hu Jintao gastou US$ 31 bilhões com produtos brasileiros. Deste valor, 80% correspondem à venda de minério de ferro, petróleo e soja. Como efeito, o market share do Brasil no comércio global aumentou no setor de commodities, mas diminuiu nos produtos industrializados.
Alguns especialistas atribuem esse novo comportamento brasileiro à relutância chinesa em apoiar o pleito nacional por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Além disso, o Planalto ter-se-ia decepcionado com a não-realização de promessas de investimento no Brasil feitas pela China. Seja qual for o motivo pelo qual o governo brasileiro resolveu requisitar seu lugar ao sol na relação com os chineses, o Brasil abandona a euforia e lança mão de atitude que deveria ter sido tomada no governo de Lula.
(www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=4&id_noticia=369947)

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